Analistas do BTG alertam para resultados fracos da Usiminas e sustentam posição neutra para as ações
Desempenho do setor de aço é o principal fator de preocupação. Relatório aponta queda da dívida como principal fator positivo
Parece que os resultados do 4º trimestre de 2019 da Usiminas, publicados na manhã desta sexta-feira (14), não foram muito bem recebidos pelo mercado. Em relatório divulgado logo após o balanço, analistas do banco BTG Pactual classificaram o desempenho trimestral da siderúrgica como “deprimidos” e mantiveram como “neutra” a sua visão para as ações da empresa (USIM5).
O tom utilizado pelos analistas foi de cautela, e eles relataram dificuldades para compreender como estará a empresa em termos financeiros nos próximos 3 a 5 anos.
O que pesa negativamente nessa visão é o fraco desempenho apresentado pelo segmento de aço da Usiminas. Números ruins já eram esperados pelo mercado, mas chamou a atenção do BTG a dificuldade da empresa de recuperar seus ganhos. “Faz algum tempo que a qualidade dos ganhos é baixa (…) o que complica significativamente a análise”.
O BTG também alertou para o desempenho das margens Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos negócios de aço da empresa, que segue apresentando números fracos e de apenas um dígito.
Relembrando os números…
A Usiminas registrou uma queda de 33% no lucro do quarto trimestre, para R$ 268 milhões. No ano, o lucro da siderúrgica caiu 55%, para R$ 377 milhões - resultado acima da previsão de analistas ouvidos pela Bloomberg, que apontavam R$ 89,7 milhões para essa linha do balanço.
Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 469 milhões no 4º trimestre, recuo de 44% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Mas nem tudo está perdido
A classificação neutra do BTG também leva em consideração alguns aspectos positivos nos negócios da Usiminas. O principal deles é a capacidade da siderúrgica em manter sua dívida líquida em queda trimestre após trimestre.
Para o BTG, a queda de quase R$ 800 milhões na dívida líquida da Usiminas entre o terceiro e o quarto trimestres de 2019 foi bastante positiva, e deixa a empresa em uma posição bastante confortável em termos de alavancagem (1,7x na razão dívida líquida/Ebitda). Vale lembrar que a empresa fechou 2019 com uma dívida de R$ 3,2 bilhões.
Enquanto isso, na bolsa…
As ações preferenciais da série A da Usiminas (USIM5) figuravam entre as maiores baixas do Ibovespa no pregão desta sexta. Por volta das 15h30, os papéis caíam 4,25%, negociados a R$ 9,91.