Estapar capta R$ 345 milhões em IPO no meio da crise
O preço por ação foi definido em R$ 10,50, no piso da faixa indicativa – que variava até R$ 13,00. Empresa pretende usar os recursos para o pagamento da concessão da Zona Azul no município de São Paulo
No meio da tempestade nos mercados provocada pelo coronavírus, a rede de estacionamentos Estapar fechou uma captação de R$ 345,3 milhões em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
O preço por ação foi definido em R$ 10,50, no piso da faixa indicativa – que variava até R$ 13,00.
Era justamente pelo valor mínimo que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, garantia a aquisição dos papéis caso não houvesse demanda dos investidores. Mas não está claro o quanto da oferta ficou com os investidores no mercado e quanto ele precisou desembolsar.
A Estapar pretende usar os recursos para o pagamento da concessão da Zona Azul no município de São Paulo. A companhia ganhou a licitação realizada no fim do ano passado, mas o Ministério Público questiona o processo na Justiça.
De todo modo, o pagamento pela concessão está previsto para acontecer na próxima semana. Foi justamente pelo cronograma apertado que a companhia decidiu levar o IPO adiante mesmo no meio da crise do coronavírus.
André Esteves é o principal acionista da Estapar, com 47,7% do capital. A empresa de estacionamentos também tem como acionistas a Equity International, do bilionário Sam Zell, e um fundo da gestora Crescera, que até 2018 tinha como um dos sócios o ministro da Economia, Paulo Guedes.
As ações da companhia estreiam no pregão da B3 na sexta-feira, com o código “ALPK3”.
O IPO da Estapar é liderado pelo próprio BTG Pactual. Diante da participação de Esteves na companhia, o Bradesco BBI figura como coordenador adicional para evitar eventuais conflitos de interesse. Além dos dois bancos, Santander e BB Investimentos participam da operação.