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Kaype Abreu
Kaype Abreu
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Colaborou com Estadão, Gazeta do Povo, entre outros.
efeito pandemia

Desemprego bate novo recorde e atinge 14 milhões de brasileiros

Menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada, mostra pesquisa do IBGE; aumento da população desempregada ocorreu no Nordeste do país

Kaype Abreu
Kaype Abreu
23 de dezembro de 2020
10:11 - atualizado às 18:13
FGV Economia
São Paulo, SP / Brasil - 2 de junho de 2020: Pessoas esperam em um fila para receber doações de alimentos durante a pandemia. - Imagem: Shutterstock

A taxa de desocupação no Brasil chegou a 14,2% em novembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23).

São 14 milhões de pessoas desempregadas - maior proporção da série histórica da Pnad Covid, iniciada em maio. O aumento da população desocupada ocorreu no Nordeste do país. Nas demais regiões a taxa de ficou estável, sendo que no Sul houve queda na desocupação.

A população ocupada subiu para 84,7 milhões, aumento de 0,6% em relação a outubro (84,1 milhões). Pela primeira vez desde o início da pesquisa, o percentual apresentou contingente superior ao de maio (84,4 milhões).

O nível de ocupação ficou em 49,6%, ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada.

Houve aumento na força de trabalho, que corresponde à soma da população ocupada e a desocupada, totalizando 98,7 milhões de pessoas. A população fora da força reduziu para 72,0 milhões.

Próximo de março

Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, a população ocupada se aproximou do patamar de março, apesar da taxa de desocupação maior.

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"Esses números refletem a flexibilização das medidas de distanciamento social, com mais pessoas mês a mês deixando de estar fora da força de trabalho", disse.

Em novembro, a taxa de informalidade ficou em 34,5%, a mesma do mês anterior, o que corresponde a 29,2 milhões de pessoas. Norte e a Nordeste seguem com as maiores taxas de informalidade, 49,6% e 45,2%, respectivamente.

Houve redução de 853 mil pessoas no contingente daqueles que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho devido à pandemia ou por falta de vaga na localidade em que vivem (13,6 milhões).

Das 84,7 milhões de pessoas ocupadas, 2,1 milhões ainda estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social em novembro. Esse é o menor contingente da série. Em maio, 15,7 milhões estavam afastadas do trabalho por esse motivo.

O número de pessoas que estavam trabalhando de forma remota também continuou reduzindo, chegando a 7,3 milhões.

Auxílio emergencial

A pesquisa do IBGE também mostra que em 41,0% dos domicílios ao menos um morador recebeu algum auxílio do governo para enfrentar a pandemia em novembro.

No mês anterior, esse percentual foi de 42,2%. Foram atendidos cerca de 28,1 milhões de domicílios em novembro frente aos 29,0 milhões de outubro. O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 558 por domicílio.

As regiões que têm mais domicílios com pessoas recebendo auxílio continuaram sendo Norte (57,0%) e Nordeste (55,3%). Entre os estados, o Amapá (70,1%) foi o com maior proporção, seguido do Pará (61,1%) e Maranhão (60,2%).

Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa, estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do Governo Federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

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