Congresso tem maturidade para tratar de marcos regulatórios, diz Montezano, do BNDES
Montezano disse enxergar a importância do setor privado na retomada efetiva da economia brasileira. Segundo ele, apesar da ajuda às empresas, será a demanda que definirá o tamanho de setores afetados pela crise, como o aéreo

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse nesta quinta-feira (20) que o Congresso é maduro para apreciar os marcos regulatórios de diversos setores da economia.
"Hoje vejo no Congresso preocupação relevante e maturidade quanto aos marcos regulatórios, como saneamento, gás, cabotagem, setor elétrico", disse Montezano, durante transmissão ao vivo de evento do Santander Brasil.
Segundo ele, o BNDES, inclusive, está em discussões com Estados sobre a privatização de distribuidoras de gás.
"Para o próximo ciclo, você também tem de fazer a manutenção de agências reguladoras, e temos de dar maturidade a elas para se desenvolverem", afirmou, citando elogiosamente a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Montezano disse enxergar a importância do setor privado na retomada efetiva da economia brasileira, em meio à crise econômica gerada pela pandemia. Segundo ele, apesar da ajuda às empresas, será a demanda que ajudará a recuperação de setores afetados pela crise, como o aéreo.
"O BNDES dá um empurrão, a demanda é que decide o tamanho do setor aéreo, ou do de rodovias", afirmou Montezano. O banco disponibilizou uma linha de crédito às aéreas e, ontem, o executivo afirmou que o aceite da utilização dos recursos depende das companhias.
Leia Também
Cyrela (CYRE3): Lançamentos disparam mais de 180% (de novo) e dividendos extraordinários entram no radar — mas três bancões enxergam espaço para mais
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Ele destacou as ações do banco para mitigar os efeitos da crise para os micro e pequenos empresários, com a disponibilização de R$ 60 bilhões em crédito, sendo que o governo federal por meio de diferentes órgãos liberou R$ 150 bilhões ao todo.
"Estamos bem confiantes de que, com a sanção de ontem. veremos o mercado de crédito a micro e pequena empresa despontando", afirmou ele, sobre a decisão de ontem do presidente Jair Bolsonaro em relação ao projeto de financiamento a pequenas e médias empresas via maquininha.
Para o comandante do banco público, o Brasil sempre teve problemas relacionados às PMEs no Brasil, uma espécie de "gargalo de crédito para essa camada econômica", disse ele.
Além do peso do investimento privado na retomada, bons projetos e juros baixos são fundamentos para recuperação — tanto na recuperação de curto prazo, quanto para o PIB potencial no longo prazo.
"É só assim para a retomada não ser voo de galinha, ser de longo prazo", disse Montezano.
Para ele, o crédito às empresa e o auxílio emergencial garantirá atravessar a crise.
Infraestrutura e ESG
O chefe do BNDES disse que o juro real baixo é um fundamento positivo para os projetos de infraestrutura. Ainda assim, é necessário um pilar regulatório, para dar estabilidade para quem investe, e erguer um pilar de projetos, "feitos com acurácia, sem ser afoito".
"Próximo ao Congresso e ao governo, o BNDES quer dar sequência à regularização", disse Montezano. "Precisamos também de mais empresas que façam projetos de infraestrutura, para desenvolver todos os pilares".
Montezano afirmou ainda que não é possível falar de lucro sem falar de meio ambiente, em meio às críticas sobre a condução da política ambiental do governo Bolsonaro. O BNDES pretende ajudar as empresas do país a atingir metas sociais e ambientais, disse.
"Lucro e meio ambiente andam juntos. O objetivo do BNDES é ter impacto social, fazer um país mais justo", afirmou.
O banco tem em sua agenda o foco em parques florestais para a concessão, trabalhando junto ao governo federal e estadual para incentivar o turismo e a consciência ambiental, disse Montezano.
Carteira e planos à frente
Segundo o presidente, o BNDES tem R$ 200 bilhões em investimentos em 80 projetos na carteira. Ele disse que o BNDES está começando a focar em outro ramo, a atuação em seguros e fianças para projetos de infraestrutura.
