Vá com calma na bolsa, dizem André Esteves e Felipe Miranda
Esta crise tem um grau inédito de incerteza. Não é hora de ir all in para a bolsa. Opere câmbio apenas para se proteger. Invista com cautela.
Esta crise tem um grau inédito de incerteza. Não é hora de ir all in para a bolsa. Opere câmbio apenas para se proteger. Invista com cautela.
Essa é a opinião de André Esteves, banqueiro do BTG Pactual, e de Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, que participaram nesta sexta-feira (3) de uma espetacular live.
A visão de André está muito alinhada com a que Felipe vem transmitindo aos assinantes da Empiricus diariamente nas últimas semanas: embora já existam oportunidades, pode ser que a recessão adiante ainda não esteja completamente precificada.
Eis algumas das recomendações e ideias que André Esteves compartilhou na conversa com Felipe:
1. Não invente moda na Bolsa
Este é um momento de muita incerteza, então não invente moda. Não está errado ter alocação em bolsa, mas tenha cautela.
É verdade que há coisas baratas, que a bolsa brasileira sentiu muito, fez um bom ajuste. E também é claro que as pessoas vão continuar tomando cerveja ou tendo conta em banco. A questão é que há uma enorme crise adiante, então pode perfeitamente cair um pouco mais. Provavelmente que sem aquela agressividade que vimos recentemente, mas é preciso observar um pouco mais antes de fazer alocações maiores.
O investidor tem que saber qual animal quer caçar na floresta, e esta não é a hora de ir atrás de bicho grande. Quando a incerteza é alta, é preciso assumir pouco risco.
2. A crises financeira é diferente da crise econômica
É possível dividir esta crise em duas, que têm momentos diferentes: a crise financeira e a econômica.
É razoável supor que estamos da metade para o fim da crise financeira, que se refere a esse período de brutal volatilidade, com chamadas de margem, um processo um tanto desordenado que deixa o sistema financeiro disfuncional por alguns dias.
Agora os mercados estão voltando à funcionalidade, até pela atuação dos bancos centrais. Isso não significa que vão ganhar preço, podemos inclusive estar longe do mínimo, mas cai a volatilidade.
Aí começa um período menos agudo, mas prolongado e talvez dolorido, que é a crise econômica. É possível que ela fique conosco por mais tempo do que a turma em geral está estimando.
Essa crise é muito diferente da de 2008, que foi uma crise bancária clássica, foi a 15ª vez que aconteceu na história documentada, tem um padrão mais conhecido. Temos de respeitar esta crise porque ela é completamente atípica, a gente não sabe o que vai acontecer. Se vai haver uma segunda onda na China, se a Europa vai seguir a tendência chinesa, se os EUA vão entrar em pânico, como o Brasil fica nisso tudo. Temos um grande desconhecimento.
3. A recuperação deve ser um V incompleto
Esta crise preocupa porque ela pode dizimar negócios pequenos e médios. Do restaurante à pousada, vários podem acabar feridos de morte. E essa consequência econômica ainda não está bem precificada.
Então talvez tenhamos uma recessão mais profunda. Alguns negócios podem não voltar ao normal, podemos ter um período mais duro. Deve fazer um vértice tão fundo que é difícil ter um V. Isso quer dizer que é claro que vai melhorar quando a gente sair dessa angústia médica, uma hora isso vai ficar para trás, mas que não volta aos patamares onde estávamos antes. Deve parar em algum lugar no meio do caminho e aí vai lentamente buscando o caminho acima. Deve surgir um novo normal, num patamar intermediário.
4. Cuidado com o câmbio
O mercado de câmbio é o mais incerto, o mais difícil. É muito frequente você estar certo mas o dinheiro acabar antes de a verdade aparecer. Para empresários, acho fundamental evitar o descasamento cambial, fazer hedge se tiver exposição. Ninguém tem modelo bom para câmbio.
Não há dúvida que o real está barato. Compare uma corrida de Uber no Brasil com nos EUA ou na Europa, aqui está muito mais barato. Ou jantar, ou cortar o cabelo, tudo muito descontado. E vamos continuar exportando, porque as grandes commodities agrícolas não tiveram grande oscilação de preço, enquanto importação vai cair e a conta de viagens, que estava muito negativa, vai a zero rapidamente. Isso deve valorizar o real.
Agora, veja só, como trader, no curto prazo, acho que o dólar sobe. Há um novo patamar de juros no Brasil que impacta o câmbio, e o mercado é quem vai dizer qual o novo patamar, não dá para modelar. Há também o fator de corrida no curto prazo para a segurança do dólar, que está se valorizando não só contra o real mas contra várias outras moedas.
Ou seja, pelo fundamento é bom comprar real a R$ 5,30, mas pode perfeitamente ir R$ 5,40 ou R$ 5,50, é difícil dizer. Vejo agora economista de banco fazendo projeção para o dólar no fim de 2021… Não dá nem para prever a próxima sexta-feira. É preciso agora ir navegando pelo curto prazo sem muita ambição de entender o longo prazo. O longo prazo vai ser uma soma de curtos prazos.
5. Há uma esperança nos trópicos
Tivemos a sorte de o Brasil ser uma das últimas regiões contaminadas, então a gente viu tudo que estava acontecendo e acho que, no nosso estilo, com alguns desencontros, estamos nos organizando.
Montamos hospitais de campanha, organizamos equipes médicas, educamos a população sobre o assunto. Claro que vai ser muito ruim, inclusive porque há poucos testes, mas aparentemente os números de internações não estão subindo tanto. Parece cedo para concluir, vamos saber melhor na próxima semana, mas parece que estamos achatando a curva.
Além disso, há uma esperança de que o clima impacte a proliferação da doença. Os países do Sudeste Asiático tiveram uma proliferação menor do que a China. Não tem tese comprovada, mas a gente sabe que o clima tem uma influência no ciclo das gripes.
O lockdown é necessário, infelizmente. Com o tempo vamos soltando gradativamente, vamos ter de usar o bom senso, não há fórmula matemática para isso.
O empresariado brasileiro é um dos mais treinados a viver com a adversidade. Aqui historicamente de tudo acontece: instabilidade, desvalorização, choque de atividade, choque de juros. Esse know-how pode ajudar agora.
Além disso, o Brasil tem algum espaço fiscal para responder, e o governo está usando isso. O que vai ser da Itália com 200% de relação entre dívida e PIB após a crise nós não sabemos, mas nós não estamos nesse patamar. O Banco Central vai dar liquidez. Acho que estamos na direção certa. Não vejo grandes ajustes a fazer na taxa de juros. Se eu estivesse sentado lá na cadeira, não faria. Se abaixar, o dólar vai explodir e vai ser contracionista.
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Desde a sua criação, em 2014, a Carteira Empiricus quase triplicou o valor investido de seus assinantes passando pelas mais adversas condições de mercado e, sim, já considerando as quedas recentes.
Ela é comandada justamente pelo Felipe Miranda, que conversou com André Esteves nesta sexta-feira.
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“Se você decidir não aceitar minha ajuda, tudo bem. Ainda assim tenho algumas recomendações: Aja com responsabilidade. E aproveite com responsabilidade. Depois de muito tempo, há sangue nas ruas. Você pode se machucar, ou pode aproveitar isso a seu favor. Cuidado com cada decisão”, diz Felipe.