Queda de receitas deve levar a onda de revisões de contratos de concessão
A queda na demanda e os demais efeitos desencadeados pela pandemia de coronavírus poderão mexer com os contratos de concessão de infraestrutura
A forte queda na demanda e a perda de receita por causa do coronavírus deram início a uma onda de renegociação de contratos de concessão. Com o aval da Advocacia Geral da União (AGU), que classificou a pandemia como força maior, as concessionárias estão discutindo com o governo e seus advogados a melhor forma de recuperar os danos causados pela crise. As alternativas vão de ampliação de prazo das concessões a reajuste de tarifa.
O isolamento social, iniciado em meados de março, provocou uma queda de até 98% na movimentação de passageiros nos aeroportos; as rodovias perderam, em média, 30% das receitas; e o transporte urbano teve queda de até 70% no número de usuários.
No setor de energia elétrica, há um mix de redução no consumo e alta da inadimplência — o que, segundo as empresas, tem estrangulado o caixa e pode provocar um efeito em cadeia.
Desde o início da quarentena, a queda no consumo de energia foi de 12% e o avanço da inadimplência, de 15%. Nesse caso, o governo já está avaliando medidas para amenizar o problema. Entre elas, um empréstimo para compensar a inadimplência e a liberação de recursos de fundos setoriais para amenizar a queda no consumo.
As renegociações também devem alcançar os setores de saneamento, no qual a arrecadação caiu 25%, e de arrendamentos de terminais portuários. “Vamos ter de olhar caso a caso. Alguns serão mais prejudicados do que outros”, diz a secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério de Infraestrutura, Natália Marcassa.
Ela avalia que o parecer da AGU e o arcabouço regulatório que o País tem já permite a repactuação dos contratos sem novas regras. “Agora cada um terá de calcular seus prejuízos e as agências vão analisar os pedidos.”
Leia Também
Paulo Guedes tem um sopro de esperança para o Brasil
Na avaliação de especialistas, no entanto, o processo de reequilíbrio econômico-financeiro — jargão usado no setor que significa revisão e repactuação dos contratos diante de perdas provocadas por algum evento — é complexo mesmo em situações simples. Gera discussão e algumas vezes vai parar no Judiciário. A dúvida é se agora será diferente.
Levantamento da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) mostra que quase 30% dos executivos de empresas do setor acreditam que o reequilíbrio vai ocorrer, mas com muita dificuldade. Outros 17% afirmam que há muita incerteza e 47% acreditam que cada caso deverá ser analisado individualmente.
“Neste momento, temos certeza da necessidade do reequilíbrio contratual, mas ainda não sabemos, por exemplo, qual cálculo será feito para avaliar os prejuízos”, diz o sócio da área de infraestrutura do escritório L.O. Baptista Advogados, Alberto Sogoyar. Isso porque, mesmo após o fim do isolamento social, a previsão de especialistas é que a demanda não voltará tão rápido aos níveis pré-pandemia.
Particularidades
A revisão dos contratos de concessão não deverá seguir uma fórmula única. Cada caso terá uma solução específica, como ampliação do prazo de concessão, flexibilização dos investimentos e cortes no pagamento de outorgas e até aumento de tarifas.
"Tudo vai depender da magnitude dos prejuízos e do que cada contrato comporta", diz Natália Marcassa, secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério de Infraestrutura. "Numa concessão em que o pedágio é baixo, por exemplo, poderíamos fazer o reequilíbrio por meio de aumento da tarifa sem afetar muito o consumidor".
Em muitos casos, no entanto, haverá a necessidade de usar todas as formas possíveis de repactuação. Ou seja, o reequilíbrio viria por meio de um mix de várias medidas ao mesmo tempo.
"Precisamos usar tudo o que for possível para impedir que o sistema se rompa, como é o caso de energia elétrica", diz Venilton Tadini, presidente da Abdib. Também exigirá agilidade para evitar que o processo se arraste por muito tempo.
"Tem de ser algo tempestivo. Não pode ser uma negociação para daqui a um ano", diz o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, César Borges.
Essa é uma das preocupações das empresas que buscam renegociações. Segundo as concessionárias, a queda drástica na demanda afetou rapidamente o caixa, o que poderia comprometer serviços essenciais à população.
"Os reflexos da pandemia nas concessões são de uma complexidade enorme e vão exigir planejamento para que o processo seja aprovado com mais agilidade", diz Tadini.
Para especialistas, o ideal seria já abrir um processo administrativo junto às agências reguladoras para demonstrar os prejuízos — medida que serviria também como prestação de contas para seguradoras, agentes financiadores e investidores. "Em alguns setores, como o de aeroportos, já é possível demonstrar a frustração de demanda", diz o advogado Pedro Paulo Rezende Porto, do escritório Porto Advogados.
Aeroportos
No Galeão (RJ), o número de passageiros caiu 98% em abril, comparado com 2019; e em Guarulhos (SP), a média diária de 120 mil passageiros até fevereiro já havia despencado para 15 mil em março — queda de 87%.
A Gru Airport, concessionária de Guarulhos, disse ter iniciou conversas com o governo e que pretende usar o reequilíbrio para abater o valor da outorga.
A Riogaleão, que administra o aeroporto do Rio, diz que avalia os impactos da crise e acredita que o equilíbrio dos contratos será preservado. "A dúvida é como será a retomada depois do isolamento. As empresas vão voltar a operar, mas terá passageiro?", questiona o advogado do Cascione, Pulino e Boulos, Paulo Campana.
Segundo a advogada Ana Cândida de Mello Carvalho, do Barbosa, Müssnich, Aragão (BMA), há muitos questionamentos sobre as revisões contratuais. "Elas (as empresas) querem saber em que momento fazer o pedido e como construir as provas sobre o reflexos da pandemia."
Apesar da necessidade de pressa, especialistas alertam para o risco de possíveis irregularidades. Empresas que já estavam com problemas podem usar a pandemia para recuperar prejuízos passados, diz Alberto Sogoyar, da L.O. Baptista.
Agências
A complexidade de uma renegociação contratual é maior em alguns setores. Em saneamento básico, por exemplo, não há uma única agência reguladora para concentrar os possíveis pedidos de reequilíbrio de contrato.
"Temos uma regulamentação subnacional e 52 agências reguladoras. Ou seja, teremos de conduzir esse processo no varejo", diz o diretor executivo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Percy Soares Neto.
Segundo ele, desde o início da quarentena foram publicados 230 decretos regionais sobre conta e proibição de corte de água durante o período do coronavírus. "Como vamos reequilibrar os contratos desta forma?", questiona Neto. Ele afirma ter iniciado uma conversa com a Associação Brasileira de Agências Reguladoras (Abar) para criar um padrão de renegociação.
"Nós vivemos uma situação diferente: a demanda residencial está crescendo e a inadimplência, também. Vamos chegar ao final desse processo com algumas famílias com até cinco contas atrasadas", diz o executivo.
Durante o isolamento social, a arrecadação das empresas caiu 25%. "As concessionárias não vão quebrar, mas os investimentos essenciais para aumentar o atendimento de água e esgoto no País terão de ser revistos", diz Neto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Aumento de casos de covid-19 faz China endurecer restrições em Guangzhou
Endurecimento das restrições locais ocorre apenas um dia depois do afrouxamento da política de covid zero em território nacional chinês
Uma aposta levou sozinha o prêmio de quase R$ 65 milhões do último sorteio da Mega Sena. Será que foi você? Confira
Segundo a Caixa, o próximo sorteio da Mega Sena acontece no dia 12 de novembro e quem acertar pode levar cerca de R$ 3 milhões para casa
Público de shopping centers ainda está 20% abaixo do pré-pandemia
Regime híbrido de trabalho e popularização do e-commerce são algumas das hipóteses para explicar esse comportamento
Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
Ex-chanceler Jeremy Hunt sucederá Kwasi Kwarteng enquanto Liz Truss entrega os anéis para não perder os dedos — mudanças acontecem no prazo final que o BC deu aos fundos para reorganizarem a casa
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais avançam após virada de ontem; Ibovespa aguarda novas pesquisas Ipespe e Datafolha
Os investidores aguardam ainda hoje a participação de Pualo Guedes em evento do FMI e do Banco Mundial
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação antes da inflação dos EUA; Ibovespa acompanha eleições hoje
Paulo Guedes e Roberto Campos Neto participam da reunião entre ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 hoje
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem mais de 1% com medo da recessão global enquanto Ibovespa aguarda inflação
Recessão deve ser tema do encontro de hoje dos representantes do FMI com os dirigentes do Banco Mundial
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais aguardam payroll e Ibovespa mira dados do varejo hoje
Os investidores locais ainda aguardam a participação de Roberto Campos Neto em evento fechado à imprensa pela manhã
Esquenta dos mercados: Eleições pressionam Ibovespa enquanto bolsas no exterior aguardam ata do BCE e dados de emprego nos EUA
Os investidores aguardam os números de emprego nos Estados Unidos antes do payroll de sexta-feira
Esquenta dos mercados: Ibovespa acompanha corrida eleitoral enquanto bolsas no exterior realizam lucro antes da reunião da Opep+
Os investidores aguardam os números de emprego nos Estados Unidos antes do payroll de sexta-feira
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais estendem rali de alívio e Ibovespa reage às eleições mais um dia
Os investidores acompanham as falas de representantes de Bancos Centrais hoje; Christine Lagarde e Janet Yellen, secretária de Tesouro dos EUA são destaque
Esquenta dos mercados: Ibovespa digere eleição e nova configuração do Congresso; bolsas no exterior recuam à espera dos dados da semana
Os dados de emprego dos Estados Unidos dominam a semana enquanto os investidores acompanham reunião da Opep+
Esquenta dos mercados: Ibovespa digere debate quente da Globo, mas deve embarcar na alta das bolsas internacionais hoje
O índice de inflação dos Estados Unidos é o número mais importante do dia e pode azedar a alta das bolsas nesta manhã
Esquenta dos mercados: Bolsas lá fora ampliam cautela enquanto Ibovespa aguarda debate e relatório da inflação do BC hoje
O medo do exterior pressiona as bolsas por mais um dia: a perspectiva de um aperto monetário maior e mais longo injeta aversão ao risco nos investidores
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem antes de falas de Jerome Powell e dirigentes do Fed; Ibovespa acompanha Campos Neto e Guedes hoje
Por aqui, a última rodada da pesquisa Genial/Quaest antes do primeiro turno das eleições presidenciais mostra chances de que Lula ganhe no primeiro turno
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam emplacar alta com busca por pechinchas; Ibovespa acompanha ata do Copom hoje
A prévia da inflação brasileira será divulgada na terça-feira e o IPCA-15 deve registrar deflação mais uma vez
Esquenta dos mercados: Semana das bolsas internacionais começa no vermelho com cautela global; Ibovespa acompanha reta final das eleições
A prévia da inflação brasileira será divulgada na terça-feira, enquanto o PCE, índice cheio dos EUA, é a bola da vez na sexta-feira
Esquenta dos mercados: Investidores recolhem os cacos da Super Quarta com bolsas internacionais em queda; Ibovespa reage ao Datafolha
Os investidores reagem hoje aos PMIs de grandes economias, como Zona do Euro, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem em ajuste após Fed apertar os juros; com Selic estável, Ibovespa reage à comunicado do BC
Enquanto isso, os investidores aguardam as decisões de juros de outros bancos centrais, em uma Super Semana para as bolsas
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais aguardam decisões de juros da Super Quarta; Ibovespa acompanha eleições mais um dia
A decisão dos Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos são os dois grandes eventos do dia e você confere o que esperar deles aqui