Desemprego seria de 16% com procura por vagas nos níveis de fevereiro, diz Itaú
Medidas de quarentena diminuíram nível de procura por trabalho e aumento do desemprego foi menor que o esperado, diz o banco
O distanciamento social imposto pela pandemia do coronavírus provocou o aumento do desemprego no país, mas também impediu que a taxa subissemainda mais. Essa é a avaliação dos economistas do Itaú Unibanco Luka Barbosa e Matheus Felipe Fuck.
Segundo o banco, levando em conta a hipótese de taxa de participação na força de trabalho — a procura por emprego — constante no nível de fevereiro, a taxa de desemprego teria atingido 16,0%, com ajustes sazonais. Também ajustado sazonalmente, o desemprego subiu de 11,6% para 12,1%.
Dadas as medidas de quarentena impostas por autoridades em meio à pandemia do coronavírus, essa taxa de participação caiu — o que significa que há mais pessoas que não são capazes de procurar trabalho ou que não se encontram disponíveis para trabalhar.
De janeiro a abril, sazonalmente ajustada, a taxa de participação variou de 61% para 59,1%, uma "queda acentuada", segundo o Itaú.
A taxa de desemprego no Brasil chegou à marca de 12,6% em abril, segundo o IBGE. Apesar da trajetória de alta, o resultado veio abaixo das expectativas do mercado (13,3%) e da previsão do Itaú (13,9%), justamente devido à baixa na taxa de participação.
Salários
O Itaú pontua no relatório que o salário real (descontada a inflação), em média, tem aumentado no mercado de trabalho.
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De acordo com os economistas, essa alta é de 1,3% com ajuste sazonal de março para abril, sendo aumento de 2,7% na comparação com abril do ano passado. Esse avanço salarial real é explicado pelo emprego formal com salários mais altos, que vem ganhando participação no emprego total.
"Isto contribui positivamente para a massa salarial real (população ocupada multiplicada pela média do salário
real), que declinou apenas 2,0% com ajuste sazonal em abril (-0,8% contra o mesmo período do ano passado)", diz o Itaú.
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