🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Estadão Conteúdo

De olho no pós-crise

Governo e Congresso tentam acelerar novos marcos legais para a retomada

As negociações na Câmara estão mais avançadas para o projeto da Nova Lei do Gás, que determina as regras para o mercado de gás natural no País. Esse é uma prioridade da votação, no rastro da aprovação recente do novo marco do saneamento

Estadão Conteúdo
15 de julho de 2020
12:37 - atualizado às 12:42
Precatórios
Congresso Nacional em Brasília - Imagem: Shutterstock

O Ministério da Economia negocia com lideranças do Congresso o avanço da votação de projetos dos novos marcos regulatórios para preparar o terreno para novos investimentos depois da pandemia da covid-19. Esses projetos já estão em tramitação na Câmara e no Senado e a avaliação é de que têm mais chance de serem aprovados nos próximos 60 dias em paralelo com o avanço da discussão da reforma tributária - apontada pela maioria dos parlamentares como a pauta mais importante para a retomada econômica.

O diagnóstico é que nos próximos dois meses o consumo continuará sendo alimentado pela prorrogação do auxílio emergencial e pela resposta que começou se a ser observada nos programas de crédito às empresas. Depois do fracasso inicial, esses programas foram reformulados e resultados começaram a aparecer nos últimos dias com maior contratação na Caixa e no Banco do Brasil.

As negociações na Câmara estão mais avançadas para o projeto da Nova Lei do Gás, que determina as regras para o mercado de gás natural no País. Esse é uma prioridade da votação, no rastro da aprovação recente do novo marco do saneamento (veja no quadro ao lado os projetos em análise).

O líder do Novo, Paulo Ganime (RJ), coletou assinaturas para apresentação de requerimento de urgência que poderá levar o projeto para votação direta no plenário. Segundo ele, o projeto está maduro depois de ter sido aprovado na Comissão de Minas e Energia. A ideia é manter o texto que foi aprovado na comissão.

Empregos

O presidente da Abrace, associação que representa as indústrias no tema energia, Paulo Pedrosa, avaliou que esse é o projeto mais importante depois da aprovação do marco regulatório do saneamento. Pedrosa prevê que o projeto pode garantir quatro milhões de empregos em cinco anos e R$ 60 bilhões a mais em investimentos por ano. "Para o Rio, por exemplo, a diferença dos dois cenários (com ou sem) é de R$ 5 bilhões por ano a mais em ICMS e royalties", estimou.

No Senado, as negociações avançam para aprovação do projeto que permite a construção e operação de ferrovias pela iniciativa privada, conhecido como novo Marco Legal das Ferrovias. A proposta permite autorização à iniciativa privada para que trechos que alimentam as ferrovias principais possam ser construídos pela iniciativa privada para aumentar as vias de escoamento da produção. As empresas pedem a autorização, sem a necessidade de o governo abrir uma concessão.

Leia Também

Outra prioridade é o novo marco da cabotagem. Fontes do governo admitem que o projeto do Senado da senadora Kátia Abreu para incentivo à cabotagem tomou a dianteira em relação à proposta do Ministério da Infraestrutura que será enviada ao Congresso para tramitação inicial pela Câmara.

Na lista dos projetos de marcos regulatórios estão a alteração do regime de partilha da exploração do pré-sal e o novo marco legal do setor elétrico que tramita no Senado.

Na Câmara, o governo avalia ser possível caminhar com os projetos tratam de estímulo às debêntures de infraestrutura, de desvinculação dos fundos públicos e o de privatização da Eletrobrás. As negociações para a venda da estatal de energia avançaram nas últimas semanas com conversas com lideranças do Senado que barravam a privatização. Essa negociação é decisiva para o projeto avançar na Câmara. Uma cobrança do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O governo aceitou a inclusão da usina de Tucuruí na operação e um aporte maior da outorga para um fundo setorial - a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A inclusão de Tucuruí poderá elevar para algo entre R$ 18 bilhões e R$ 20 bilhões o valor do bônus de outorga que será pago ao governo. Fontes do governo envolvidas na negociação, no entanto, não descartam a possibilidade de que se chegue a um valor superior de até R$ 25 bilhões.

