O medo de perder (dinheiro) tira a vontade de ganhar
Uma das dúvidas que mais recebo de quem investe em ações é: será que vale a pena lotar o portfólio de opções para proteger sua carteira?
Caso não saiba, a frase acima é do técnico de futebol e, às vezes, filósofo, Wanderley Luxemburgo. Antes que você ache que esse será um texto sobre futebol, já deixo claro que não é nada disso. O ponto é que essa frase representa bem como você deve encarar os investimentos.
Com a queda dos rendimentos da poupança, tem muita gente, enfim, pensando com carinho na hipótese de usar um pouco da grana para comprar algumas ações. Mas logo depois da coragem, surge o medo e tudo fica como está.
Na Empiricus, eu sou o responsável pela série focada em opções. E uma das várias funcionalidades delas é que opções são capazes de proteger totalmente o seu investimento em ações. Quem quiser saber mais sobre a minha série, pode acessar este link.
Não se preocupe se você não sabe nada sobre opções. Por enquanto, basta entender que elas podem assumir esse papel de proteção, assim como o seguro do seu carro te protegeria contra uma eventual perda total.
E é exatamente sobre esse assunto (proteção com opções) a grande parte das dúvidas que eu recebo aqui. Aliás, o coronavírus ajudou a popularizar ainda mais o tema: será que vale a pena lotar o portfólio de opções para proteger todas as suas ações?
Parece uma ótima ideia, não é? Rechear seu portfólio de proteção e ir curtir umas férias na praia sem preocupação alguma com o que acontece no Brasil, na China ou em qualquer outro lugar do mundo…
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O problema é que proteger as suas ações, apesar de parecer contraditório, vai mais prejudicar o seu portfólio do que ajudar no longo prazo. Logo veremos os motivos.
Mais fácil que contratar seguro de carro
Se você já procurou seguro para o seu carro pelo menos uma vez na vida, sabe que o processo é mais ou menos assim:
- você passa os dados do carro e dos condutores para o corretor;
- o corretor cota o prêmio em várias seguradoras;
- você escolhe uma cotação e paga o prêmio. Depois disso, o seu carro estará "segurado" por um ano. Ele pode ser roubado, levado por uma enchente ou pegar fogo. Não importa, você terá o direito de receber da seguradora o valor da tabela de referência.
Se você entende esse processo de contratação no mercado de seguros, saiba que o mercado de opções funciona da mesma maneira. Quer dizer, na verdade o processo é ainda mais simples. Basta entrar no site da corretora de valores, verificar qual é o prêmio (preço) da opção e apertar o botão "comprar" se quiser contratar esse seguro.
"Ruy, se é ainda mais fácil do que contratar um seguro para o meu carro, por que não é uma boa ideia proteger o meu portfólio e limitar as perdas?"
O problema não é a complexidade da operação. O problema é o custo dessa proteção.
Há algum tempo, nós temos sugerido aos leitores da Empiricus comprarem BOVA11, na expectativa de que a recuperação econômica brasileira e a melhora na eficiência das empresas listadas. Isso proporcionará uma valorização dos ativos pertencentes ao Ibovespa e, consequentemente, do próprio ETF BOVA11, que segue bem de pertinho o movimento do índice.
Se você não seguiu a dica, saiba que ainda dá tempo. Se, por outro lado, você seguiu a indicação e agora quer saber quanto custaria proteger os enormes ganhos conquistados até aqui, descobriremos logo em seguida.
Com proteção vs sem proteção
Se você quisesse proteger esse investimento, que está um pouco acima dos R$ 110, gastaria aproximadamente R$ 10 (ou 10% do preço). Ou seja, a proteção de BOVA11 por um ano inteiro custaria aproximadamente 10%.
Antes de continuar, é bom deixar claro que 10% é um patamar relativamente barato se comparado aos anos anteriores. Isso porque, mesmo com o coronavírus atrapalhando, estamos em um momento tranquilo para os mercados, com o Ibovespa renovando recordes, empresas mostrando lucros crescentes e reduzindo suas dívidas. Se estivéssemos no meio de uma crise (por exemplo, greve dos caminhoneiros), o custo dessa proteção subiria tranquilamente para uns 15% ou 20% do preço do ativo ao ano.
Mas vamos manter os 10%, para você não falar que eu estou distorcendo as coisas.
Para mostrar o quão danosa essa proteção pode se tornar no longo prazo, vamos simular o que teria acontecido se você tivesse gasto 10% por ano, todos os anos desde 2000, para proteger os seus investimentos em BOVA11.
Nos anos em que o Ibovespa subiu, seu resultado será igual a alta do mercado menos 10 p.p. (pontos percentuais), que foi o custo da sua proteção.
Nos anos de queda do Ibovespa, o seu resultado será apenas o custo do seguro (-10%), já que você está protegido contra perdas adicionais.
O resultado é mostrado no gráfico abaixo:
As escalas podem não ajudar na visualização, mas o retorno do investimento sem proteção nenhuma acabou superando em 181 pontos percentuais o retorno do investimento com proteção. Você estaria 50% mais rico se não tivesse usando proteção.
Que fique claro: os seguros realmente ajudam em anos de crise. Repare como a queda em 2008 (crise financeira) foi muito mais severa para a linha azul.
No entanto, a vantagem é toda da linha azul quando o mercado está de lado ou subindo. Ter proteção nesses períodos, que também duram mais tempo, acaba pesando demais na rentabilidade do portfólio.
"O ideal não seria, então, comprar proteção apenas nos anos de estresse?"
Sim, isso realmente resolveria os nossos problemas: gastaríamos com proteção apenas quando ela fosse útil.
No entanto, existe um grande empecilho para essa estratégia aparentemente infalível: apesar de parecer fácil quando observamos o passado, é praticamente impossível saber quando o mercado vai despencar.
Menos risco, menos retorno
É por isso que, apesar de contraintuitivo à primeira vista, na maioria das vezes proteger demais as suas ações será mais danoso para a rentabilidade final do que não protegê-las.
Infelizmente, ainda não temos em mãos um método mágico capaz de nos livrar de todos os riscos e ainda nos proporcionar retornos elevados.
Adaptando um pouco a frase do velho Luxa para o ambiente de bolsa: "o medo de perder diminui (muito) a capacidade de ganhar".
Mais eficaz do que tentar blindar a sua carteira contra eventos negativos é recheá-la com as melhores ações da bolsa, aquelas que aproveitam as crises para ficar ainda mais eficientes e saem delas bem mais preparadas para surfar os anos seguintes de recuperação.
Ah, e outra dica valiosa é evitar as armadilhas de muito retorno em pouco tempo (as famosas operações alavancadas), que podem te levar à falência muito antes do longo prazo chegar.
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