Teste de estresse para covid-19 mostra necessidade de mais provisões de bancos
Segundo BC, teste demonstrou uma necessidade adicional de capital de aproximadamente R$ 70 bilhões para as IFs (instituições financeiras) voltarem a se enquadrar nos limites de capital regulatório

O Banco Central realizou um teste de estresse específico para avaliar a capacidade dos bancos brasileiros enfrentarem a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com a instituição, o teste foi um dos "mais severos realizados até hoje" e indicou a necessidade de as instituições financeiras aumentarem de forma expressiva suas provisões.
De acordo com a autarquia, o teste específico "demonstrou uma necessidade adicional de capital de aproximadamente R$ 70 bilhões para as IFs (instituições financeiras) voltarem a se enquadrar nos limites de capital regulatório, montante equivalente a 7,2% do total do PR (patrimônio de referência) do SFN, enquanto o Índice de Basileia cairia de 19,5 para 15,3".
"Teste de estresse específico para os efeitos da Covid-19, supondo eventual queda na avaliação da qualidade do risco de crédito ou mesmo default das empresas e dos trabalhadores dos setores econômicos mais afetados, incluindo o contágio provocado no setor real e no setor financeiro, indica necessidade de aumento expressivo de provisões", registrou o BC em seu Relatório de Estabilidade Financeira (REF), publicado nesta quarta-feira.
O documento, divulgado a cada seis meses pelo BC, traz informações referentes ao segundo semestre de 2019. No entanto, em função do acirramento da crise em março de 2020, o BC decidiu fazer um teste específico de estresse vinculado à pandemia. As avaliações constam no REF divulgado nesta quarta. "O atual nível de capital do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e o nível de provisões constituídas funcionam como importantes amortecedores desses choques", disse o BC, em relação à crise atual.
O BC ponderou ainda que, "se, por um lado, o teste de estresse específico demonstrou que o sistema tem capacidade de recompor os níveis mínimos de capital, por outro, devido ao volume de provisões que seriam necessárias, a capacidade de o sistema gerar novos créditos e sustentar o crescimento da economia ficaria temporariamente comprometida". Neste contexto, "considerando a rentabilidade em períodos de crises anteriores, seriam necessários três anos para o sistema recompor sua atual capacidade", acrescentou o BC.
Apesar das indicações, o próprio BC pontuou que os resultados do teste de estresse deve ser relativizado, "tendo em vista que todos os eventos sensibilizam o resultado contábil das IFs em um único momento e não foi considerada a retenção de lucros futuros ou a reação dos bancos a fim de mitigar as perdas". "A título de comparação, o menor resultado contábil obtido pelo sistema, no auge da recessão de 2016-2017, quando o PIB caiu 3,4%, foi um lucro líquido equivalente a 10,5% do PR", acrescentou o BC.
Leia Também
Pix parcelado já tem data marcada: Banco Central deve disponibilizar atualização em setembro e mecanismo de devolução em outubro
Banco Central planeja lançar o Pix parcelado, aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução e expandir o pagamento por aproximação ainda em 2025; em 2026, chega o Pix garantido
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária
Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo
Lucro do Banco Master, alvo de compra do BRB, dobra e passa de R$ 1 bilhão em 2024
O banco de Daniel Vorcaro divulgou os resultados após o término do prazo oficial para a apresentação de balanços e em meio a um negócio polêmico com o BRB
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Impasse no setor bancário: Banco Central deve barrar compra do Banco Master pelo BRB
Negócio avaliado em R$ 2 bilhões é visto como ‘salvação’ do Banco Master. Ativos problemáticos, no entanto, são entraves para a venda.
Protege contra a inflação e pode deixar a Selic ‘no chinelo’: conheça o ativo com retorno-alvo de até 18% ao ano e livre de Imposto de Renda
Investimento garimpado pela EQI Investimentos pode ser “chave” para lucrar com o atual cenário inflacionário no Brasil; veja qual é
Nubank (ROXO34): Safra aponta alta da inadimplência no roxinho neste ano; entenda o que pode estar por trás disso
Uma possível explicação, segundo o Safra, é uma nova regra do Banco Central que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano.
Banco de Brasília (BRB) acerta a compra do Banco Master em negócio avaliado em R$ 2 bilhões
Se o valor for confirmado, essa é uma das maiores aquisições dos últimos tempos no Brasil; a compra deve ser formalizada nos próximos dias
110% do CDI e liquidez imediata — Nubank lança nova Caixinha Turbo para todos os clientes, mas com algumas condições; veja quais
Nubank lança novo investimento acessível a todos os usuários e notificará clientes gradualmente sobre a novidade
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil
Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março