🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Reflexões sobre novos paradigmas: onde investir em um mundo cada vez mais complexo

Devemos privilegiar abordagens estruturalistas para a alocação de recursos, de modo a estarmos realmente preparados para movimentações de cunho assimétrico

30 de junho de 2020
6:42 - atualizado às 12:26
Imagem: Reprodução

Vivemos em um momento bastante curioso da história. Sem paralelo, com certeza. Pandemia, aprofundamento do movimento de descolamento entre o universo financeiro e a economia real, patamares de desigualdade mundial piorando, inteligência artificial, algoritmos aumentando a distância entre pessoas que pensam diferente e elevando o nível de atrito de grupos colocados como antagônicos, guerra comercial, volatilidade, instabilidade política... Caminhamos para dentro de mais uma década com bastante emoção.

Curiosamente, o humano se pagou à ciência por ser eminentemente romântico. Quantificar a existência deriva de nosso ímpeto em controlar. A razão é uma grande emoção - é o desejo de controle. O amplo acesso à informação e o dinamismo dos acontecimentos, sejam eles sociais, econômicos ou políticos, jogou-nos em um caldo de cultura tal que a incerteza, que antes já era presente, torna-se imperativa e inapartável em seus mais diversos sentidos. Vetores que inspiraram Bauman a nos considerar líquidos, em sua notória sociedade líquida.

Talvez ainda estejamos vivendo a fronteira, como bem colocou Harari em "Sapiens" e, posteriormente, em "Homo Deus" - ainda estou para ler as "21 lições para o século 21". O ponto de convexidade da curva de desenvolvimento em que, com o menor dos movimentos, teremos obrigatoriamente uma mudança descomunal nos mais diversos níveis. 

Não importa o autor, o resultado é o mesmo: chegamos ao momento para o estabelecimentos de novos paradigmas. 

Já diria Bob Dylan… "The Times They Are A-Changin’"

As dúvidas se formam. Não apenas na minha cabeça, mas, sim, na cabeça de todos. E ainda por cima em meio à maior crise sanitária da história recente, em ano eleitoral na maior potência econômica no mundo - a mesma que tem enfrentado manifestações de porte gigantesco e batalhado de maneira incessante contra a Covid-19, vale dizer.

Leia Também

  • Como pensar em um mundo tão fluido e mutável assim?
  • Acreditar que as regras continuam as mesmas e simplesmente reproduzir conceitos do século passado não parece ser de fato o mais apropriado.... Ou seria? 
  • Como investir em um mundo novo, sob novos paradigmas ainda não estabelecidos?
  • E como identificar boas assimetrias entre classes de ativos e ativos específicos?

Se alguém te disser que tem a resposta, desconfie. Ele está mentindo. Para pensar com serenidade, precisamos nos ater ao que realmente importa e quero te ajudar nisso. Precisamos distanciar nossas cabeças do imediatismo e do sentimentalismo das redes sociais, além de fugir do frenesi imposto pelo dia a dia dos mercados. Basicamente, devemos privilegiar abordagens estruturalistas para a alocação de recursos, de modo a estarmos realmente preparados para movimentações de cunho assimétrico.

O que vai acontecer se presenciarmos mesmo uma segunda onda de Covid-19?

Convido o leitor a verificar o gráfico da Capital Economias exposto abaixo. Ele ilustra a evolução recente dos casos do novo coronavírus nos EUA. Como podemos analisar, existe sim um novo e revigorado repique de casos. Mal foi a reabertura se tornar mais tangível, que os casos já começaram a surgir. Não somente isso, mas podemos estar tendo as consequências mais acentuadas da onda de manifestações que aconteceram nos EUA. Evidentemente, não seria no dia seguinte aos protestos que os casos apareceriam. Logo, temos dois impulsionadores: i) manifestações; e ii) reabertura.

O que precisa pro mercado gritar: "tem segunda onda”? 

Bem, antes gostaria de delimitar alguns preceitos que impedem um efeito tão arrasador como o que vimos anteriormente. O primeiro deles é que a pandemia já está no preço e não é algo na cauda da distribuição das probabilidades associadas.

O meu segundo ponto tem um cunho mais técnico, no sentido de instrumentalização das posições do mercado, hoje sem o mesmo grau de alavancagem e com muito mais liquidez (cortesia dos BCs mundiais). A terceira ponderação é justamente a maneira como lidamos com o problema de saúde. Hoje, ainda estamos saindo da quarentena, o que torna a imposição de regras muito mais fácil de ser implementada. Além disso, existe todo o aprimoramento dos protocolos de saúde, que poderá explicar, ao menos em partes, a continuidade da queda de mortes mesmo com um novo repique de casos.

Sim, assusta. Sim, pode acarretar novas mínimas no mercado. Nada, contudo, tão abrupto e repentino como o que vimos no passado. Ainda me pego pensando na economia real e em como poderemos voltar gradualmente aos patamares de atividade. Claro que novas quarentenas afetam tal prognóstico, deixando-nos com pouca visibilidade. Mas podemos ilustrar as possibilidades da seguinte maneira:

Nos gráficos, ambos elaborados pela Capital Economias, podemos verificar alguns cenários para a retomada. O primeiro ilustra a famosa retomada em V, bem pujante. O segundo traz outros horizontes, desde uma retomada mais lenta à rota anteriormente esperada, até mudanças acentuadas no crescimento sustentado de longo prazo. Para nos auxiliar ainda mais a entender a problemática, observe abaixo o gráfico de retomada do emprego nos EUA desde 1953.

Note, antes de mais nada, que vivemos o mais acentuado avançar do desemprego nos EUA (linha azul clara). Fico particularmente preocupado com impactos na renda e na massa salarial real. Em geral, tal problemática leva tempo para recuperar, principalmente porque podemos estar diante de mudanças importantes e profundas no padrão de consumo.

Pense sobre os segmentos mais afetados: saúde, turismo, restaurantes, entretenimento, viagens, estacionamentos, ensino superior… Todos eles, combinados, responsáveis por criar inúmeros empregos, sustentar famílias e proporcionar consumo. Todos afetados.

Veja que a mudança de paradigma é profunda. The Times They Are A-Changin’. 

Minha posição é a de que, por mais que o mercado não sinta um baque tão forte, a volatilidade deve se elevar - vale dizer re-rating para vol? Teremos de nos acostumar com um mercado mais sensível, menos relacionado com a realidade e viciado em liquidez.

Aliás, justamente pelo excesso de liquidez e pela necessidade de se comprar algo com o dinheiro exacerbado jogado, os agentes passam a olhar tecnologia - se os fundamentos estão ruins, vamos para growth (vide dinâmica growth vs. value que já expus aqui). O problema é que comprar crescimento, principalmente em tech disruptiva, é muito mais incerto do que anteriormente poderíamos propor com as ideias mais clássicas da Escola de Valor. Elevamos, assim, o grau de sensibilidade dos preços, uma vez que estarão sempre mais ligados à subjetividade dos analistas.

A solução pragmática reside na diversificação, principalmente entre classes. Devemos somar ainda a internacionalização patrimonial, comprar ouro e moeda forte - se será ruim nos EUA, imagine no Brasil. Ray Dalio, o maior gestor do mundo, chama essa ideia de All Weather Portfolio, ou "um portfólio para todos os climas". 