"A ideia é não usar o nosso caixa, operando com micro e pequenos empresários através de fundos, o que abriria uma frente importante para a infraestrutura."
Segundo Montezano, a financiabilidade pelo mercado de capitais vem melhorando nos últimos 5 ou 10 anos, mas o financiamento de infraestruturas precisa de prazos mais longos.
Hoje, ele disse que o BNDES é o vértice no financiamento a longo prazo em real — o financiamento em moeda estrangeiro possui ofertas de bancos estrangeiros.
"O financimento de infraestrutura é feito normalmente em real, e nesse caso precisamos de um vértice de longo prazo e aí precisa de BNDES", disse ele.
"Queremos funcionar como alguém que facilita o mercado, que chama o mercado, apoiando com conhecimento técnico, chamando demanda, facilitar o amadurecimento do mercado, trazer o mercado de renda fixa para prazos mais longos."
Saneamento
Sobre os investimentos em saneamento básico, Montezano disse que o BNDES está dividindo os "players" do negócio em financiadores, operadores de saneamento e investidores financeiros.
"Precisamos aproximar operadores e investidores, o volume de recursos é tão grande, o prazo é tão longo, que a gente precisa desenvolver esses investidores", afirmou, citando que hoje só 6% do saneamento básico do país tem investimento privado.
O saneamento básico da região metropolitana de Maceió vai ser o primeiro leiloado, ainda sob a legislação antiga sobre o tema. Montezano diz ver grande demanda para o pleito, em que participarão, por ora, 15 empresas.
"Hoje, nosso foco é desenvolver consórcios, grupos competidores para o leilão. Por ora, Caixa e BNDES bastam para o crédito."
Crédito privado
O chefe da instituição disse que o BNDES está tentando fomentar fundos de private debt (crédito privado), e afirmou que adoraria que o banco fosse cotistas de 3 a 8 fundos do segmento.
"Capitalizaríamos esse fundo e, se a gente conseguisse aumentar a quantidade de gestores de crédito de ativos de 15 a 20 anos, naturalmente a liquidez vem junto com essa turma", disse ele. "A gente precisa dar esse passo no crédito, queremos ser apoiador, atuar com produtos e sermos cotistas relevantes."
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
As melhores empresas para crescer na carreira em 2025, segundo o LinkedIn
Setor bancário lidera a seleção do LinkedIn Top Companies 2025, que mede o desenvolvimento profissional dentro das empresas
Startup Mombak recebe R$ 100 milhões do BNDES para reflorestamento na Amazônia com apoio do Fundo Clima
Empresa é a primeira a acessar recursos do Novo Fundo Clima para projetos de restauração florestal; investimento deve impulsionar economia local e mercado de carbono no Brasil
Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump
Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC
O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio
Cogna (COGN3) mostra ao investidor que terminou o dever de casa, retoma dividendos e passa a operar sem guidance
Em meio à pandemia, em 2020, empresa anunciou guidances audaciosos para 2024 – que o mercado não comprou muito bem. Agora, chegam os resultados
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Lucro do Banco Master, alvo de compra do BRB, dobra e passa de R$ 1 bilhão em 2024
O banco de Daniel Vorcaro divulgou os resultados após o término do prazo oficial para a apresentação de balanços e em meio a um negócio polêmico com o BRB
Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA
Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas
Petrobras faz parceria com BNDES e busca rentabilidade no mercado de créditos de carbono
Protocolo de intenções prevê compra de créditos de carbono de projetos de reflorestamento na Amazônia financiados pelo Banco
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Agenda econômica: Payroll, balança comercial e PMIs globais marcam a semana de despedida da temporada de balanços
Com o fim de março, a temporada de balanços se despede, e o início de abril chama atenção do mercado brasileiro para o relatório de emprego dos EUA, além do IGP-DI, do IPC-Fipe e de diversos outros indicadores
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
JBS (JBSS3) pode subir 40% na bolsa, na visão de Santander e BofA; bancos elevam preço-alvo para ação
Companhia surpreendeu o mercado com balanço positivo e alegrou acionistas com anúncio de dividendos bilionários e possível dupla listagem em NY
CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço
Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre