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Bruna Furlani
Bruna Furlani
Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.
DE OLHO NO ACORDO

EUA e China assinam acordo que prevê compras de mais de US$ 200 bilhões e fim das tarifas apenas após fase 2

Mesmo sem dar detalhes de quando será fechada a segunda etapa do acordo comercial, o presidente americano Donald Trump disse que vai “começar a negociar a próxima etapa do acordo muito em breve”

Bruna Furlani
Bruna Furlani
15 de janeiro de 2020
15:01 - atualizado às 18:49
Imagem: Casa Branca

O presidente americano, Donald Trump, e o vice-premiê chinês, Liu He, assinaram hoje (15), em Washington, o acordo comercial da chamada fase I, depois de dois anos de negociação. Ele prevê compras de US$ 200 bilhões em diversos serviços e produtos em um período de dois anos, incluindo a ampliação de compra de produtos agrícolas americanos pelos chineses de US$ 12,5 bilhões em 2020 e de US$ 19,5 bilhões em 2021.

Pelo acordo também ficou estabelecido que a China vai colocar mais de US$ 75 bilhões na indústria americana. Os chineses ainda se comprometeram a aumentar as compras de energia dos EUA para US$ 50 bilhões. Há ainda o compromisso de aumentar entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões as compras no setor de serviços, sendo que a ampla maioria deve ser na área financeira.

Os dois países ainda falaram sobre o fim das tarifas. Hoje, ambos estabeleceram que todas as tarifas impostas por ambos serão retiradas apenas após a fase 2.

Mesmo sem dar detalhes de quando será fechada a segunda etapa do acordo comercial, o presidente americano Donald Trump disse que vai "começar a negociar a próxima etapa do acordo muito em breve".

Ele também falou que não espera que exista uma fase 3 do acordo com a China e que tudo deve ser resolvido em breve.

Além de discutir sobre a questão tarifária, outro tema que entrou na pauta da cerimônia foi a desvalorização cambial. Durante o evento, o presidente Donald Trump disse que agora com o acordo serão impostas restrições mais sérias para evitar um movimento artificial.

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"Hoje avançamos um passo importante para uma relação mais equilibrada e justa com a China [...] e é um dia de grande celebração", disse Trump.

Trump falou ainda que um dos motivos que o fizeram concorrer a presidência foram os anos de acordos injustos estabelecidos com os chineses." A China está nos ajudando com a Coréia do Norte. É um jogo de pôquer e de xadrez. Eles nos ajudam e nós estamos ajudando a China", destacou Trump.

O presidente americano dedicou uma boa parte do tempo da cerimônia para agradecer à equipe envolvida no acordo e comemorou o fato de o Índice Dow Jones ter ultrapassado a marca de 29 mil pontos, na expectativa de que a primeira fase do acordo fosse fechada neste mês.

O acordo já estava precificado pelo mercado. Acompanhe a nossa cobertura e entenda como o anúncio mexeu com as bolsas americanas.

Resposta chinesa

Ao comentar a assinatura do acordo, o vice-premiê chinês destacou que a China vai se abrir ainda mais, mas espera que os Estados Unidos tratem as empresas chinesas de maneira justa.

Ele também afirmou que irá cumprir todas as normas estabelecidas na fase 1 do acordo e que irá expandir a importação de produtos americanos.

Anexo confidencial

Apenas um anexo confidencial que especifica os produtos e serviços americanos a serem comprados pela China não foi anunciado.

A informação já havia sido antecipada ontem (14) pelo representante comercial dos EUA (USTR), Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em nota.

A nota conjunta diz ainda que não há um acordo para redução adicional das tarifas existentes. “Não existe um acordo oral ou escrito entre os EUA e a China sobre essa questão, e não há um acordo para redução futura das tarifas. Qualquer rumor que diga o contrário é categoricamente falso.”

Entenda melhor

A fase 1 foi fechada em 13 de dezembro do ano passado. Na ocasião, autoridades americanas disseram que a China teria concordado em comprar um adicional de US$ 200 bilhões em produtos agrícolas, manufaturados, de energia e em serviços dos EUA pelos próximos dois anos, além das compras feitas em 2017.

As autoridades americanas ainda disseram que divulgariam metas para as quatro áreas, mas os detalhes só seriam divulgados em 15 de janeiro deste ano.

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