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Lições de Ray Dalio sobre como investir em tempos de crise

O lendário investidor Ray Dalio deixa lições importantes em sua participação no evento da XP; confira como foi

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16 de julho de 2020
8:30 - atualizado às 10:54
Ray Dalio, gestor da Bridgewater
O megainvestidor Ray Dalio, diretor de investimentos da gestora Bridgewater. - Imagem: Bridgewater Associates / Reprodução

“O segredo para o sucesso é saber lutar por um grande objetivo e em fracassar bem. Ou seja, ser capaz de experimentar fracassos dolorosos - fonte de grande aprendizado -, mas não um fracasso grande o suficiente para tirar você do jogo”. 

Essa é o pensamento de Ray Dalio, o lendário gestor de fundo da Bridgewater Associates de Nova York, uma das mentes mais brilhantes do mercado financeiro global. O empresário falou a investidores brasileiros em um painel na terça-feira, 14, do evento online Expert XP. Foi categórico: “o dinheiro é um dos piores ativos”.

Dalio se mostrou preocupado com a política monetária estimulativa adotada no mundo todo, reforçada após a pandemia do coronavírus. Para tentar segurar os efeitos da recessão, os bancos centrais estão “imprimindo” dinheiro. 

Esse movimento favorece ativos de risco e puxou a recente onda de valorização das ações, após a queda dos mercados diante do susto do coronavírus. O problema é que o “remédio” pode trazer efeitos colaterais, como perda de valor do dinheiro - mesmo de moedas fortes, como o dólar. 

Neblina no caminho dos mercados

A verdade é que ninguém sabe o que vai acontecer com a economia. Sim, há fatores favoráveis à alta de preço nas ações, como a própria política dos bancos centrais e uma eventual recuperação em “V” da economia. Mas ainda há grandes incertezas no radar, como o risco de uma segunda onda de coronavírus e uma série de prejuízos de empresas.

Ray Dalio avalia que o planeta enfrenta hoje o fim do ciclo de dívidas de longo prazo, grandes disparidades na distribuição de riqueza e desafios impostos aos Estados Unidos com a ascensão da China como potência, o que trará “muitos efeitos nos investimentos”.

“Coisas assim aconteceram várias vezes nos últimos 500 anos e têm muitos efeitos nos investimentos. A última vez que houve um gap de riqueza e de política foi em 1930”, afirma o gestor. “Temos quatro guerras acontecendo agora. Uma comercial, outra tecnológica, outra geopolítica e pode ter uma guerra de capital”, alerta.

Should I stay or Should I go?

Quando a previsão do tempo é incerta, o melhor é sair de casa com guarda-chuva e óculos de sol. Dalio defende a manutenção de uma carteira diversificada de investimentos, o tal do “All Weather Porftolio” . 

O que vai dentro dela? Cerca de 10 ou 15 ativos, como ações de “empresas estáveis” - nacionais e internacionais - e ouro. 

Por que apostar em tanta coisa?

Ora, fechar os olhos, escolher um cenário e colocar todo o seu dinheiro nele torcendo para que se concretize não é uma estratégia responsável. Especialmente em tempos tão incertos. 

Uma aposta de "tudo ou nada" não é algo que faça sentido para alguém que trabalhou a vida inteira para construir um patrimônio.

O que você pode fazer é montar uma carteira com suas apostas de ações com maior potencial de valorização e fazer um “seguro” para ela. Caso algo saia errado, suas perdas serão minimizadas.

Como montar uma carteira com ‘seguro’

Não adianta comprar 15 ativos aleatórios e achar que está diversificado. Um dos seguidores da filosofia de Dalio, o estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, chama atenção à falsa diversificação.

Por exemplo, se você tem ações na Bolsa e títulos soberanos brasileiros de longo prazo, ambos caminham na mesma direção no caso de uma crise. 

"Por isso a ideia [de Dalio] é estar alocado em algo como 15 ativos com bom retorno potencial esperado e baixa correlação entre si. Afinal, ninguém sabe o que vai acontecer no futuro", diz o economista, que aplicou estratégia similar à de Dalio na composição da Carteira Empiricus, um portfólio completo e diversificado. 

Como Ray Dalio bem diz, estamos em meio a um cenário de mudanças. E, para ser resiliente ao que o futuro nos destina e se sair bem frente aos conflitos que impactam Bolsas de todo o mundo, torna-se cada vez mais necessário que o investidor esteja alinhado com o conceito de paridade de risco defendido pelo bilionário americano.

“Paridade de risco consiste em montar uma carteira em que os riscos proporcionais de cada classe ou ativos sejam equivalentes entre si, em busca de maior consistência no retorno de longo prazo”, explica Felipe Miranda.

Quer um exemplo? Olha a composição da Carteira Empiricus:

Desde que foi criada, em março de 2014, até junho de 2020, a Carteira Empiricus acumulou 184% de lucros, já contabilizando os períodos de quedas drásticas da Bolsa - como o que vimos com a pandemia do coronavírus.

No mesmo período, o resultado do Ibovespa foi de 103% de valorização. Ou seja, os assinantes que seguiram à risca as indicações da Empiricus lucraram praticamente o dobro do Ibovespa, correndo menos da metade do risco.

Sim, o risco é menor na Carteira Empiricus do que o do Ibovespa porque, como mostra a tabela acima, sua exposição em bolsa está apenas em parte do portfólio.

Ficou interessado em seguir essa estratégia? Deixo aqui o convite para você conhecer mais sobre a filosofia de investimentos da Carteira Empiricus por sete dias gratuitos. 

Você pode entrar hoje, olhar a alocação completa da carteira, todas as ações recomendadas, todos os títulos de renda fixa, os fundos imobiliários, e o que comprar para proteger seu dinheiro.

E só depois decidir se essa carteira faz sentido para você e se deseja seguir nesta estratégia. 

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