Joseph Safra, banqueiro mais rico do mundo, morre aos 82 anos
Com uma fortuna estimada de R$ 119 bilhões, o banqueiro mais rico do mundo havia desbancado Jorge Paulo Lemann na lista dos bilionários brasileiros recentemente.
Morreu nesta quinta-feira (10), de causas naturais, Joseph Safra - fundador do banco Safra e líder do ranking de bilionários brasilieros.
Nascido no Líbano, em 1938, Safra imigrou para o Brasil na década de 60 e assumiu os negócios da família, consolidando o Banco Safra, com presença em 25 países e mais de R$ 1 trilhão sob gestão.
'Seu José', como era conhecido pelos mais íntimos, não costumava ostentar um estilo de vida extravagante. Longe dos holofotes e das páginas das revistas, o seu silêncio virou sua marca registrada.
Casado com Vicky Sarfaty desde 1969, teve quatro filhos (Jacob, Esther, Alberto e David) e 14 netos.
"Homem afável e perspicaz, dedicou sua vida à família, aos amigos, aos negócios e causas sociais. Foi um grande banqueiro, um verdadeiro empreendedor que construiu o Grupo Safra no mundo, obtendo sucesso por sua seriedade e visão de negócios. Foi um grande líder e muito respeitado dentro e fora da organização."
- Grupo Safra, em nota.
Com uma fortuna estimada de R$ 119 bilhões, o banqueiro mais rico do mundo havia desbancado Jorge Paulo Lemann na lista dos bilionários brasileiros recentemente na lista da Forbes.
Leia Também
Legado
A cultura que Joseph impôs nos negócios da família imprimiu na marca Safra uma imagem de solidez e de que o banco é blindado a crises.
Ao mesmo tempo, também fez com que o grupo demorasse mais do que os concorrentes para se ajustar às inovações do mercado. Enquanto fazia negócios mundo afora, Joseph Safra também se dedicou à filantropia.
Foi um dos maiores doadores dos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo. À Pinacoteca, ele doou esculturas de Rodin, e ao Museu de Israel, em Jerusalém, o manuscrito original da Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Durante a pandemia da covid-19, o banco doou cerca de R$ 40 milhões para hospitais e Santas Casas.
A dinastia Safra
Joseph Safra é da quarta geração de uma tradicional família de banqueiros, com origem na Síria, que começou financiando o comércio entre as cidades de Aleppo, Constantinopla e Alexandria. Jacob, pai de Joseph, mudou-se para o Líbano depois da Primeira Guerra Mundial e abriu o Jacob Maison de Banque em Beirute. Foi lá que Joseph nasceu, em 1938.
A vinda para o Brasil, na década de 1950, tem relação com a perseguição aos judeus no Oriente Médio, após a criação do Estado de Israel. Joseph contou certa vez que seu pai migrou com a família buscando um refúgio, porque acreditava que a terceira guerra não demoraria a começar.
Antes de se juntar aos pais e irmãos em São Paulo, Joseph Safra concluiu os estudos na Inglaterra e chegou a trabalhar no Bank of America, nos EUA. Edmond, o mais velho dos nove irmãos, assumiu os negócios da família no exterior, enquanto Moise e Joseph ajudavam Jacob no Brasil.
Em 1999, Edmond Safra foi assassinado no apartamento onde vivia com a mulher Lilly, em Mônaco, após um incêndio criminoso provocado por um de seus enfermeiros. A morte desencadeou uma briga familiar em torno da herança.
Sem chegar a um acordo para que Moise vendesse sua participação no banco, Joseph fundou o J. Safra, com as mesmas características e para atender aos mesmos clientes. Os dois só chegariam a um acordo em 2006.
A essa altura, perto de completar 70 anos, Joseph já começava a colocar em curso seu plano de sucessão, para entregar o comando dos negócios aos filhos Jacob, Alberto e David (Esther chegou a trabalhar durante um ano do banco, e hoje é dona da escola judaica Beit Yaacov, em São Paulo). A troca de bastão, no entanto, acabou sendo adiada por causa da crise financeira global.
Mesmo nas grandes crises financeiras, o banco nunca precisou de socorro do governo. Mas, nos bastidores, o banqueiro sempre esteve perto do poder.
Expansão sem estardalhaço
Nos anos seguintes à crise global, com a discrição que lhe é peculiar, Joseph surpreenderia o mercado com o anúncio de grandes negócios. Em 2012, comprou o banco suíço Sarasin, dobrando o volume de recursos sob sua administração.
Dois anos depois, junto com o empresário brasileiro José Luís Cutrale, entrou na disputa (e ganhou) por uma das maiores produtoras de bananas do mundo, a americana Chiquita Brands International, adquirida por US$ 1,3 bilhão.
Hoje, o conglomerado da família Safra inclui, além de bancos na Suíça, no Brasil e em Nova York, mais de 200 imóveis ao redor do mundo, entre eles o famoso Gherkin Building em Londres.
A área internacional está sob o comando de Jacob, o filho mais velho de Joseph. No Brasil, David e Alberto dividiram a gestão do banco por seis anos até o fim de 2019. Por desentendimentos com o irmão, Alberto deixou a instituição e abriu a gestora de recursos ASA Investments.
Repercussão
A morte de Safra recuperte entre agentes ligados ao mercado financeiro ao longo desta quinta-feira. A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) disse em nota que o banqueiro foi um visionário, líder e empreendedor. "Foi também muito conhecido no meio filantrópico com doações para hospitais, museus e à comunidade judaica".
A B3 disse que o legado de Safra "transborda o mercado financeiro na capacidade de aliar e realmente viver, no seu dia a dia, a visão de um negócio bem sucedido e uma profunda responsabilidade social".
O Bradesco comentou que a marca Safra destacou-se nos principais mercados do mundo, referência entre os competidores como exímio gestor do patrimônio das famílias. "Por seus méritos, amealhou fortuna, mas sua atuação em sociedade era ressaltada pela máxima elegância e discrição, aquelas qualidades que distinguem os grandes homens", disse o banco em nota assinada por Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração.
O presidente do Itaú, Candido Botelho Bracher, disse que Safra aliou ao papel de grande empresário aquele de grande filantropo, compartilhando assim seu êxito com a sociedade.
Presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial disse, em nota, que Safra foi um homem de coragem, com participação fundamental no desenvolvimento do setor bancário do País, empreendendo também em outras áreas com destemor e eficiência.
Também em nota, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que recebeu a notícia com pesar. "Em nome dos colaboradores da Caixa, expresso nossos sentimentos aos familiares e amigos", disse.
*Com informações de Estadão Conteúdo
Adeus, Porto Seguro (PSSA3), olá Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3): em novembro, o BTG Pactual decidiu ‘mergulhar’ no varejo de moda; entenda o motivo
Na carteira de 10 ações para novembro, o BTG decidiu aumentar a exposição em ações do setor de varejo de moda com múltiplos atraentes e potencial de valorização interessante
Melhor que Magazine Luiza (MGLU3)? Apesar do resultado forte no 3T24, Empiricus prefere ação de varejista barata e com potencial de valorizar até 87,5%
Na última quinta-feira (8), após o fechamento do pregão, foi a vez do Magazine Luiza (MGLU3) divulgar seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024, que agradaram o mercado, com números bem acima das expectativas. Entre julho e setembro deste ano, o Magalu registrou um lucro líquido de R$ 102,4 milhões, revertendo o prejuízo de […]
Império de Warren Buffett, Berkshire Hathaway bateu recorde com mais de US$ 300 bilhões em caixa no 3T24, sem recompra de ações
Com isso, o lucro operacional da Berkshire — que abrange o lucro total das empresas do conglomerado — totalizou US$ 10,1 bilhões, uma queda de cerca de 6% em um ano
A chance de ter um pedaço da fábrica de bilionários chegou? Mesmo com alta de 66% no ano, BTG acredita que é hora de comprar Weg (WEGE3) — e vê espaço para mais
O banco de investimentos estima que os papéis podem chegar a R$ 68,00, o que representa uma alta potencial de 20% em relação às cotações de fechamento
Uma espiada na carteira do Warren Buffett brasileiro: Luiz Barsi revela duas ações atraentes na B3 — e uma delas pode subir na bolsa a qualquer momento
Uma das apostas é uma seguradora que já subiu 19% na bolsa desde janeiro e ainda tem potencial para mais. A outra é uma ação para o longo prazo.
Cada um com suas preferências: Ibovespa reage a balanços do Bradesco e da Ambev e à Pnad Contínua enquanto Wall Street aguarda PCE
Índice de inflação preferido do Fed será divulgado hoje nos EUA; aqui, investidores olham para dados de emprego e desemprego
No crédito ou no débito? Ibovespa reage a balanços, Wall Street e expectativa com cortes de gastos
Enquanto a temporada de balanços segue adiante, dólar começa o pregão de hoje no nível mais elevado em mais de três anos
TikTok dá dinheiro… e muito: dono da rede social é o homem mais rico da China; veja a lista dos bilionários do país
A Hurun China Rich List revela mudanças na economia do país asiático e mostra que acabou a dominância dos magnatas do setor imobiliário
Elon Musk quer eleger Donald Trump a todo custo, mas sua ‘loteria de US$ 1 milhão’ é alvo da Justiça americana; entenda o caso
A promessa de sortear US$ 1 milhão por dia foi vista como “loteria ilegal” pelo Ministério Público da Filadélfia
Sorteio de cheques de US$ 1 milhão por Elon Musk levanta debate sobre possível compra de votos nos EUA
Elon Musk promete sortear cheques entre eleitores que apoiarem petição de seu comitê pró-Trump em Estados-pêndulo
Novo apoio de Elon Musk a Donald Trump: Homem mais rico do mundo vai pagar prêmio de US$ 1 milhão por dia para quem assinou sua petição
A ação espalhafatosa do fundador da Tesla e da SpaceX demarca um território desconhecido na política americana; entenda
A Louis Vuitton vai trocar as roupas de grife pelas camisetas de time? LVMH avalia compra de participação em clube de futebol de Paris
Juntando-se à Red Bull, a maior empresa de luxo do mundo está planejando aquisição em time parisiense que joga na segunda categoria da liga francesa
Quem foi Ratan Tata, magnata morto aos 86 anos que liderou o maior conglomerado empresarial da Índia
À frente do grupo, Tata foi responsável por transformá-lo em um império global por meio de uma série de negócios de destaque, como as aquisições da Jaguar e da Land Rover
Elon Musk quer ter o próprio Uber: o que é o robô-taxi que será apresentado pela Tesla amanhã
O chamado Cybercar está nos planos do bilionário há anos; nesta quinta-feira (10), ele deve apresentar as principais ideias e a tecnologia por trás do veículo
Sabatinando Galípolo: Senado vota hoje indicado de Lula para suceder Campos Neto no Banco Central, mas Ibovespa tem outras preocupações
Além da sabatina de Galípolo, Ibovespa terá que remar contra a queda do petróleo e do minério de ferro nos mercados internacionais
Quem é mais rico do que Jeff Bezos? Outro bilionário assume a vice-liderança entre as maiores fortunas do mundo
O topo da lista segue sendo ocupado por Elon Musk. O dono da Tesla tem uma fortuna estimada em US$ 263 bilhões (R$ 1,45 trilhão), de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg
Eleições voltam à estaca zero, enquanto investidores aguardam números de inflação no Brasil e nos Estados Unidos
Além disso, nesta semana ainda será publicada a ata da mais recente reunião do Fomc, o Copom norte-americano, que reduziu os juros nos EUA
Tecnologia é o segredo pra ser ultrarrico? Lista de mais ricos dos Estados Unidos mostra que apenas um bilionário não está no setor tech
Mark Zuckerberg é o ‘caçula’ e Warren Buffett, o ‘ancião’: veja a lista dos bilionários dos EUA, segundo a Forbes
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Os mais ricos devem ser mais taxados, diz Bill Gates, que revela qual seria a ‘taxação ideal’ para os bilionários
Em podcast e em nova série documental na Netflix, o fundador da Microsoft faz críticas aos ultrarricos, mas diz que taxação não pode destruir o “sonho americano”