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Ricardo Mioto
Ricardo Mioto
Conteúdo patrocinado por Empiricus

Caos no Brasil: hora de fugir para o exterior?

Se você nunca pensou em investir parte da sua carteira fora do Brasil, até como proteção, talvez devesse ouvir um pouco o que eles têm a dizer

Ricardo Mioto
Ricardo Mioto
26 de abril de 2020
14:42 - atualizado às 10:40
EUA
Imagem: Shutterstock

Na sexta-feira, fiz uma live muito boa com três caras que entendem tudo de investimento no exterior: o Roberto Lee, CEO da Avenue, corretora nos Estados Unidos voltada para o público brasileiro, o William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, e o João Piccioni, sócio da Empiricus e editor da série MoneyRider.

Você pode ver o vídeo aqui.

Se você nunca pensou em investir parte da sua carteira fora do Brasil, até como proteção, talvez devesse ouvir um pouco o que eles têm a dizer. Tem algumas conclusões da conversa que eu queria muito compartilhar com você. Estas são elas:

1) Não deixe que o câmbio faça você ficar esperando para investir fora do Brasil.

O câmbio nunca vai ser perfeito. “A gente às vezes fica muito preocupado em acertar o câmbio e perde oportunidades”, diz Will.

E nunca vai ser perfeito por uma questão macroeconômica. Quais são as situações em que as moedas de países emergentes como o Brasil ou a Turquia e a África do Sul ficam valorizadas perante o dólar?

Normalmente, é quando a volatilidade global está baixa, sem nenhuma crise no horizonte, e os investidores pelo mundo estão mais propensos a tomar risco, aplicando seu dinheiro nesses países. (Eles trazem dólares do exterior e os trocam pela moeda local, valorizando-a.)

O problema é que, quando esse dia chega, as ações já dispararam nos Estados Unidos, ou seja, o mercado não estará barato…

“Sei que é doloroso pensar que, poxa, vou pagar o dólar a R$ 5,35. Mas não adianta o investidor ficar esperando o dólar cair 5% enquanto a ação lá fora subiu 10%”, diz Will.

2) Ter ativos no exterior é uma forma de proteção.

Lee e Will apontam que muito da nossa vida no Brasil é dolarizada: da viagem de férias ao iPhone que compramos. Em situações de caos no nosso país, como a atual, não ter investimentos no exterior representa, portanto, um empobrecimento. Você simplesmente perde poder de compra para muito do que consome.

“Diversificar é se proteger. Comprar ações americanas não significa investir apenas na economia americana: estamos falando das maiores empresas do mundo, e elas próprias são diversificadas geograficamente. Pegue as vendas da Microsoft. Vai ter vendas no mundo inteiro. Para o investidor, ter Microsoft, portanto, é uma forma de mitigar o risco individual dos países”, diz João.

No final, lembra Lee, as empresas listadas nos Estados Unidos muitas vezes fazem mais parte da nossa vida do que as listadas no Brasil: só para citar algumas, pense em Apple, Nike, Google, Johnson & Johnson, Coca-Cola, Netflix ou Mastercard e Visa…

3) As perspectivas para os Estados Unidos são muito boas.

O governo americano vai injetar trilhões de dólares na economia. Isso deve impulsionar uma recuperação rápida naquele país. Mas, no longo prazo, não há aí grande risco de inflação nos Estados Unidos e de perda de valor do dólar?

“Se isso acontecer, qual vai ser a situação de quem está alocado nas principais empresas do mundo [na Bolsa americana]? Elas vão ter receitas espalhadas ao redor do mundo. Em um cenário inflacionário, a melhor proteção são as ações”, diz João. O dinheiro pode perder valor, mas os ativos reais (como as empresas, ouro, imóveis) atravessam a tempestade.

Lee concorda: “Na crise de 2008, o dinheiro em busca de proteção correu para cá [Estados Unidos], mesmo o epicentro da crise tendo sido aqui. A economia americana é muito resiliente.”

4) Há oportunidades em diversos setores e ações.

Empresas de tecnologia como Amazon, Facebook, Google, Apple e Microsoft são as que têm maior valor de mercado na Bolsa americana, em oposição ao mercado brasileiro, que tem poucas ações de tecnologia.

“Talvez o melhor hedge que você tenha de ter na sua carteira são as empresas de tecnologia. A capacidade de reinvenção desses caras é brutal, e cada novo passo é um salto no fluxo de caixa”, diz João.

Há ainda vários outros setores promissores, diz Will. “Você vai para o mercado americano para comprar coisas que não consegue acessar no Brasil. Biotecnologia, por exemplo: tem empresas procurando coisas a cura do Alzheimer, de vários tipos de câncer. Se algum deles acertar, eu quero surfar nesse crescimento.”

Além disso, há muitas oportunidades em ações específicas. Na live, eu perguntei, por exemplo, sobre ações como Tesla (Will prefere investir em outras ações atreladas ao mercado de carros elétricos), Disney (João está muito otimista com o Disney Plus, um streaming ao estilo Netflix) e Berkshire (“muito caixa e ótima gestão”, diz João, que recomenda a empresa de Warren Buffett).

Ok, você se convenceu sobre a importância de investir no exterior. Mas aí surgem as perguntas mais importantes: em quais ativos investir? Como fazer isso?

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