Analistas preveem alta da Selic mais cedo que o esperado
No Boletim Focus, do Banco Central, a alta dos juros é esperada para setembro, mas cada vez mais analistas projetam uma elevação em meados de 2021
Diante do aumento da inflação, em meio ao ambiente de incerteza fiscal e à recuperação econômica mais rápida que o esperado, as apostas de economistas e agentes do mercado para uma alta dos juros estão sendo antecipadas.
No Boletim Focus, do Banco Central, a alta da Selic é esperada para setembro, mas cada vez mais analistas passam a projetar uma elevação da taxa Selic já em meados do ano.
Para o economista da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, a inflação está terminando o ano bastante pressionada, o que mexe nas previsões sobre os juros. "Para o ano que vem, a inflação para o consumidor vai continuar subindo em 12 meses, com um pico por volta de maio. E os preços no atacado continuarão bastante pressionados. Muitas empresas vão preferir perder mercado e elevar preços."
Ele ressalta que a inflação seguirá bastante pressionada no avançar do ano que vem. "Por essa razão, o BC vá acabar tendo de se render à realidade e começar a elevar a taxa Selic no mês de junho, mais ou menos. Com isso, a política monetária deve se alterar. É preciso lembrar também que as taxas longas de juros estão muito altas."
Outro exemplo é o J.P. Morgan. O banco antecipou a estimativa para o início do ciclo de alta de juros do início de 2022 para agosto de 2021. A economista-chefe do banco, Cassiana Fernandez, explica que a revisão foi motivada pelo cenário mais favorável para a recuperação econômica, principalmente no fim de 2021 e início de 2022, com a perspectiva de vacinação de ampla parcela da população contra a covid-19.
"Os números recentes de inflação começaram a incomodar. Desde o último Copom, a mediana do Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 passou de 3,0% para 3,47%. É um aumento relevante que deve acender a luz amarela."
Leia Também
Tesouro IPCA+ é imbatível no longo prazo e supera a taxa Selic, diz Inter; título emitido há 20 anos rendeu 1.337%
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
No início de novembro, o Credit Suisse já havia alterado o cenário para a política monetária, prevendo início do aumento de juros em junho, em vez de no segundo semestre do ano que vem, levando a Selic a terminar dezembro em 4,50%.
Da mesma forma, o Banco BV recentemente antecipou a expectativa de início da alta de juros de outubro para agosto de 2021, devido à retomada mais rápida da economia global, que deve "levar pressão" para 2022. A taxa Selic deve terminar o ano que vem em 3% e, depois de um ciclo longo, chegar a 6%.
Reajuste
No curto prazo, porém, o aumento das projeções de IPCA em 2020 devido à antecipação da retomada das bandeiras tarifárias pela Aneel não deve ser problema para o BC. "Isso deve dar mais conforto para o Banco Central, pois a inflação tende a ficar menor, gerando uma inércia menor para 2022", diz o economista Carlos Lopes, do Banco BV.
O Banco Safra também já admite antecipar sua aposta para o início do aperto monetário do quarto trimestre "para o terceiro ou possivelmente para finais do segundo trimestre", conforme relatório semanal. Segundo o banco, as seguidas revisões para cima nas projeções de inflação de 2021 têm levado ao questionamento sobre as condições para a manutenção dos juros no patamar atual.
Para Gino Olivares, economista do Insper e da consultoria Galápagos, em algum momento esses juros têm de subir, mas as discussões sobre quando deve acontecer estão sendo muito influenciadas pela inflação mais recente.
"Honestamente, não é que seja um problema. Quando acontece um terremoto, logo depois tem uma série de pequenos tremores, a terra continua tremendo até que se estabilize novamente. A covid-19 foi o terremoto e esses números de inflação são as acomodações, mas vão começar a diminuir de intensidade. Pesa, sim, sobre os mais pobres, mas é algo passageiro."
Para o Safra, a reunião de março, após a eleição no Congresso, poderia ser "oportuna" para manifestação do BC sobre o instrumento. "Mas poderá ainda ser muito cedo para uma decisão sobre a própria Selic, com um eventual aumento sendo deixado mais para maio."
*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Com Selic em 11,25%, renda fixa conservadora brilha: veja quanto passa a render R$ 100 mil na sua reserva de emergência
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (06), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Campos Neto acelerou: Copom aumenta o ritmo de alta da Selic e eleva os juros para 11,25% ao ano
A decisão pelo novo patamar da taxa, que foi unânime, já era amplamente esperada pelo mercado
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
“O Banco Central tem poucas opções na mesa”: Luciano Sobral, da Neo, diz que Copom deve acelerar alta da Selic, mas mercado teme que BC perca o controle da inflação
Na visão de Sobral, o Copom deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual hoje, para 11,25% ano
Um rigoroso empate: Americanos vão às urnas para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump antes de decisões de juros no Brasil e nos EUA
Dixville Notch é uma comunidade de apenas dez habitantes situada no interior de New Hampshire, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. A cada quatro anos, o povoado ganha holofotes por ser o primeiro a votar nas eleições presidenciais norte-americanas. Os moradores se reúnem à meia-noite, a urna é aberta, os eleitores votam […]
“Campos Neto está certo”: André Esteves, do BTG Pactual, diz que mercado está mais pessimista com o fiscal do que fundamentos sugerem
Para o chairman do banco de investimentos, o mercado está “ressabiado” após a perda de credibilidade do governo quanto à questão fiscal
Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual
Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas
Começa a semana mais importante do ano: Investidores se preparam para eleições nos EUA com Fed e Copom no radar
Eleitores norte-americanos irão às urnas na terça-feira para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump, mas resultado pode demorar
Agenda econômica: Eleições nos EUA dividem espaço com decisão de juros no país; Copom e IPCA são destaque no Brasil
A agenda econômica desta semana também conta com dados da balança comercial do Brasil, EUA e China, além da divulgação de resultados do terceiro trimestre de empresas gigantes no mercado
Selic: Copom pode subir juros em 0,5% na próxima reunião; como ficam seus investimentos?
Decisão acontecerá no dia 6 de novembro; saiba como ajustar sua carteira para se beneficiar do ciclo de alta de juros
“Fundo do poço tem alçapão”. Mercado perde a paciência com Lula e governo só tem uma saída
Com dólar nas alturas e alta de juros no radar, investidor deveria fazer o “básico bem feito”, disse Rafael Fedalto, da Libra Investimentos, ao podcast Touros e Ursos
O payroll vai dar trabalho? Wall Street amanhece em leve alta e Ibovespa busca recuperação com investidores à espera de anúncio de corte de gastos
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho nos EUA indicará rumo dos negócios às vésperas das eleições presidenciais norte-americanas
Brasil é o único país do mundo a apostar na alta dos juros, diz Campos Neto – veja como aproveitar Selic nas alturas com a renda fixa
Juros futuros chegaram a ser precificados a 13% nas últimas semanas, mas cenário de Selic alta pode ser notícia positiva para investidores