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Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
Jornalista formado pela PUC-SP, com pós-graduação em Economia Brasileira e Globalização pela Fipe. Trabalhou como repórter no Valor Econômico, IstoÉ Dinheiro e Agência CMA.
PLANOS

Agora parte do BTG, Necton vai em busca de pequenos investidores

Corretora pretende lançar iniciativas e produtos para a base dos investidores, para quem tem entre R$ 10 mil e R$ 15 mil aportados no mercado

Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
26 de outubro de 2020
18:50 - atualizado às 18:51
Marcos Maluf, CEO da Necton
Marcos Maluf, CEO da Necton - Imagem: Divulgação

O crescimento do número de CPFs na bolsa está no radar da Necton Investimentos. Com atuação originalmente voltada ao segmento de alta renda, a corretora tem planos de oferecer produtos e serviços para investidores menores.

A iniciativa ganha força após a corretora ter sido adquirida pelo BTG Pactual por R$ 348 milhões. Para o CEO da Necton, Marcos Maluf, o banco de investimentos vai oferecer robustez financeira e um leque maior de produtos, além de expertise e sinergias tecnológicas, permitindo a expansão das operações.

Em entrevista ao Seu Dinheiro, ele informou que a companhia pretende lançar iniciativas e produtos para a base da pirâmide dos investidores, aqueles que tem entre R$ 10 mil e R$ 15 mil aportados no mercado. Não que isso dependesse da chegada de um grande banco, como o BTG Pactual, ressaltou Maluf.

“A gente já tinha os nossos planos de ter mais investidores da base da pirâmide. Não estamos fazendo isso por causa do BTG”, disse. “Com o BTG, esses planos serão potencializados.”

A Necton tem atualmente mais de 40 mil clientes, o dobro do que há dois anos, quando foi fundada, com sua base de ativos sob custódia subindo de R$ 5 bilhões para R$ 16 bilhões. Mas o ticket médio de seus investimentos, em torno de R$ 150 mil, impede que investidores menores tenham acesso a seus serviços.

Isso deve mudar a partir do começo do ano que vem. Maluf não quis informar sua meta para número de clientes, mas se mostrou otimista com a chegada de novos perfis de investidores na bolsa e o que isto representará para a corretora.

“Os juros em patamares baixo trazem uma oportunidade sem precedentes para o mercado de capitais”, disse. “O público dessa camada, se tiver uma educação financeira adequada, será o grande investidor do futuro.”

Para conseguir atrair este novo tipo de cliente, o CEO da Necton redobrou sua aposta no modelo de negócios da companhia, focado nas necessidades dos clientes e trazendo conteúdo em uma linguagem acessível. “É preciso que eles [novos investidores] tenham, desde o começo, confiança para aproveitar o momento para trazer o dinheiro para a renda variável”, afirmou.

Consolidação

A Necton Investimentos foi fundada em 2018, após a junção de dois grandes nomes do mercado, a Spinelli e a Concórdia.

Desde então, ela esteve no mercado expandindo suas operações. Nos últimos 12 meses ela comprou a carteira de clientes das corretoras Coinvalores e Lerosa Investimentos, e fechou uma parceria operacional com a Mundinvest, Mundinvest.

Além de permitir buscar novos segmentos de clientes, a chegada do BTG Pactual também deve abrir caminho para novas compras. O acordo firmado entre as partes não impede a Necton de buscar no mercado outras corretoras para incorporar.  

“O BTG tem interesse que a gente possa expandir nosso modelo de negócio, buscar corretoras que confiam no time que está na Necton e que tenham a mesma cultura que a nossa”, afirmou Maluf, sem informar se tem algum negócio em vista.

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