🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Fabricante de aviões trilha novo caminho: Boeing aposta no MAX

Mesmo começando a ficar otimista com relação ao futuro do Max, acredito que comprar ações da Boeing continua sendo mau negócio

4 de julho de 2020
11:10 - atualizado às 11:47
Avião
Imagem: Shutterstock

Anteontem, quinta-feira, 2 de julho, a Boeing Company lançou um press release que, na prática, significa o fim da Era dos Jumbos. De acordo com o comunicado, o último 747-800 sairá brevemente das linhas de montagem nos arredores de Seattle (estado de Washington, noroeste dos Estados Unidos).

No ano passado, a europeia Airbus, única concorrente da Boeing na fabricação de aviões comerciais de grande porte, anunciou que seu super jumbo, o A380, de dois andares, com capacidade para até 800 passageiros, deixará de ser produzido em 2021.

O primeiro voo comercial de um wyde body (que é como são chamados esses gigantes do ar) aconteceu em 21 de janeiro de 1970. Nesse dia, um 747 da Pan Am decolou de Nova York para Londres, iniciando uma linha regular.

Até então os maiores jatos comerciais eram o Boeing 707, o Douglas DC-8, o Convair 990, o britânico Comet 4 e o soviético Ilyushin Il-62. A cabine de passageiros desses aviões tinha apenas um corredor, com três assentos de cada lado na classe econômica. Dois, na primeira. Não havia executiva.

Já nos jumbos eram dois corredores, geralmente com quatro poltronas no meio e três de cada lado da aeronave. Ou seja, na classe econômica, cada fila comportava 10 passageiros.

Com o tempo, eles foram evoluindo: após o 747-100, vieram o 200, 300, 400… A versão que ainda está sendo fabricada teve sua denominação simplificada para 747-8 e é usada quase que só para cargueiros.

Leia Também

ara quem não reparou, a aeronave presidencial americana, mais conhecida como Air Force Number One, é um Boeing 747. Com diversas adaptações de conforto e segurança, é claro.

Que eu saiba, além dos Estados Unidos, apenas outro país se deu ao luxo de ter um jumbo a serviço do presidente. Foi a Argentina de Carlos Menem. Isso numa época em que o ocupante do palácio do Planalto era obrigado a voar no Sucatão, um 707 de segunda mão, comprado da Varig. O velho jato andou dando sustos em Sarney, Collor, Itamar e FHC.

Lula trocou a “carroça aérea” por um Airbus VC-1A. Como não podia deixar de ser, também levou apelido: AeroLula. Após servi-lo, assim como a Dilma e Temer, transporta hoje Jair Bolsonaro.

Desculpem-me ter desviado do assunto principal desta crônica. Mas é que às vezes não resisto a uma boa história.

Voltemos à Boeing, que é o objeto desta matéria.

Com a alta do preço do petróleo, o 747, com suas quatro turbinas, foi se tornando economicamente inviável.

A Boeing então passou a produzir o 757 e o 767, birreatores, justamente os modelos usados pelos terroristas nos ataques de 11 de setembro de 2001. Mais tarde, vieram o 777 e o 787 (Dreamliner).

Para cada aeronave produzida em Seattle, a Airbus respondia com uma equivalente. A liderança do mercado passou a oscilar entre um e outro fabricante.

Surgiu então o Max. Seu conceito revolucionário, em termos de custo por milha voada e autonomia de voo, conseguia substituir tanto os voos das aeronaves de média distância como das de longa.

A brasileira Gol, por exemplo, transportava nos Max até 186 passageiros na linha São Paulo/Orlando. Sem escalas.

Veio então a sequência de tragédias e contratempos para a Boeing.

− Outubro de 2018: um Max da empresa indonésia Lion Air cai no mar de Java alguns minutos após decolar do aeroporto de Jacarta.

− Março de 2019: Max da Ethiopian Airlines se espatifa no solo logo após partir de Adis Abeba.

− Boa parte das companhias aéreas, inclusive a Gol, que possuíam aeronaves Max em suas frotas, as imobilizaram no solo.

− Após aflitiva demora a FAA, Federal Aviation Administration, dos Estados Unidos, proíbe os voos do modelo até que a causa dos dois acidentes tenha sido totalmente esclarecida e as eventuais falhas de projeto reparadas.

Desde então, pilotos de prova da Boeing estão pilotando 737 Max sobre as águas do Oceano Pacífico, decolando de pistas da costa oeste americana das quais saem direto para o mar, sem pôr em risco as pessoas em terra.

Agora a FAA autorizou oficialmente os testes, tendo a bordo especialistas da agência, para ver se permite que os Max voltem a voar. Se as modificações feitas pela Boeing forem aprovadas (e tudo indica que serão), o Max poderá voltar a ser vendido para as empresas aéreas.

Após a interdição do avião, diversas empresas devolveram unidades. Muitas cancelaram encomendas. Em contrapartida, outras transportadoras, como a Ryanair, assinaram contratos de compra.

Dando tudo certo, antes do final do ano teremos os Max de volta aos ares. Resta saber como os viajantes se comportarão. No caso do Lockheed Electra e do Boeing 727, que também foram aeronaves problema no início, com diversos acidentes fatais, os modelos recuperaram a confiança dos usuários.

Meu palpite é que o novo Max seja um dos aviões mais seguros da história, tão testado que foi.

Nos days after do coronavírus, o número de passageiros será bem menor do que antes. A economia continuará fraca por muito tempo e os executivos aprenderam a trabalhar sem viajar. O turismo também deverá levar um tempão para voltar aos níveis de 2019.

Por isso, mesmo começando a ficar otimista com relação ao futuro do Max, acredito que comprar ações da Boeing continua sendo mau negócio. Prefiro empresas que ganharam dinheiro, ou não perderam muito, no convívio com a Covid-19.

Por outro lado, tenho a mais absoluta certeza de que a Boeing Company não irá falir. Trata-se do segundo maior fornecedor do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Aliás, a fabricante dispensou a ajuda que o governo americano lhe ofereceu. Preferiu lançar 25 bilhões de dólares em obrigações próprias, com diversos vencimentos. O mercado absorveu todo o lote.

Esses papéis são um ótimo negócio para os investidores, hoje tão carentes de títulos rentáveis.

Entre as diversas séries dos Boeing Co. Bonds, selecionei a que tem vencimento em 1º de março de 2029. Na cotação atual, elas estão rendendo 4,07% ao ano, sendo os juros pagos semestralmente.

Em dólares, é óbvio.

Esta é a minha recomendação para quem sabe separar os problemas da Boeing, e da aviação em geral, do fato de que Tio Sam não pode abdicar de sua única fabricante de aviões de grande porte.

Aproveito para indicar a leitura do livro “Ivan: 30 Lições de Mercado”  de minha autoria. As verdades mais importantes que todo investidor deve saber. Veja aqui

O Investidor do século quer ensinar VOCÊ a ficar rico.

Um grande abraço,

Ivan Sant'Anna

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ENERGIA SOLAR

Energia renovável: EDP compra mais 16 novas usinas solares por R$ 218 milhões

6 de novembro de 2024 - 13:09

Empreendimentos estão localizados na Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, e somam 44 MWp de capacidade instalada

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros

6 de novembro de 2024 - 8:20

Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros

O QUE COMPRAR

Onde investir na renda fixa em novembro? XP recomenda CDB, LCI, LCA, um título público e ativos isentos de IR; confira

5 de novembro de 2024 - 18:00

Rentabilidades dos títulos sugeridos superam os 6% ao ano mais IPCA nos ativos indexados à inflação, muitos dos quais sem tributação

ACORDO FECHADO

Fim da greve mais cara dos EUA: Boeing encerra paralisação que custou US$ 10 bilhões à economia; ações sobem em NY

5 de novembro de 2024 - 13:03

Após três propostas recusadas pelo sindicato, a Boeing chegou a um acordo com os trabalhadores que determina aumento salarial em 38%

BALANÇO DO MÊS

Ranking dos investimentos: perto de R$ 5,80, dólar tem uma das maiores altas de outubro e divide pódio com ouro e bitcoin

31 de outubro de 2024 - 19:00

Na lanterna, títulos públicos longos indexados à inflação caminham para se tornar os piores investimentos do ano

RESOLUÇÃO DA TRANSPARÊNCIA

Quanto custa a ‘assessoria gratuita’? O que muda com a regra que obriga à divulgação da remuneração dos assessores de investimento

31 de outubro de 2024 - 6:15

A norma da CVM obriga os assessores de investimentos e outros profissionais do mercado a divulgarem suas formas e valores de remuneração, além de enviarem um extrato trimestral aos clientes

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O tempo parece voar: A uma semana das eleições nos EUA, Ibovespa repercute balanço do Santander e relatório de produção da Petrobras

29 de outubro de 2024 - 8:10

Ibovespa subiu pouco mais de 1% ontem na esteira da expectativa com novas medidas de cortes de gastos pelo governo

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Fortes emoções à vista nos mercados: Investidores se preparam para possível vitória de Trump às vésperas de decisão do Fed sobre juros

29 de outubro de 2024 - 6:43

Eventual vitória de Trump pode levar a desaceleração de ciclo de cortes de juros que se inicia em grande parte do mundo desenvolvido

POUSO DE EMERGÊNCIA

Boeing lança oferta de US$ 19 bilhões em ações na tentativa de desatar cintos e aumentar liquidez 

28 de outubro de 2024 - 10:40

Decisão da oferta vem após a Boeing divulgar um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões, valor bem maior do que o registrado em igual período do ano anterior

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O saldão da eleição: Passado o segundo turno, Ibovespa se prepara para balanços dos bancões

28 de outubro de 2024 - 8:14

Bolsas internacionais repercutem alívio geopolítico, resultado eleitoral no Japão e expectativa com eleições nos Estados Unidos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma carona para o Ibovespa: Mercados internacionais amanhecem em alta, mas IPCA-15 ameaça deixar a bolsa brasileira na beira da estrada

24 de outubro de 2024 - 8:09

Além do IPCA-15, investidores tentam se antecipar hoje ao balanço da Vale para interromper série de cinco quedas do Ibovespa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Este é o tipo de conteúdo que não pode vazar

23 de outubro de 2024 - 20:00

Onde exatamente começam os caprichos da Faria Lima e acabam as condições de sobrevivência?

PISTA DE POUSO

Zona de turbulência: 5 fatores que levaram a Boeing ao prejuízo de US$ 6,17 bilhões no 3T24

23 de outubro de 2024 - 14:05

Em termos ajustados, o prejuízo foi de US$ 10,44 por ação, frustrando a previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 10,35

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Interpretando a bolsa com Djavan: as recomendações para o fim de 2024 e balanços dominam mercados hoje

21 de outubro de 2024 - 8:12

Com a agenda relativamente mais esvaziada, os investidores precisam ficar atentos à temporada de resultados e indicadores desta semana

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Prévia da inflação do Brasil, temporada de balanços e Livro Bege são destaques da semana

21 de outubro de 2024 - 7:04

A temporada de balanços do 3T24 no Brasil ganha suas primeiras publicações nesta semana; agenda econômica também conta com reuniões do BRICS

ENTRE TURBULÊNCIAS

Em crise, Boeing vende subsidiária de defesa para multinacional francesa enquanto tenta reforçar as finanças 

20 de outubro de 2024 - 14:26

A Digital Receiver Technology, que fabrica equipamentos para os militares dos EUA, será vendida para a Thales Defense & Security, divisão da maior empresa de defesa da Europa

AGORA VAI?

A porta para mais dividendos foi aberta: Petrobras (PETR4) marca data para apresentar plano estratégico 2025-2029

17 de outubro de 2024 - 15:25

O mercado vinha especulando sobre o momento da divulgação do plano, que pode escancarar as portas para o pagamento de proventos extraordinários — ou deixar só uma fresta

A TAXA FAVORITA DO BRASILEIRO

O retorno de 1% ao mês voltou ao Tesouro Direto: títulos públicos prefixados voltam a pagar mais de 12,7% ao ano com alta dos juros

14 de outubro de 2024 - 15:39

Títulos indexados à inflação negociados no Tesouro Direto também estão pagando mais com avanço nos juros futuros

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sinais de mais estímulos à economia animam bolsas da China, mas índices internacionais oscilam de olho nos balanços

14 de outubro de 2024 - 8:14

Enquanto isso, os investidores aguardam o relatório de produção da Vale (VALE3) enquanto a sede da B3, a cidade de São Paulo, segue no escuro

SIMULAMOS!

Quanto renderia na poupança e no Tesouro Direto o dinheiro que o brasileiro gasta todo mês nas bets

14 de outubro de 2024 - 6:04

Gasto médio do apostador brasileiro nas casas de apostas virtuais é de R$ 263 mensais, segundo levantamento do Datafolha. Mas dados mais recentes do Banco Central mostram que, entre os mais velhos, a média é de R$ 3 mil por mês. Quanto seria possível ganhar se, em vez de jogar, o brasileiro aplicasse esse dinheiro?

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar