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Ricardo Mioto
Ricardo Mioto
Conteúdo patrocinado por Empiricus

Crises do passado nos ajudam a entender onde esta crise pode dar

Ricardo Mioto
Ricardo Mioto
12 de abril de 2020
17:30 - atualizado às 9:46
Coronavírus derruba países
Imagem: Shutterstock

Crises do passado nos ajudam a entender onde esta crise pode dar.

Veja a de 2001. Primeiro houve a euforia. O intervalo do Super Bowl, o final da liga de futebol americano dos EUA, momento mais nobre da publicidade mundial, é simbólico disso.

Em 2000, ele estava abarrotado de empresas digitais meio bizarras das quais ninguém lembra, como autotrader.com (um mercado online de carros), epidemic.com (uma empresa de marketing digital) e a romântica OurBeginning.com, de convites digitais para casamentos.

Um comercial de 30 segundos custava US$ 2 milhões, uma fortuna, que as empresas alegremente pagavam. Esse valor era pouco menos que o faturamento da OurBeginning.com no ano anterior inteiro. Foi o auge da bolha da internet, que encerrou um bull market de dez anos nos Estados Unidos.

Todo carnaval tem seu fim, porém, e uma hora ficou claro que a grande maioria daquelas empresas digitais eram ilusão: não, o mercado de convites digitais para casamentos não é tudo isso. Durante três meses, a bolsa americana caiu ao todo 30%, usando o Dow Jones como referência.

Nos seis meses seguintes, entretanto, subiu 36%, praticamente retomando o patamar anterior. Tudo parecia resolvido.

E aí a Bolsa caiu de novo:

Recessões são assim: raramente têm um formato claro de V, em que desespero e redenção se sucedem sem tons de cinza entre eles. A coisa tem muito mais cara de zigue-zague: cai, aí sobe, aí cai de novo, sobe de novo.

Recessões são uma guerra intensa de narrativas: às vezes prevalece a percepção de que o mundo vai acabar, que tudo está perdido, e a Bolsa despenca. Às vezes a versão de que aquilo é apenas um soluço, uma dor pontual, e as ações sobem. Essas narrativas ficam o tempo inteiro brigando para ver qual vai prevalecer. Dificilmente alguma se impõe de cara. Elas podem ficar meses disputando palmo a palmo a vitória, como num jogo antigo de vôlei em que os times vão apenas trocando a vantagem sem que fique claro quem vai levar a partida.

Em 2008 não foi diferente. O Lehman Brothers quebrou em 15 de setembro daquele ano. O mercado caiu brutalmente. Em outubro pareceu que ia melhorar, em novembro caiu novamente, em dezembro subiu de novo. O fundo do mercado só foi alcançado em 6 de março de 2009.

Veja no gráfico, elaborado pelo estrategista-chefe da Empiricus Felipe Miranda e pelos analistas Leandro Petrokas e Matheus Spiess.

Claro que o passado não define o futuro. Mas veja que o S&P 500, que é o Ibovespa americano, está hoje no mesmo patamar que estava no começo de 2019. Não parece nada exagerado dizer que o mundo hoje é muito pior --e o lucro potencial das empresas muito menor-- do que um ano atrás. Quebradeira de empresas pequenas, grande desemprego, consequências imprevistas no crédito. Isso não está precificado, porém. Ainda.

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Ela é comandada justamente pelo Felipe Miranda, que coordenou a elaboração dos gráficos acima e chefia todos os analistas da Empiricus.

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