Rombo nas contas públicas este ano deve ser de R$ 540 bilhões, diz governo
Além disso, o teto de gastos começou a ser pressionado pelo aumento dos pedidos de seguro-desemprego por trabalhadores que foram dispensados em meio à crise

As despesas para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus devem levar o governo central a registrar um rombo de R$ 540,533 bilhões em 2020, segundo projeção atualizada hoje pelo Ministério da Economia. Além disso, o teto de gastos começou a ser pressionado pelo aumento dos pedidos de seguro-desemprego por trabalhadores que foram dispensados em meio à crise.
A equipe econômica identificou uma insuficiência de R$ 1,963 bilhão no teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas ao ano anterior.
O governo tem autorização para descumprir a meta fiscal negativa em R$ 124,1 bilhões devido à calamidade pública provocada pela pandemia da covid-19. Mas o teto de gastos continua em vigor e precisa ser cumprido.
"As estimativas das despesas primárias atualmente apontam ligeira pressão para cumprimento do teto dos gastos, em virtude de nova projeção nas despesas obrigatórias ainda não materializada no orçamento, destacando-se o programa de seguro-desemprego", diz a pasta.
A previsão de despesas com o seguro-desemprego aumentaram R$ 3,783 bilhões no relatório divulgado hoje. Diferentemente dos benefícios emergenciais criados para contemplar cidadãos atingidos pela crise, gastos que são feitos via crédito extraordinário (fora do teto), o seguro-desemprego é um programa permanente e, por isso, fica sujeito ao limite.
Apesar da pressão, o governo destacou que fará um monitoramento das despesas para assegurar o cumprimento do teto. "O controle do teto no Orçamento se faz mediante controle das dotações orçamentárias alteradas via edição de créditos adicionais. Assim, ao longo do ano serão acompanhados os comportamentos de todas as despesas obrigatórias para, na medida em que sejam necessárias as adequações orçamentárias, todos os ajustes sejam feitos para cumprimento do teto constitucional", afirma o Ministério da Economia.
Leia Também
Massa salarial
O Ministério da Economia estima uma queda de 2,9% na massa salarial em 2020. A previsão anterior era de crescimento de 6,2%.
O órgão revisou ainda a projeção da Selic média em 2020 de 4,2% para 3,1%. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa básica de juros de 3,75% a.a. para 3% a.a.
A Economia estima ainda um câmbio médio de R$ 5,0, ante projeção anterior de R$ 4,20 para este ano. A pasta também revisão a previsão para o preço do barril de petróleo em 2020, de US$ 41,87 para US$ 35,7.
Funcionalismo
No momento em que prega a necessidade de "sacrifício" por parte de servidores durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Economia alertou que poderá cortar R$ 3,5 bilhões direcionados pelo Congresso Nacional por meio de emendas para recompor o pagamento de salários e encargos com pessoal na União. A medida seria necessária porque o Legislativo não aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a redução de jornada e salário do funcionalismo em até 25%.
O relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), contabilizou nas estimativas de despesa de pessoal uma redução de R$ 5,8 bilhões nos gastos com salários de servidores contando com a aprovação da PEC que permite a redução de jornada e salários em até 25%. Esse dinheiro foi redirecionado por emendas dos parlamentares.
Como a PEC não foi aprovada, o Ministério da Economia avisou que poderá cancelar as dotações direcionadas a essas emendas para recompor o espaço necessário ao pagamento dos salários.
Neste momento, a previsão das despesas com pessoal está em R$ 3,5 bilhões acima do estimado na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2020. "Na medida em que for (incorporado o aumento na previsão de gasto), os ajustes orçamentários necessários serão realizados para restituição do orçamento ao teto dos gastos", alerta a pasta. O teto de gastos já registra insuficiência de R$ 1,963 bilhão.
"Caso a PEC não seja aprovada, ou no caso de sua aprovação, não se adotar a autorização de redução para a jornada e remuneração dos servidores, as dotações relativas às emendas em questão serão canceladas para cobertura do acréscimo nas despesas com pessoal e encargos apontadas na presente avaliação da ordem de R$ 3,5 bilhões, situação que também retornaria a despesa aos limites do teto", afirma o Ministério da Economia.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fiscal frouxo? Os gastos do governo fora do Orçamento não preocupam André Esteves, do BTG — e aqui está o porquê
Para o banqueiro, um dos problemas é que a política fiscal brasileira se mostra extremamente frouxa hoje, enquanto a monetária está “muito apertada”
Haddad vê mercado muito mais tenso — “não só no Brasil” — e fala em “obsessão de Lula” por equilíbrio fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, debateu os impactos do contexto internacional no Brasil e a economia nacional durante evento do BTG Pactual nesta manhã (25)
Memórias de uma janela fechada: Ibovespa busca manter alta com Wall Street de volta ao jogo e negociações sobre guerra na Ucrânia
Diante da agenda fraca, negociações entre EUA e Rússia ocorrem na Arábia Saudita, mas exclui os ucranianos da conversa
Datafolha: Aprovação de Lula cai ao pior patamar de todos os seus mandatos, enquanto rejeição bate recorde; veja os números
Queda de 11 pontos em dois meses é inédita, segundo a pesquisa feita com 2.007 eleitores em 113 cidades do Brasil
‘O barco vai balançar’: Galípolo prevê mercado mais agitado com fim do guidance do BC e indica inflação fora da meta
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, participou do primeiro evento desde a posse no cargo e comentou sobre a rota dos juros no Brasil
Governo divulga resultados individuais do “Enem dos Concursos”; veja como conferir se você foi aprovado no Concurso Público Nacional Unificado
A divulgação dos resultados do “Enem dos Concursos” veio em meio a polêmicas sobre as avaliações. Já a lista definitiva ainda será publicada
Alta da Selic, autonomia do BC e novo comando da Vale (VALE3): as falas de Lula que ajudam o Ibovespa e as ações da mineradora hoje
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira coletiva de imprensa do ano nesta quinta-feira (30) e falou também sobre a questão fiscal e a alta do preço dos alimentos
Até quando Galípolo conseguirá segurar os juros elevados sem que Lula interfira? Teste de fogo do chefe do BC pode estar mais próximo do que você imagina
Para Rodrigo Azevedo, Carlos Viana de Carvalho e Bruno Serra, uma das grandes dúvidas é se Galípolo conseguirá manter a política monetária restritiva por tempo suficiente para domar a inflação sem uma interferência do governo
Fim da polêmica? Transações por Pix voltam a aumentar na segunda metade de janeiro após onda de polêmicas e fake news
Onda de notícias falsas sobre taxação do Pix fez o volume de transações cair 13,4% no início do mês, em meio à polêmica com instrução normativa da Receita Federal
Ministério pedirá explicações aos Estados Unidos sobre brasileiros deportados algemados
Na chegada, alguns dos passageiros também relataram maus-tratos durante o voo, de acordo com notícias locais
Ministério da Fazenda desmente que Haddad teria propostas para acalmar o mercado nesta semana
Mais cedo, a coluna do jornalista Lauro Jardim no jornal dizia que Haddad já havia fechado com sua equipe três propostas para apresentar ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar reverter a deterioração do quadro fiscal.
Viagem de avião, voo internacional: Turistas estrangeiros gastaram mais de US$ 7 bilhões em 2024, maior valor em 15 anos
Uma das apostas do governo para elevar o número de turistas estrangeiros no país é a regulamentação da reforma tributária; saiba como
Dólar abaixo de R$ 6: moeda americana renova série de mínimas graças a Trump — mas outro motivo também ajuda na queda
Enquanto isso, o Ibovespa vira e passa a operar em baixa, mas consegue se manter acima dos 123 mil pontos
Com governo ‘perdido’ e sem perspectiva de melhora, ambiente para investir no Brasil está hostil, diz Felipe Guerra, da Legacy
No episódio do Touros e Ursos da semana, gestor responsável por mais de R$ 20 bilhões discute situação ‘vulnerável’ do Brasil e a volta de Trump à presidência
Imposto sobre consumo: entenda as principais mudanças da reforma tributária e quando as regras começam a valer
Sancionada ontem (16) pelo presidente Lula, a lei complementar simplificará a cobrança de impostos no país
Entre a paciência e a ansiedade: Ibovespa se prepara para posse de Trump enquanto investidores reagem a PIB da China
Bolsas internacionais amanhecem em leve alta depois de resultado melhor que o esperado da economia chinesa no quarto trimestre de 2024
Imposto sobre consumo: Lula sanciona regulamentação da reforma tributária, mas alguns pontos da proposta foram vetados
O texto teve votação concluída pelo Congresso Nacional no fim do ano passado e marca um momento histórico na reestruturação do sistema de impostos do país, discutida há três décadas
BC terá de elevar Selic a níveis “extremamente elevados” ou admitir dominância fiscal, diz SPX
Caso o governo não adote novas medidas fiscais, o ajuste virá pela inflação, que vai aumentar “até que o estoque de dívida perca relevância”, diz a SPX
Itamaraty se manifesta contra episódios de prisões e perseguição a opositores de Maduro; Venezuela fecha fronteira com o Brasil
Nicolás Maduro tomou posse ontem para o seu terceiro mandato como presidente da Venezuela, em uma cerimônia de chefes de Estado e governo
Nem Selic a 15% vai conseguir conter a inflação se a política fiscal não melhorar, diz economista-sênior da gestora de fortunas Julius Baer
No episódio da semana do Touros e Ursos, Gabriel Fongaro fala sobre as perspectivas para 2025