A avaliação é de que o grupo de parlamentares que barrou o andamento do projeto no Congresso - principalmente das regiões Norte e Nordeste - mudou de posição e, agora, a privatização pode acontecer.

Para enfrentar as resistências à tramitação dos marcos, equipe econômica tem reforçado que a aprovação desses projetos, embora não garanta investimentos imediatos da noite para o dia, é uma importante sinalização para essa fase em que a economia brasileira começa a sair das restrições de movimentação devido à pandemia.

Cobrado pela demora de envio da reforma tributária e de outras reformas, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito nas conversas recentes com parlamentares que esses projetos podem avançar antes da apresentação do projeto Renda Brasil, que vai unificar os programas sociais do governo e que estará associado a uma nova forma de contratação mais simplificada para a inclusão de trabalhadores no mercado formal de trabalho.

Governo já vê R$ 50 bi para saneamento

Em um momento de forte pressão de investidores internacionais e empresários nacionais por uma agenda com foco no meio ambiente e um combate firme ao desmatamento na Amazônia, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou ao Estadão/Broadcast que as concessões que serão feitas após a aprovação do novo marco do saneamento estarão em "completa e total sintonia" com a preocupação ambiental. Ele sinalizou ainda com novas ações do governo na direção da preservação do meio ambiente e da segurança hídrica.

Segundo Marinho, já há quase R$ 51 bilhões em projetos prontos para serem colocados no mercado na área de saneamento, e a expectativa com o novo marco legal no setor é ter de R$ 40 bilhões a R$ 50 bilhões de investimentos ao ano.

"Eu não vejo nada mais a favor do meio ambiente do que saneamento básico. Se há essa dificuldade, você consegue ir ao encontro dessa ansiedade de quem é investidor fora do Brasil", afirma. "Nós estamos oferecendo um produto que vai ao encontro dessas necessidades e aspirações dos investidores. É uma completa e total sintonia", acrescenta o ministro.

O novo marco legal do saneamento será sancionado hoje pelo presidente Jair Bolsonaro. A partir dele, as companhias terão contratos de concessão e metas de universalização para o acesso à água potável e esgoto tratado.

Segundo Marinho, a aprovação do marco legal pelo Congresso Nacional tem despertado o interesse de investidores estrangeiros. O ministro disse já ter conversado com interlocutores da Coreia do Sul, Cingapura, Arábia Saudita, Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Canadá, Israel e Japão. "Sem nenhuma exceção, todos demonstraram não só interesse, mas curiosidade, vontade de participar", diz.

Com a possibilidade de participação do setor privado nos investimentos, a expectativa de Marinho é que o ganho de eficiência seja capaz de assegurar o retorno aos investidores sem aumento de tarifas. Isso porque, hoje, as perdas são significativas - em média, 38% da água potável não chega ao consumidor final, o equivalente a uma perda R$ 10 bilhões. "Há inclusive a possibilidade de que haja redução da tarifa em alguns casos", afirma.

O ministro diz ainda que pretende lançar nos próximos 60 dias um programa de revitalização de bacias hidrográficas para melhorar a qualidade da água e recuperar rios afetados pela ocupação desordenada ou despejo de esgoto sem tratamento. Segundo ele, o plano inicial vai mirar nas bacias do São Francisco, do Parnaíba, do Tocantins-Araguaia e do Taquari. Marinho, porém, não antecipou quais valores serão destinados às ações.

Minha Casa. O Ministério do Desenvolvimento Regional já finalizou a medida provisória que lançará o substituto do Minha Casa, Minha Vida. Como antecipou o Estadão/Broadcast, o novo programa habitacional do governo - que se chamará Casa Verde Amarela - terá como um dos focos a regularização e titularização de moradias hoje sem registro e que muitas vezes precisam de melhorias.

