Asa Bank reduz projeção de queda do PIB em 2020 para 5,3%, mas vê Brasil crescendo menos em 2021
Brasil deve retomar nível pré-crise em 2023, diz o banco, que cita falta de eficiência do auxílio emergencial como “força contrária” à diminuição do desemprego
O Asa Bank passou a prever uma menor queda do PIB do Brasil em 2020, reduzindo a sua projeção anterior de retração de 5,6% para 5,3%, de acordo com relatório divulgado nesta sexta-feira (4), assinado pelo diretor Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional.
O banco se disse, no entanto, cauteloso quanto a velocidade da retomada da economia brasileira, citando a ineficiência do auxílio emergencial como "força contrária" à diminuição da taxa de desemprego.
Por isso, também foi reduzida a projeção do crescimento para 2021, de 2,7% para 2,1%, da instituição. A expectativa é que o Brasil retornará ao nível pré-crise apenas em 2023.
Segundo o banco, a medida foi capaz de amaciar a queda do PIB no trimestre passado. Mas a sua extensão até dezembro apenas adiará os efeitos de uma queda na renda para o próximo ano, à medida que o mercado de trabalho amarga as consequências da crise do coronavírus.
De acordo com o documento, no PIB do segundo trimestre houve um desempenho "fortemente negativo" do setor de serviços, do consumo das famílias e dos investimentos, com surpresa positiva no setor de construção civil, que registrou uma queda menor do que a esperada.
O Asa Bank admite a relevância do auxílio emergencial para essa performance.
Leia Também
"A queda do nível de atividade econômica só não foi pior por conta dos programas governamentais de suporte a renda e atuação do Banco Central", diz o relatório, que menciona a política monetária como outro fator que fez com que o tombo fosse mitigado. "Estimamos que, na ausência do auxílio emergencial, o PIB teria tido recuo maior."
O auxílio emergencial, segundo o banco, foi capaz de manter o nível de consumo elevado, principalmente no setor de bens, além de ajudar a dinâmica na construção civil e na venda de móveis e eletrodomésticos.
Com isso, a atividade econômica, dizem os economistas, de fato terminou o segundo trimestre em recuperação. Mas a grande questão agora é quão rápida ela será à frente: é aqui que o Asa Bank tem um pé atrás.
Ineficaz
Apesar de diminuir o tamanho do tombo no segundo trimestre, a equipe da instituição acredita que o auxílio emergencial não está sendo eficaz naquilo que ele deveria ser: amortecer a queda da população ocupada (com trabalho) por meio da manutenção da demanda e, também, permitir acumulação de poupança que poderia suavizar o consumo após o fim do programa.
"O foco em regiões mais pobres sugere que o auxílio está sendo direcionado a uma parcela da população que consome menos serviços, tendo impacto menor, portanto, na manutenção da demanda neste setor", diz o relatório.
Para o Asa Bank, "ao ser direcionado aos estratos de renda mais baixos, que não necessariamente são os que estão sendo mais afetados pela crise", o auxílio não parece se transformar em aumento de poupança, já que estes consumidores têm elevada propensão a consumir.
"De fato, o aumento da poupança parece centrado nos estratos de maior renda da população", afirma o banco, em referência a uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) sobre o endividamento das famílias em agosto.
Com isso, a elevação do endividamento da parcela da população mais afetada pela atual crise e o desempenho bastante negativo do mercado de trabalho sugerem que os danos à economia advindos da atual crise são fortes e persistentes — o que embasa a projeção menor de crescimento do PIB no ano que vem.
Mercado de trabalho
O relatório diz que a pandemia, embora tenha fechado parcialmente setores específicos da economia, foi capaz de reduzir a demanda agregada geral e influenciar a demanda dos setores que não foram interrompidos. Deste modo, o choque negativo do mercado de trabalho é maior do que "somente" aquele gerado pelo fechamento de um setor específico.
"Esta relevante redução da demanda agregada, ao nosso ver, representará força contrária relevante a uma rápida normalização da população ocupada a partir de um nível bastante deprimido."
O quadro pintado pelo banco ressalta a "importância" da política monetária do BC. O Asa Bank reforça a necessidade de mais cortes de juros e prevê que a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, terminará o ano a 1,5%, com flexibilizações nas reuniões de outubro e dezembro.
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Pix já responde por 24% dos pagamentos no varejo, mas sistema financeiro precisa de atenção aos incidentes cibernéticos, diz Banco Central
Relatório de Estabilidade Financeira do BC destaca funcionamento seguro e avanço tecnológico do sistema financeiro brasileiro, mas destaca desafios na área de segurança cibernética
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 9,5 bilhões no 3T24, mas provisões aumentam 34% e instituição ajusta projeções para 2024
A linha que contabiliza as projeções de créditos e o guidance para o crescimento de despesas foram alteradas, enquanto as demais perspectivas foram mantidas
Nubank (ROXO34) supera estimativas e reporta lucro líquido de US$ 553 milhões no 3T24; rentabilidade (ROE) chega aos 30%
Inadimplência de curto prazo caiu 0,1 ponto percentual na base trimestral, mas atrasos acima de 90 dias subiram 0,2 p.p. Banco diz que indicador está dentro das estimativas
Por que o Warren Buffett de Londrina não para de comprar ações da MRV (MRVE3)? Gestor com mais de R$ 8 bilhões revela 15 apostas na bolsa brasileira
CEO da Real Investor, Cesar Paiva ficou conhecido por sua filosofia simples na bolsa: comprar bons negócios a preços atrativos; veja as ações no portfólio do gestor
Bradespar (BRAP4) aprova pagamento de R$ 342 milhões em proventos; saiba como receber
Terão direito aos proventos os acionistas que estiverem registrados na companhia até o final do dia 12 de novembro de 2024
BTG Pactual (BPAC11): lucro bate novo recorde no 3T24 e banco anuncia recompra bilionária de ações; veja os números
Lucro líquido do BTG foi de R$ 3,207 bilhões, alta de 17,3% em relação ao terceiro trimestre de 2023; ROE atinge 23,5%
“Estamos absolutamente prontos para abrir capital”, diz CEO do BV após banco registrar lucro recorde no 3T24
O BV reportou um lucro líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2024, um recorde para a instituição em apenas três meses
Onda roxa: Nubank atinge 100 milhões de clientes no Brasil e quer ir além do banco digital; entenda a estratégia
Em maio deste ano, o Nubank tinha atingido o marco de 100 milhões de clientes globalmente, contando com as operações no México e na Colômbia
Como um acordo entre o Brasil e a Suécia deve impulsionar as vendas da Embraer (EMBR3)
De acordo com a carta de intenções, a FAB irá comprar caças suecos Gripen, enquanto os europeus irão adquirir as aeronaves C-390 Millennium da Embraer