‘Tudo vai voltar diferente do que era antes do vírus’, diz sócio da Stratus
Fundada há duas décadas, o portfólio da Stratus tem histórico de peso. A Sinqia, por exemplo, é um dos cases de sucesso da casa: em 2013, quando a empresa abriu o capital, o seu valor de mercado era de R$ 94,3 milhões.
A gestora brasileira de private equity Stratus tinha planos ambiciosos antes de a crise do coronavírus tomar conta do mercado ao redor do mundo. Das 7 empresas investidas por ela, duas estavam prestes a estrear na Bolsa com a realização do IPO. Apesar de a pandemia ter atrasado os projetos, o sócio-fundador da Stratus, Álvaro Gonçalves, vê um lado positivo: o número de consultores e empresários que procuraram a Stratus foi maior em 10 dias do que no mês de janeiro inteiro.
Fundada há duas décadas, o portfólio da Stratus tem histórico de peso. A Sinqia, por exemplo, é um dos cases de sucesso da casa: em 2013, quando a empresa abriu o capital, o seu valor de mercado era de R$ 94,3 milhões.
Em janeiro deste ano, antes da covid-19, foi avaliada em mais de R$ 2 bilhões, segundo a Economática.
Os investimentos em private equity estavam em crescimento desde 2017. O cenário de crise deve estacionar esse movimento?
O private equity é um camaleão e por isso é menos afetado pelos preços. Isso acontece porque ele recicla empresas em todos os cenários econômicos, mas não é imune porque precisa de capital para girar.
Assim como aconteceu em 2008 e em 2016, o private equity vai financiar a cicatrização dos ferimentos que estão sendo criados agora.
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Quais são os desafios da empresa a partir de agora?
São muitos desafios de gestão, logística e matéria-prima nas empresas investidas. Temos posição em sete companhias de grande porte. Duas estão em situação de lockdown e a solução é negociar as despesas pensando na volta das receitas no futuro. Além disso, estamos preparando novas lições de modelo de negócios para que ele seja compatível com a retomada. Afinal, tudo vai voltar um pouco diferente do que era antes.
Os planos de curto prazo da Stratus foram interrompidos, principalmente os IPOs?
Tínhamos duas empresas próximas de realizar o IPO neste ano, a BBM Logística e a Maestro Frotas. Outras duas também já estavam no nosso radar, a Flex Contact Center e a Cinesystem. Os projetos continuam, mas essa volatilidade no mercado altera a precificação. O Brasil está em um momento de recorde de abertura de capital. Em uma foto mais longa, essa curva permanece.
Quais são os setores com mais potencial no atual momento?
Estamos olhando com atenção os setores de alimentos e varejo. Neste momento, saúde, tecnologia e infraestrutura também ganham mais espaço.
Qual é o melhor caminho para o investidor evitar risco?
O investidor teve que aprender muita coisa nova em um período muito curto. O brasileiro ainda estava se acostumando a testar variações na carteira em um ambiente de juros baixos, então a pandemia trouxe uma trombada muito forte. O primeiro passo é não ficar só na renda fixa, mas ter ativos diferentes dentro do seu perfil de risco. Diversificar é o nome do jogo.
É possível tirar algo de positivo dessa crise?
Apesar de ser um ciclo agudo atípico, existe um lado bom nisso tudo. Em dez dias, recebemos mais ideias de projetos de consultores e empresários do que durante o mês de janeiro inteiro. Vamos crescer ainda mais agora.
O que a Stratus planeja conseguir este ano?
Dois processos de fusão ou aquisição entre as nossas empresas investidas estão no radar para sair até dezembro. Temos muitos pratos girando.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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