Caged registra em novembro mais de 414 mil vagas com carteira assinada
Saldo acumulado em 2020 ficou positivo pela primeira vez e chegou a 227.025 postos de trabalho
Pelo quinto mês consecutivo, o número de contratações com carteira assinada superou o de demissões no Brasil. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (23), o país criou 414.556 vagas de emprego em novembro.
O número é o melhor da série histórica da pesquisa, iniciada em 1992. Diante da sequência de dados positivos, o saldo acumulado em 2020 ficou positivo pela primeira vez e chegou a 227.025 postos de trabalho criados ao longo do ano.
O desempenho no ano foi motivado especialmente pelo programa do governo que permitiu a suspensão de contratos de trabalho e a redução de salários e jornada, medida que, segundo especialistas, evitou um número maior de demissões.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que o Brasil está retomando a sua economia em V e "surpreendendo o mundo". Ele também destacou a importância da vacinação em massa contra a covid-19 para a recuperação econômica.
"Para o ano que vem, nossa esperança vai ser a vacinação em massa para salvar vidas, garantir retorno seguro ao trabalho e a retomada econômica", disse.
Projeções
Apesar de dizer que evita fazer previsões, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco afirmou não achar difícil que os dados do Caged "surpreendam" em dezembro, devido as iniciativas para manutenção de emprego.
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O secretário destacou que o mês tipicamente tem saldo negativo de vagas. "É possível alta taxa de contratação de temporários com demanda forte e retomada da economia. A demanda está forte agora e é possível que porcentual elevado de temporários sejam contratados", disse.
Trabalho intermitente
Em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF), a modalidade de trabalho intermitente, instituída com a reforma trabalhista, teve seus resultados ressaltados pelo secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo.
Segundo Dalcolmo, a pasta trabalha "neste momento" em novos dados sobre a modalidade. O secretário afirmou que tão logo a análise pelo STF seja retomada, o ministério irá contribuir com números e "ilustrar" como o trabalho intermitente tem previsibilidade.
No início do mês, a ministra Rosa Weber, do STF, pediu vista e suspendeu o julgamento que discutia a constitucionalidade do trabalho intermitente. O Plenário já tem dois votos a favor da medida e um único contrário, proferido pelo relator de três ações sobre o tema, ministro Edson Fachin.
Benefícios emergenciais
O Ministério da Economia informou nesta quarta que R$ 31,3 bilhões já foram pagos no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O valor previsto é de R$ 34,2 bilhões. A quantidade de trabalhadores atendidos é de 9.838.151, com 1.464.274 empregadores e 20.067.883 acordos.
No programa, o governo federal paga um Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) para os trabalhadores que tiveram seus contratos de trabalho suspensos em razão da pandemia, ou que tiveram redução proporcional de jornada de trabalho e de salário.
Diretor de programa da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Luís Felipe Batista de Oliveira destacou que a quantidade de acordos por mês vem caindo. Em abril, foram 5.932.065, contra 228.635 em dezembro, com números até o dia 18.
Proporcionalmente, os acordos para suspensão lideram entre as modalidades, representando 43,5%. Em seguida estão as negociações para a redução de 70% da jornada (21,9%), redução de 50% (18,9%), redução de 25% (14,8%), e intermitente (0,9%).
Bruno Bianco negou nesta quarta-feira que os valores de restos a pagar do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) signifiquem uma prorrogação do benefício, mas afirmou que o Ministério da Economia está estudando se o BEm terá uma sobrevida.
*Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo
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