XP diz que agentes autônomos que foram para a concorrência levaram só 11% dos recursos em 3 meses
Nos últimos dois anos, a XP perdeu 18 escritórios de agentes autônomos, que eram responsáveis por R$ 9,9 bilhões em investimentos na corretora
Os escritórios de agentes autônomos que deixaram a XP Investimentos conseguiram levar apenas 11% dos recursos dos clientes para concorrência nos primeiros três meses após a migração.
A informação é da própria XP, que decidiu divulgar mais dados sobre a sua rede de assessores após a perda recente de alguns de seus principais escritórios para o BTG Pactual.
Nos últimos dois anos, a XP perdeu um total de 18 escritórios de agentes autônomos, que eram responsáveis por R$ 9,9 bilhões em investimentos na corretora. Como os profissionais saíram em momentos diferentes, não é possível calcular de forma exata o total de recursos de clientes que migraram junto com os assessores.
O que está em jogo
Os agentes autônomos são os profissionais responsáveis por oferecer os produtos de investimento disponíveis na plataforma. Pela regulação atual, eles precisam ser vinculados a uma corretora, mas não possuem vínculo empregatício — como um gerente de banco, por exemplo.
De olho na rede formada pela XP, o BTG Pactual tem feito ofertas tentadoras aos maiores escritórios ligados à corretora para se vincularem ao banco. A briga entre as instituições inclusive chegou à Justiça.
Levar o agente autônomo, contudo, não basta. É preciso que ele convença a transferir seus investimentos que estão na XP e abrir uma conta no banco. Alguns profissionais relatam que a corretora dificulta o processo de migração de recursos.
Enquanto lida com o assédio da concorrência, a XP informa que credenciou 139 novos escritórios, com 5.408 novos agentes autônomos (em média, 225 novos profissionais por mês) nos últimos 24 meses.
No mesmo período, o total de ativos sob custódia da corretora cresceu 160% e atingiu R$ 412 bilhões em maio de 2020.