Segundo Marinho, há hoje de 10 milhões a 12 milhões de habitações regularizáveis no País, mas o alcance do programa ainda vai depender de disponibilidade de recursos. Uma parte delas serão beneficiadas com reformas, como construção de um banheiro, colocação de telhado, piso, entre outras melhorias avaliadas caso a caso.

O ministro explicou que a pasta ainda está definindo os parâmetros do programa e vai buscar parcerias com prefeituras para localizar as famílias elegíveis. Outras ações do Casa Verde Amarela são a redução de juros de financiamento para as famílias hoje contempladas pelas faixas 1,5, 2 e 3 do Minha Casa e uma menor remuneração à Caixa como agente operador. Só a redução dos juros, segundo Marinho, permitiria que mais de um milhão de famílias fora do sistema habitacional possam ingressar nos financiamentos.

Em abril, Marinho virou alvo de críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, por defender maior impulso nos investimentos públicos para a retomada da atividade no pós-pandemia por meio do chamado Plano Pró-Brasil. Agora, próximo da divulgação do plano, ele busca deixar claro seu compromisso com a responsabilidade fiscal. Segundo o ministro do Desenvolvimento Regional, o Pró-Brasil deve ser concluído ainda este mês e o capital privado será um fator essencial.

"O que tem de ficar claro é que a política de responsabilidade fiscal está intacta dentro do cerne do governo e das discussões que estamos tendo internamente", diz.

Natural do Rio Grande do Norte, Marinho, que é ex-deputado federal, elogiou a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o bloco de partidos do Centrão e disse que foi um "movimento inteligente" do governo para conseguir apoio às suas principais iniciativas no Congresso Nacional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O QUE SABEMOS ATÉ AGORA

Isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil: o que muda para cada faixa de renda se proposta de Lula for aprovada

18 de março de 2025 - 18:43

Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, governo prevê redução de imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil; já quem ganha acima de R$ 50 mil deve pagar mais

PESQUISA

Datafolha: Aprovação de Lula cai ao pior patamar de todos os seus mandatos, enquanto rejeição bate recorde; veja os números

14 de fevereiro de 2025 - 17:56

Queda de 11 pontos em dois meses é inédita, segundo a pesquisa feita com 2.007 eleitores em 113 cidades do Brasil

TÁ NO AR

Governo divulga resultados individuais do “Enem dos Concursos”; veja como conferir se você foi aprovado no Concurso Público Nacional Unificado

4 de fevereiro de 2025 - 13:47

A divulgação dos resultados do “Enem dos Concursos” veio em meio a polêmicas sobre as avaliações. Já a lista definitiva ainda será publicada

SALDO POSITIVO

Fim da polêmica? Transações por Pix voltam a aumentar na segunda metade de janeiro após onda de polêmicas e fake news

28 de janeiro de 2025 - 19:11

Onda de notícias falsas sobre taxação do Pix fez o volume de transações cair 13,4% no início do mês, em meio à polêmica com instrução normativa da Receita Federal

VEM PRO BRASIL

Viagem de avião, voo internacional: Turistas estrangeiros gastaram mais de US$ 7 bilhões em 2024, maior valor em 15 anos

25 de janeiro de 2025 - 10:49

Uma das apostas do governo para elevar o número de turistas estrangeiros no país é a regulamentação da reforma tributária; saiba como

ELA CHEGOU

Imposto sobre consumo: entenda as principais mudanças da reforma tributária e quando as regras começam a valer 

17 de janeiro de 2025 - 18:53

Sancionada ontem (16) pelo presidente Lula, a lei complementar simplificará a cobrança de impostos no país

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Entre a paciência e a ansiedade: Ibovespa se prepara para posse de Trump enquanto investidores reagem a PIB da China

17 de janeiro de 2025 - 8:15

Bolsas internacionais amanhecem em leve alta depois de resultado melhor que o esperado da economia chinesa no quarto trimestre de 2024

PRIMEIRA LEI

Imposto sobre consumo: Lula sanciona regulamentação da reforma tributária, mas alguns pontos da proposta foram vetados

16 de janeiro de 2025 - 20:21

O texto teve votação concluída pelo Congresso Nacional no fim do ano passado e marca um momento histórico na reestruturação do sistema de impostos do país, discutida há três décadas

DIPLOMACIA

Itamaraty se manifesta contra episódios de prisões e perseguição a opositores de Maduro; Venezuela fecha fronteira com o Brasil

11 de janeiro de 2025 - 13:05

Nicolás Maduro tomou posse ontem para o seu terceiro mandato como presidente da Venezuela, em uma cerimônia de chefes de Estado e governo

CONTAS PÚBLICAS

A ‘dor de cabeça’ do governo Lula em 2025: Alckmin diz que o país cumprirá arcabouço fiscal com rigor, mas cita preocupação com juros

9 de janeiro de 2025 - 14:25

Apesar dos desafios monetários, o vice-presidente prevê o ano como promissor, com o crescimento do PIB puxado pelo agronegócio

DINHEIRO 'DANDO SOPA'

R$ 8,7 bilhões em dinheiro esquecido: governo já começou a incorporar recursos; veja como recuperar sua parte antes que seja tarde

9 de janeiro de 2025 - 10:17

Banco Central revela que 44,5 milhões de pessoas físicas ainda não reivindicaram o dinheiro esquecido

VAREJISTAS

E agora, Shein? “Taxa das blusinhas” reduz vendas de importados e aquece o varejo nacional

28 de dezembro de 2024 - 15:35

Aumento da tributação sobre compras internacionais reduziu a diferença de preços entre produtos do varejo nacional e importados

DINHEIRO PARA FORA

Brasil desembolsa R$ 1,9 bilhão para organismos internacionais e deixa dívidas e despesas para trás

27 de dezembro de 2024 - 10:25

A única parcela remanescente de pagamento, que não se trata de despesa obrigatória, é de R$ 87,4 milhões junto a fundos de cooperação

SUCESSÃO EM PAUTA

Gleisi para presidente em 2026? Deputada comenta inclusão de nome em pesquisa

23 de dezembro de 2024 - 15:26

A possibilidade da deputada como candidata nas próximas eleições presidenciais deve aparecer em um levantamento do instituto Paraná Pesquisas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A receita tradicional do final de ano: baixa liquidez e uma pitada de conciliação entre o governo federal e a Faria Lima

23 de dezembro de 2024 - 8:34

Os investidores encaram um momento de alta volatilidade nas próximas semanas em virtude dos feriados de Natal e fim de ano

CONGRESSO

Câmara conclui votação de projeto que prevê novo limite de gastos públicos em caso de déficit

18 de dezembro de 2024 - 20:31

Proposta integra o pacote de ajuste fiscal do governo; texto segue para o Senado

MERCADOS HOJE

Dólar bate novo recorde pela 2ª sessão seguida após superar R$ 6,20 pela primeira vez com tensão fiscal e externa; BC tenta controlar câmbio

17 de dezembro de 2024 - 12:00

Banco Central injetou US$ 10,745 bilhões em novos recursos no mercado de câmbio apenas entre a última quinta-feira (12) e a manhã desta terça-feira

PRÓXIMA ‘VACA LEITEIRA’?

‘A era dos dividendos’ da Eletrobras (ELET3) finalmente chegou? Por que o BTG aposta em pagamento bilionário de proventos em 2025

16 de dezembro de 2024 - 13:17

Após dois anos de privatização, análise do banco indica que a companhia está em posição para iniciar distribuição aos acionistas em nova fase

NOVAS REGRAS

Marco Legal dos Seguros: novas regras incluem maior transparência das seguradoras e 30 dias para pagamento dos segurados

10 de dezembro de 2024 - 15:48

Segundo a Fazenda, com a legislação, fica proibida a inclusão de cláusula para extinção unilateral do contrato pela seguradora

DO PALÁCIO DO PLANALTO

Lula passa por cirurgia em São Paulo para drenagem de hematoma decorrente do acidente em outubro; presidente segue internado

10 de dezembro de 2024 - 6:57

Maiores detalhes serão informados em entrevista coletiva prevista para as 9h, no Hospital Sírio-Libanês, Unidade Bela Vista

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar