🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Estadão Conteúdo
entrevista

‘Incerteza fiscal trava a volta do investimento’, diz economista

Para José Roberto Mendonça Barros, o déficit fiscal do País inibe a volta dos investimentos produtivos

Estadão Conteúdo
21 de setembro de 2020
10:07 - atualizado às 11:53
Imagem ilustrativa - Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O ambiente de incerteza que ronda as empresas, especialmente em relação a como será solucionado o grande déficit fiscal do País, inibe a volta do investimento produtivo e a recuperação sustentável da economia, na avaliação do economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados. "Enquanto o investimento não entrar em cena para valer, não tem sustentabilidade." A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. avalia a recuperação da economia?

Em junho iniciou-se uma recuperação que é visível em alguns segmentos. Por exemplo, em utilidades domésticas, eletrônicos, móveis, cimento. Isso em razão da natureza desses produtos, associado ao volume de dinheiro que o "coronavoucher" colocou no sistema. Chegamos a 60 milhões de pessoas recebendo pelo menos R$ 600. É uma montanha de dinheiro. Se olharmos do ponto de vista dos setores de produção, a recuperação é mais perceptível na indústria, tanto que existe dificuldade de entrega de alguns produtos. A recuperação se manteve em julho, agosto e até agora. Dependendo de onde você olha, dá um certo entusiasmo. Entretanto, o setor de serviços, que é a maior parte do PIB, vai mais lentamente. Por isso, não é uma recuperação em V. É uma retomada lenta e muito desigual entre setores, tamanho de empresas e tipo de empresas.

Qual foi o papel do auxílio emergencial na retomada e como fica daqui para frente?

Ninguém discorda que o grande motor desse movimento foi o auxílio emergencial. O que vai acontecer nos quatro últimos meses é que teremos um dente. Esse grupo de cerca de 60 milhões de pessoas, que é muita gente - nunca tivemos nada parecido - e que recebeu até agosto R$ 40 bilhões por mês, vai receber R$ 20 bilhões por mês. Além do auxílio menor, com a inflação dos alimentos na casa de dois dígitos vão sobrar menos recursos para outros gastos. Em paralelo, tem muita gente saindo do mercado. Vemos isso no pequeno negócio, na loja, na prestação de serviços.

Haverá reflexo no desemprego?

Leia Também

O efeito de desemprego ainda não terminou. À medida em que há retomada da atividade, mais gente buscará emprego. Por isso, a taxa de desemprego tende a aumentar.

Há perspectiva de uma recuperação sustentável?

Enquanto o investimento não entrar em cena para valer, não tem sustentabilidade. Até porque não tem privatização, tem pouca concessão, há uma incerteza enorme por parte das empresas. É curioso, porque estamos tendo notícia de falta de certos produtos, mas isso não necessariamente é garantia de que vai ter investimento. A demanda começa a melhorar e a empresa tem de tomar uma decisão difícil, por exemplo, ampliar o turno de produção, que custa dinheiro. A dúvida que todas as empresas estão tendo é se a demanda vai se manter para justificar a ampliação de turno e a sua manutenção.

O que precisaria fazer para virar essa chave?

Acho que o que está assustando muito é o que está acontecendo na parte macro. A pandemia levou à expansão da política fiscal que 100% dos analistas brasileiros apoiaram. O "coronavoucher" foi um movimento correto. Entretanto, elevou o déficit público, que ia ser de R$ 100 bilhões, para R$ 900 bilhões. A grande dúvida é o que vai acontecer com a questão fiscal. A trombada que tivemos entre a Economia (ministério) e o Planalto, com desejo intenso de partir para uma política populista de expansão de gastos, obviamente só acentua as dúvidas que os mercados têm. Ao mesmo tempo, as reformas, que já eram difíceis, parecem que estão se tornando mais difíceis ainda. Isso gera incerteza, cujo primeiro resultado é não ter investimento. Se pode dar uma confusão federal, não vai ter investimento. Outro reflexo da incerteza é que a taxa de juros longa não cai. A curta está em 2% ao ano. Mas a taxa longa esta entre 7% e 8%, que é alta com uma inflação de 2%. Isso porque há dúvidas sobre o que vai acontecer com a dívida pública. E o dólar fica lá em cima, acima de R$ 5. Qualquer confusão no cenário político, que haja dúvida sobre a parte econômica, a primeira vítima é a taxa de juros longa e a outra é a desvalorização do real. Daí, fica essa incerteza, que reforça a cautela por parte de todo mundo, que segura o investimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MACROECONOMIA EM FOCO

Brasil com grau de investimento, mais uma revisão positiva do PIB e inflação dentro da meta? Tudo isso é possível, segundo Haddad 

14 de outubro de 2024 - 14:17

O ministro da Fazenda admitiu em evento nesta segunda-feira (14) que o governo pode revisar mais uma vez neste ano a projeção para o Produto Interno Bruto de 2024

Cenário macro

Selic de dois dígitos será mais norma que exceção, diz economista do Citi; como os bancões gringos veem juros e inflação no Brasil?

7 de outubro de 2024 - 16:20

Cautela do Banco Central em relação à pressão inflacionária é bem vista por economistas do Citi, do JP Morgan e do BofA, que deram suas projeções para juros em 2024 e 2025

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Brasil com grau de investimento: falta apenas um passo, mas não qualquer passo

2 de outubro de 2024 - 14:40

A Moody’s deixa bem claro qual é o passo que precisamos satisfazer para o Brasil retomar o grau de investimento: responsabilidade fiscal

AVALIAÇÃO DO GOVERNO

Para 41%, economia brasileira piorou no último ano sob governo Lula, segundo pesquisa Genial/Quaest

2 de outubro de 2024 - 8:17

A pesquisa foi feita em setembro de 2024 com dois mil entrevistados e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos

APAGA A LUZ

Largada com bandeira vermelha: outubro começa com conta de energia elétrica mais cara a partir de hoje

1 de outubro de 2024 - 14:14

A medida eleva o preço para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos passa de R$ 4,463 para R$ 7,877

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Fim do Brasil não é o fim da História – e isso é uma má notícia

24 de setembro de 2024 - 20:01

Ao pensar sobre nosso país, tenho a sensação de que caminhamos para trás. Feitos 10 anos do Fim do Brasil, não aprendemos nada com os erros do passado

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Qual é a exata distância entre 25 e 50 bps?

18 de setembro de 2024 - 12:18

Em mais uma Super Quarta, os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciam hoje o futuro das taxas básicas de juros

REPORTAGEM ESPECIAL

O que pensam os “tubarões” do mercado que estão pessimistas com a bolsa — e o que pode abrir uma nova janela de alta para o Ibovespa 

17 de setembro de 2024 - 6:04

Após o rali em agosto, grandes gestoras do mercado aproveitaram para mexer nas posições de seus portfólios — e o sentimento negativo com a bolsa brasileira domina novas apostas dos economistas

VOLATILIDADE ATACA

‘Crise de depreciação’ do real tem dois ‘vilões’, segundo o BIS – mas a moeda brasileira não é a única a perder para o dólar

16 de setembro de 2024 - 14:40

O ‘banco central dos bancos centrais’ defende que as incertezas na economia dos Estados Unidos impactaram os ativos financeiros de países emergentes nos últimos meses

VISÃO DO GESTOR

O Ibovespa vai voltar a bater recordes em 2024? Na contramão, gestora com R$ 7 bi em ativos vê escalada da bolsa a 145 mil pontos e dólar a R$ 5,30

13 de setembro de 2024 - 6:11

Ao Seu Dinheiro, os gestores Matheus Tarzia e Mario Schalch revelaram as perspectivas para a bolsa, juros e dólar — e os principais riscos para a economia brasileira

POLÍTICA MONETÁRIA

O Copom “errou a mão” nas decisões de juros? Diretor do Banco Central revela perspectivas sobre Selic, inflação e intervenções no câmbio

5 de setembro de 2024 - 17:53

Segundo Diogo Guillen, a visão do Copom não mudou em relação a fazer o que for necessário para convergir a inflação à meta de 3% ao ano

FUTURO DOS JUROS

Novo presidente do BC terá “oportunidade imperdível” de subir a Selic e ganhar a confiança do mercado, diz Rogério Xavier, da SPX

20 de agosto de 2024 - 18:54

Na avaliação do sócio-fundador da SPX, um eventual pequeno ciclo de aumento de juros também traria um saldo positivo para o Brasil

Market Makers

Paulo Guedes tem um sopro de esperança para o Brasil

30 de julho de 2024 - 19:51

Ex-ministro da Economia explica por que acredita que o mundo vai voltar os olhos para o país

ECONOMIA BRASILEIRA

Governo está comprometido com déficit fiscal zero em 2025 — mas Brasil precisa gastar “o necessário”, afirma Simone Tebet 

18 de julho de 2024 - 11:37

Em entrevista, ministra do Planejamento e Orçamento reforçou a importância de zerar o déficit no ano que vem, mas disse que o Executivo precisa garantir as políticas sociais

MOEDA EM ALTA

Dólar em disparada: real está sofrendo com ataque especulativo ou a culpa é mesmo do presidente Lula?

3 de julho de 2024 - 14:37

Desde o começo do ano, a valorização da moeda norte-americana é da ordem de quase 15%, segundo o Tradingview

TENSÃO RENOVADA

Dólar sobe a R$ 5,65: As falas de Lula sobre Campos Neto, Banco Central e a Selic que levaram a moeda ao maior patamar em 2 anos

1 de julho de 2024 - 17:38

Nesta manhã, Lula aproveitou uma entrevista à Rádio Princesa para tecer novos comentários sobre o BC e o panorama brasileiro de juros e inflação

Giro do Mercado

Veja quais são os dois pontos fundamentais para o mercado voltar a pensar em novos cortes na Selic no 2º semestre

26 de junho de 2024 - 17:18

Segundo o head de renda fixa da Prosperidade Investimentos, Fernando Lourençon, atitude concreta do governo com relação aos gastos e queda de juros nos EUA são fundamentais para melhorar o ânimo local

PROCESSO SUCESSÓRIO

Sucessão de Campos Neto no BC assusta parte do mercado — mas CEO do Bradesco (BBDC4) “não perde o sono” com a transição 

25 de junho de 2024 - 16:05

Em evento, Marcelo Noronha ainda revelou as perspectivas para o futuro dos juros no Brasil e o que espera para a situação fiscal do país

AJUDA AO GOVERNO

Dividendos pingando na conta do Tesouro: BNDES eleva pagamento de proventos para 50% — e cifra deve chegar a R$ 16 bilhões

12 de junho de 2024 - 19:30

Aumento do percentual de pagamento de dividendos de 25% para 50% não deve reduzir os desembolsos do banco, segundo Aloizio Mercadante

ECONOMIA BRASILEIRA

Corte de gastos: Presidente do BNDES defende crescimento da economia para resolver crise fiscal

8 de junho de 2024 - 17:13

Aloizio Mercadante defendeu que o corte de gastos públicos pedido pelo mercado seja criterioso para não comprometer o crescimento do país

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar