🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Estadão Conteúdo

debandada preocupa

‘DNA de Bolsonaro não é liberal; é bem desenvolvimentalista’, diz ex-BC

Confira os principais trechos da entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast com o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola

Estadão Conteúdo
14 de agosto de 2020
8:21 - atualizado às 8:32
Imagem: Alan Santos/PR


As novas baixas na equipe econômica jogam luz sobre o fato de que o DNA do governo Bolsonaro não é "verdadeiramente" liberal, na opinião do ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Gustavo Loyola. Essa é a visão, segundo ele, apenas do núcleo do Ministério da Economia. Com a saída dos secretários Salim Mattar, de Desestatização, e Paulo Uebel, de Desburocratização, a pasta já perdeu cinco integrantes em meio à pandemia, que alterou a situação fiscal do País e vem suscitando debates sobre o aumento permanente de gastos.

"A saída de ambos é um sinal ruim de enfraquecimento do Paulo Guedes. O grande temor no mercado é a saída do ministro da Economia e de uma interrupção das suas políticas econômicas", avalia Loyola. A seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast.

A equipe econômica teve mais duas baixas. O que representa essa debandada?

Acho negativo. A verdade é que está ficando claro que o DNA do presidente Bolsonaro não é verdadeiramente liberal. Eu acho que liberal no sentido econômico é o núcleo do Ministério da Economia e um ou outro integrante espalhado em algum ministério. O DNA de Bolsonaro ainda é bem no estilo desenvolvimentista. Outra questão é a de que a grande reforma dos ministérios feita por Bolsonaro causou uma série de problemas do ponto de vista de funcionamento da máquina pública. Tinha espaço para fazer mais.

A saída de mais dois secretários aumenta a preocupação com a permanência de Guedes?

A saída de ambos é um sinal ruim porque parece um enfraquecimento do ministro da Economia. O grande temor no mercado é a saída de Guedes e uma interrupção das suas políticas econômicas. Vale lembrar que o próprio ministro na terça-feira se referiu a pessoas do governo que querem, por exemplo, desrespeitar o próprio teto de gastos em um momento de situação fiscal bastante delicada. Isso gera grandes dúvidas.

Leia Também

Quais dúvidas?

Será que a política fiscal vai voltar ao normal no ano que vem e teremos austeridade? Ou nós entramos em um novo ritmo de crescimento de gastos e desarranjo fiscal? Vamos lembrar que esse desarranjo fiscal é que foi a ruína do próprio governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

E quanto ao teto de gastos? É factível? Quais são os maiores riscos fiscais?

O abandono do teto dos gastos seria desastroso e um péssimo sinal. Eu acho que tem justificativa para o aumento temporário de gastos em 2020. Ninguém é cego à realidade. Agora, a gente tem de entrar em um regime de normalidade no ano que vem. Não dá para ficar criando furos no teto. Se um dia você diz que o teto pode ser excedido com gastos de infraestrutura, no outro dia, será educação, saúde. Sempre tem uma boa justificativa para aumentar gastos em um país que só tem carências em todos os lados. O Brasil é carente de tudo.

Qual a consequência de furar o teto de gastos?

Vai passar claramente uma ideia de que nós podemos ter entrado numa trajetória insustentável da dívida pública. Se houver uma percepção de que isso pode ocorrer, a gente fica na antessala de uma crise econômica. De repente, podemos ter fuga de capitais, aumento da inflação, uma série de desarranjos macroeconômicos. O aumento da incerteza resultante de tudo isso vai deprimir ainda mais o crescimento econômico. Vai ser um quadro dantesco não só para as contas públicas, mas para a economia.

Como o sr. avalia os sinais de retomada da economia?

No curtíssimo prazo, os indicadores de alta frequência têm surpreendido positivamente. Outro aspecto que temos visto é que os programas de transferência de renda do governo têm contribuído para manter a massa de renda, principalmente das famílias de menor renda. Isso contribui para uma menor queda do PIB no segundo trimestre e, portanto, uma manutenção maior da atividade. A recuperação tem acontecido. Agora, qual o fôlego da recuperação é que nós não sabemos. De fato, depois de uma forte queda, a recuperação ocorre, mas e daí? A economia vai voltar a crescer? Tivemos três anos, de 2017 a 2019, com crescimento da ordem de 1% do PIB, que foi insuficiente para recuperar o que tínhamos antes da crise de 2015 e 2016.

Depois do fim desses auxílios do governo, o sr. acredita que a atividade econômica vai passar por uma ressaca?

Sim, porque estão ajudando a manter a renda. Mas a ressaca não será tão grande provavelmente porque, diante da incerteza, houve aumento de poupança das famílias, em estratos da sociedade onde isso é possível, que pode servir de colchão quando os auxílios acabarem. Mas o que a crise de 2015-2016 nos ensina é que a recuperação da economia depende da recuperação do emprego, principalmente dos formais. E, para tal, é preciso recuperar o investimento, que, por sua vez, depende de um quadro econômico mais previsível. Por isso, é necessário não tolerar nenhum tipo de afrouxamento da política fiscal.

O sr. assinou uma carta ao lado de outros ex-BCs e ex-ministros da Fazenda para alertar sobre a questão ambiental. Como o sr. vê a reação do governo Bolsonaro? É efetiva?

É muito cedo para avaliar. Infelizmente, o governo Bolsonaro também não tem DNA ambientalista. Ao contrário, ele vem em tendências fortemente negacionistas. Mas a manifestação da sociedade e das instituições é importante porque limita os danos e, de alguma forma, mitiga um pouco a ausência do governo. O discurso do governo está menos estridente, mas eu ainda não me convenci de que o governo tenha adotado uma política ambiental responsável.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
QUEM VAI FICAR COM ELE?

Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG

6 de abril de 2025 - 12:13

Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master

EM RECUPERAÇÃO

Com eleições de 2026 no radar, governo Lula melhora avaliação positiva, mas popularidade do presidente segue baixa

5 de abril de 2025 - 17:58

O governo vem investindo pesado para aumentar a popularidade. A aposta para virar o jogo está focada principalmente na área econômica, porém a gestão de Lula tem outra carta na manga: Donald Trump

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell

4 de abril de 2025 - 8:16

Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem

ADEUS, CARTÃO

Pix parcelado já tem data marcada: Banco Central deve disponibilizar atualização em setembro e mecanismo de devolução em outubro

3 de abril de 2025 - 18:29

Banco Central planeja lançar o Pix parcelado, aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução e expandir o pagamento por aproximação ainda em 2025; em 2026, chega o Pix garantido

DE OLHO NAS URNAS

Eleições 2026: Lula tem empate técnico com Bolsonaro e vence todos os demais no 2º turno, segundo pesquisa Genial/Quaest

3 de abril de 2025 - 12:02

Ainda segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição em 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais

3 de abril de 2025 - 8:14

Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA

60 ANOS DE BC

Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária

2 de abril de 2025 - 16:50

Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo

O QUE ESPERAR?

Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado

1 de abril de 2025 - 10:23

O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump

31 de março de 2025 - 8:18

O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”

conteúdo EQI

Protege contra a inflação e pode deixar a Selic ‘no chinelo’: conheça o ativo com retorno-alvo de até 18% ao ano e livre de Imposto de Renda

30 de março de 2025 - 8:00

Investimento garimpado pela EQI Investimentos pode ser “chave” para lucrar com o atual cenário inflacionário no Brasil; veja qual é

DE OLHO NOS CALOTES

Nubank (ROXO34): Safra aponta alta da inadimplência no roxinho neste ano; entenda o que pode estar por trás disso

28 de março de 2025 - 19:00

Uma possível explicação, segundo o Safra, é uma nova regra do Banco Central que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo

27 de março de 2025 - 8:20

Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC

ENQUANTO ISSO NA SALA DE JUSTIÇA

STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe; o que acontece agora

26 de março de 2025 - 14:10

Além de Bolsonaro, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus sete aliados do ex-presidente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump

26 de março de 2025 - 8:22

Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair

conteúdo EQI

Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda

25 de março de 2025 - 14:00

Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano

TÁ NA ATA

Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar

25 de março de 2025 - 12:10

Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom

25 de março de 2025 - 8:13

Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte

25 de março de 2025 - 6:39

Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano

24 de março de 2025 - 8:05

Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil

24 de março de 2025 - 7:03

Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar