BC reduz Selic em 0,75 ponto, para 2,25% ao ano, e não descarta novos cortes
Copom deixou aberta a possibilidade de a Selic continuar caindo nas próximas reuniões. Mas os novos cortes, se vierem, serão de tamanho bem menor
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) desta vez confirmou a ampla expectativa do mercado e decidiu reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, de 3% para 2,25% ao ano. Trata-se de uma nova mínima histórica para os juros no país.
A redução de hoje deveria ser a última, mas no comunicado que acompanha a decisão o Copom deixou aberta a possibilidade de a Selic continuar caindo. Mas os novos cortes, se vierem, serão de tamanho bem menor.
“O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e deve ser pequeno”, informou o BC, no comunicado que acompanha a decisão.
A decisão sobre manter ou promover novos cortes na Selic levará em conta os impactos da pandemia de coronavírus e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda.
“Um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”, ressaltou o Copom, no comunicado que acompanha a decisão.
Antes da reunião, a expectativa do mercado era que o ciclo de redução da Selic terminasse após o corte de hoje para 2,25% ao ano, mas algumas instituições apostavam em uma redução ainda maior.
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Se por um lado a decisão do BC deixa a porta aberta (ou entreaberta) para a Selic testar novas mínimas nas próximas reuniões, por outro o recado dado no comunicado deve reduzir o ímpeto dos que acreditam em uma ação mais ousada do Copom.
Ainda que tenha adotado uma postura mais conservadora ao falar sobre a possibilidade de reduzir mais a Selic, o BC se dá ao direito de mudar de ideia ao informar que segue atento a revisões do cenário econômico e de expectativas de inflação.
“O Comitê reconhece que, em vista do cenário básico e do seu balanço de riscos, novas informações sobre a evolução da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos.”
Inflação e reformas
O BC confirmou a visão de que a inflação não é problema e se encontra abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta. Em todos os cenários e nas expectativas do mercado, as projeções de inflação estão abaixo da meta tanto para este ano como para 2021.
Os diretores do BC mais uma vez destacaram a continuidade de aprovação das reformas como condição para a recuperação da economia. “Questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, ponderou o Copom.
*Conteúdo em atualização
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