Vou-me embora pra Pasárgada (lá é mais seguro investir)
Está aberta uma janela de oportunidade para você internacionalizar seus investimentos.

Saudações! Antes de iniciarmos, deixem que eu me apresente: meu nome é Matheus. Estudei finanças na University of Regina, no Canadá, e trabalhei em duas das maiores publicadoras de conteúdo financeiro da América Latina. Hoje, faço parte do time de especialistas da Empiricus, tocando a série Palavra do Estrategista junto com o Felipe Miranda, um dos sócios-fundadores da casa.
A partir de hoje estarei com vocês semanalmente para tentar passar minhas melhores ideias de investimento, sempre trazendo paralelos com economia e alocação de portfólios como um todo.
Sua carteira é 100% nacional?
Começamos hoje com um de meus poemas prediletos do modernismo nacional. Manuel Bandeira prova sua maestria ao conseguir capturar em algumas estrofes toda a necessidade humana de fuga da realidade.
"Em Pasárgada tem tudo. É outra civilização. Tem um processo seguro. De impedir a concepção. Tem telefone automático. Tem alcalóide à vontade. Tem prostitutas bonitas. Para a gente namorar".
Sempre buscamos algo melhor, é inerente à nossa natureza. Talvez isso se torne mais imperativo ao se defrontar com a essência brasileira, confusa e frágil.
Pedro Malan costumava dizer que no Brasil até o passado é incerto. Muito complicado aplicar 100% de seus recursos em terras tupiniquins. Muita incerteza amplia a volatilidade e, consequentemente, o risco dos portfólios de investimento, acarretando uma degeneração gradual dos parâmetros da relação risco-retorno.
Leia Também
Assim, deveria ser imperativo o desejo do investidor médio brasileiro em reservar parcela de seu dinheiro para investir no exterior, eliminando, com isso, grau de risco significativo. Tirar do Brasil seu capital e o colocar em um país desenvolvido ou em moeda forte, por exemplo.
Curiosamente, contudo, o home bias (viés local) no Brasil parece ser consideravelmente maior do que em países pares, como o Chile. Para ilustrar, somente algo como 1% da poupança dos brasileiro é destinada a investimentos estrangeiros enquanto, no Chile, isso consegue chegar a 80%.
É um abismo gritante, talvez derivado de um cunho narcisista de uma falsa concepção de que tudo para acontecer está atrelado ao Brasil. Esquecemo-nos que existe um universo inteiro de possibilidades lá fora - todo dia você perde inúmeras delas, é inevitável.
Para você entender como o Brasil ainda não é no brainer no meio gringo, peguemos uma amostra estatisticamente significativa da alocação dos grandes gestores. Periodicamente, o banco suíço UBS libera um relatório especial compilando as informações dos grandes escritórios que conduzem gestão de fortunas, os famosos wealth managements ou family offices. Abaixo, compilei a exposição média atual para tais empresas.
Note como países emergentes perfazem apenas um pedaço pequeno da carteira desses mega investidores - próximo de 12% do total. Isso sem falar que o Brasil, em tese, seria apenas uma fatia menor ainda dentro de uma cesta de emergentes. Tudo bem que guardamos situação melhor, tendo em vista a conjuntura de reformas abrangentes e estruturais, mas já dá para entender que o Brasil não é o centro do universo.
Parece óbvio, mas não é. Se o fosse, mais investidores teriam posições montadas no exterior. Isso não se confirma na realidade, como já falei.
Disso surge minha primeira provocação: internacionalize seus investimentos. Algo que varie de 10% a 15% do seu patrimônio total investido em ativos associados ao estrangeiro - preferivelmente em países desenvolvidos ou mais estáveis que o Brasil.
Existe motivo para se tranquilizar
Somos assombrados por fantasmas que fingimos conhecer. A volatilidade atacou os mercado recentemente devido ao vírus de Wuhan. Mais de 20 mil infectados e de 400 mortes… Uma tragédia terrível, sem dúvida.
No entanto, muito mais ruído do que sinal, temo ter que afirmar. Ao menos em se tratando de resultado de mercado, não foi visto até hoje nenhuma mudança estrutural de ciclo de crescimento por conta de um risco de pandemia. Faz barulho, causa espanto, medo e traz volatilidade. Pragmaticamente, entretanto, nenhuma alteração de longo prazo derivou de tais tragédias.
Por favor, peço que observe a tabela abaixo. Ela compila cada epidemia dos últimos tempos (coluna um), seu mês de conclusão (coluna dois) e a evolução dos índices mercado seis e doze meses depois do final da suposta pandemia (colunas três de quatro, respectivamente).
Fonte: Dow Jones Market Data
Meu entendimento indica que podemos estar observado uma interessante buy opportunity. Os mercados, antes caros pela toada até aqui do bull market pós-2008, abriram uma janela para que pudéssemos colocar em prática minha ideia de internacionalização. Assim, existe motivo para ficar tranquilo quanto ao longo prazo.
É um momento relativamente adequado para que o investidor médio inicie sua empreitada no estrangeiro. Para o exterior, tomei a liberdade de utilizar novamente uma média estatisticamente significativa das estratégias dos escritórios de grandes fortunas espalhados ao redor do mundo.
A ideia de alocação abaixo serve para portfólios no exterior, os quais eu acredito que devem preencher de 10% a 15% das carteira dos brasileiros; isto é, as proporções não servem para a carteira inteira do brasileiro médio, mas sim apenas para sua parcela alocada no mercado internacional. As estratégias estão divididas por perfis de investimento.
Claro que um só texto não é o suficiente para que consigamos tratar com profundidade desse assunto tão complexo. Nós, na Empiricus, preparamos uma série específica para quem tem interesse em investir nos EUA ou em outros países.
Convido-os para saber mais da nossa série Money Rider, o conteúdo especial sobre investimentos no exterior. Se, por outro lado, você ainda estiver interessado em investimentos em solo brasileiro, a série Palavra do Estrategista do Felipe Miranda, Estrategista-Chefe da Empiricus, será ideal para que se norteie.
A nova corrida do ouro? Cotação dispara em meio a busca por proteção e passa de US$ 2.900, mas pode subir mais
Fortalecimento da cotação do ouro é acentuado por incertezas sobre a política tarifária de Trump e pela persistente tensão geopolítica
Trump restabelece a política externa do ‘grande porrete’ nos EUA, mas deixa de lado uma parte importante dessa doutrina
Mercado financeiro segue atento à escalada tarifária de Donald Trump e ao potencial inflacionário da guerra comercial do novo presidente dos EUA
Donald Trump está de volta com promessa de novidades para a economia e para o mercado — e isso abre oportunidades temáticas de investimentos
Trump assina dezenas de ordens executivas em esforço para ‘frear o declínio americano e inaugurar a Era de Ouro da América’.
O porrete monetário, sozinho, não será suficiente: é necessário um esforço fiscal urgente
Crescente desconfiança sobre a sustentabilidade fiscal agrava desequilíbrios macroeconômicos e alimentam ainda mais o pessimismo
Os juros vão subir ainda mais? Quando a âncora fiscal falha, a âncora monetária precisa ser acionada com mais força
Falta de avanços na agenda fiscal faz aumentar a chance de uma elevação ainda maior dos juros na última reunião do Copom em 2024
A dura realidade matemática: ou o Brasil acerta a trajetória fiscal ou a situação explode
Mercado esperava mensagem clara de responsabilidade fiscal e controle das contas públicas, mas o governo falhou em transmitir essa segurança
Um nome agrada o mercado: como a escolha de Trump para o Tesouro afeta o humor dos investidores
Escolhido por Trump para chefiar o Tesouro dos EUA, Scott Bessent associa ortodoxia, previsibilidade e consistência na condução da economia
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua
Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados
Fortes emoções à vista nos mercados: Investidores se preparam para possível vitória de Trump às vésperas de decisão do Fed sobre juros
Eventual vitória de Trump pode levar a desaceleração de ciclo de cortes de juros que se inicia em grande parte do mundo desenvolvido
Ouro a US$ 3.000? Como os crescentes déficits dos EUA podem levar o metal precioso a níveis ainda mais altos que os recordes recentes
Com a credibilidade do dólar questionada em meio a uma gestão fiscal deficitária, investidores e governos buscam alternativas mais seguras para suas reservas
China anuncia medidas de estímulo em diversas frentes e ações locais disparam — mas esse rali tem fundamento?
Um rali baseado em estímulos parece estar em andamento na China, mas seu sucesso vai depender da rápida implementação das medidas
Corte de juros nos EUA não resolve tudo na bolsa: bomba fiscal põe em risco fim de ano do mercado de ações no Brasil
Da mesma forma, o aumento dos juros por aqui é insuficiente sem um compromisso firme do governo com a responsabilidade fiscal
Fed corta os juros? Copom eleva a Selic? Saiba o que esperar de mais uma Super Quarta dos bancos centrais
Enquanto o Fed se prepara para iniciar um processo de alívio monetário, Brasil flerta com juros ainda mais altos nos próximos meses
‘It’s time!’: O tão aguardado dia do debate da eleição americana entre Donald Trump e Kamala Harris finalmente chegou
Antes da saída de Biden, muitos consideravam Kamala Harris uma candidata menos competitiva frente a Trump, mas, desde então, Harris surpreendeu com um desempenho significativamente melhor
O Ibovespa experimentou novos recordes em agosto — e uma combinação de acontecimentos pode ajudar a bolsa a subir ainda mais
Enquanto o ambiente externo segue favorável aos ativos de risco, a economia brasileira tem se mostrado mais resistente que o esperado
O Ibovespa acaba de estabelecer um novo recorde — e isto é o que precisa acontecer para a bolsa alçar voos ainda mais altos
Correções são esperadas, mas a perspectiva para o Ibovespa permanece otimista, com potencial para ultrapassar os 140 mil pontos em breve
O que precisa acontecer para o dólar parar de subir — e diminuir a pressão sobre a inflação e os juros
O aguardado início de um ciclo de corte de juros pelo Fed tende a mudar a dinâmica das ações e do dólar nos mercados globais
Um susto nos mercados globais: existe razão para tanta histeria?
Ibovespa teve desempenho melhor que o de outros índices de ações em meio ao susto nos mercados — e ainda pode se beneficiar da queda nos juros, pelo menos em tese
Uma rotação setorial está em andamento — e ela conversa com o ‘Trump Trade’
Rotação setorial coincide com esgotamento da valorização das ‘big techs’ em Wall Street e inflação desacelerando nos EUA