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Mercado passa a prever queda de 6,5% do PIB em 2020

Focus desta segunda mostra que a mediana para o IPCA neste ano seguiu em alta de 1,63%; veja outras projeções

Três pilhas de moedas com blocos de madeira formando a sigla PIB
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, de retração 6,54% para queda de 6,50%, segundo o Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira (6).

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

Em junho, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 9,73% em abril ante março, na série com ajustes sazonais. Foi o maior recuo da história em um único mês.

No Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 6,00% para queda de 8,10%. Há um mês, estava em baixa de 5,35%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 4,00%, ante 3,00% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 66,25% para 67,10%. Há um mês, estava em 64,63%. Para 2021, a expectativa foi de 67,90% para 68,06%, ante 65,90% de um mês atrás.

Inflação

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O relatório desta segunda mostra que a mediana para o IPCA neste ano seguiu em alta de 1,63%. Há um mês, estava em 1,53%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava em 3,10%.

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O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa foi de 3,50% para 3,42%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% para ambos os casos.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

A expectativa de inflação no curto prazo tem sido bastante afetada pela perspectiva de que, com a pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica seja fortemente prejudicada, com impactos negativos sobre a demanda por produtos e baixa da inflação.

No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 seguiu em 1,51%. Para 2021, a estimativa do Top 5 permaneceu em 2,80%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,67% e 3,25%, nesta ordem.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, igual ao visto um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,38%, ante 3,50% de quatro semanas antes.

Câmbio

O Focus mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 5,20, ante R$ 5,40 de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio foi de R$ 5,00 para R$ 5,05, ante R$ 5,08 de quatro pesquisas atrás.

Resultado primário

O Focus trouxe ainda alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o PIB este ano foi de 10,20% para 10,50%. No caso de 2021, foi de 2,32% para 2,55%. Há um mês, os porcentuais estavam em 8,00% e 2,15%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 foi de 14,85% para 14,95%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, permaneceu em 6,50%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 12,30% e 6,20%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

Balança Comercial

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020, de superávit comercial de US$ 53,00 bilhões para US$ 53,45 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 47,75 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 55,00 bilhões para US$ 55,25 bilhões. Há um mês, estava em US$ 47,35 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 13,50 bilhões para US$ 11,75 bilhões, ante US$ 20,50 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo foi de US$ 20,88 bilhões para US$ 20,44 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 32,75 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 foi de US$ 57,50 bilhões para US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 60,00 bilhões. Para 2021, a expectativa foi de US$ 72,50 bilhões para US$ 70,00 bilhões, ante US$ 75,00 bilhões de um mês antes.

*Com Estadão Conteúdo

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