Vamos comprar Bolsa americana e tecnologia também. Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

Na Empiricus, Felipe Miranda cuida quinzenalmente da série Palavra do Estrategista. Nela podemos explorar com mais profundidade ideias e aplicações como a que tentei apresentar aqui hoje, de maneira clara, fácil e prática. Convido-os a conferir nosso conteúdo e aproveitar de maneira saudável e consistente as assimetrias espalhadas por esse mundo complexo e cheio de novos paradigmas.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MARKET MAKERS

Precisamos falar sobre indicadores antecedentes: Saiba como analisar os índices antes de investir

1 de setembro de 2022 - 14:09

Com o avanço da tecnologia, cada vez mais fundos de investimentos estão utilizando esses indicadores em seus modelos — e talvez a correlação esteja caindo

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge

1 de setembro de 2022 - 13:27

Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro de mais de 4% com ações da AES Brasil (AESB3); confira a recomendação

1 de setembro de 2022 - 8:25

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da AES Brasil (AESB3). Saiba os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Setembro em tons de vermelho: Confira todas as notícias que pesam nos mercados e impactam seus investimentos hoje

1 de setembro de 2022 - 8:22

O mês de setembro começa com uma imensa mancha de tinta vermelha sobre a tela das bolsas mundiais, sentindo o peso do Fed, da inflação recorde na zona do euro e do lockdown em Chengdu

ESTRADA DO FUTURO

A febre dos NFTs passou, mas esta empresa está ganhando dinheiro com eles até hoje

1 de setembro de 2022 - 5:48

Saiba quem foram os vendedores de pás da corrida do ouro dos NFTs e o que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Balanço de agosto, o Orçamento de 2023 e outros destaques do dia

31 de agosto de 2022 - 19:20

A alta de 6,16% do Ibovespa em agosto afastou o rótulo de “mês do desgosto”, mas ainda assim deixou um sabor amargo na boca.  Isso porque depois de disparar mais de 10% ainda na primeira quinzena, impulsionado pela volta do forte fluxo de capital estrangeiro, as últimas duas semanas foram comandadas pela cautela.  Uma dupla […]

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 4% com ações da Marcopolo (POMO4); confira a recomendação

31 de agosto de 2022 - 8:10

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Marcopolo (POMO4). Saiba mais detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Tente outra vez: basta desejar profundo para ver a bolsa subir? Confira tudo o que mexe com os seus investimentos hoje

31 de agosto de 2022 - 8:08

Em queda desde a sexta-feira, as bolsas de valores estrangeiras começaram o dia em busca de recuperação singela. Por aqui, investidores procuram justificativas para descolar o Ibovespa de Wall Street

o melhor do seu dinheiro

Commodities derrubam Ibovespa, Itaú BBA rebaixa a Petrobras (PETR4) e as mudanças na WEG (WEGE3); confira os destaques do dia

30 de agosto de 2022 - 19:20

As últimas levas de notícias que chegam de todas as partes do mundo parecem ter jogado os investidores dentro de um labirinto de difícil resolução em que apenas a cautela pode ser utilizada como arma.  O emaranhado de corredores a serem percorridos não só são longos, como também parecem estar sempre mudando de posição — […]

A BOLSA COMO ELA É

Gringos estão de olho no Ibovespa, mas investidor local parece sem apetite pela bolsa brasileira. Qual é a melhor estratégia?

30 de agosto de 2022 - 11:50

É preciso ir contra o consenso para gerar retornos acima da média, mesmo que isso signifique correr o risco de estar errado

MARKET MAKERS

Entenda por que você não deve acompanhar só quem possui teses de investimento iguais às suas

30 de agosto de 2022 - 9:17

Parte fundamental do estudo de uma ação é entender não só a cabeça de quem tem uma tese que vá em linha com a sua, mas também a de quem pensa o contrário

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 11% com ações da Santos Brasil (STBP3); confira a recomendação

30 de agosto de 2022 - 8:15

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Santos Brasil (STBP3). Saiba os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Uma pausa para respirar: Confira todas as notícias que movimentam os mercados e impactam seus investimentos hoje

30 de agosto de 2022 - 8:08

A saída da atual crise inflacionária norte-americana passa necessariamente por algum sacrifício. Hoje, porém, as bolsas fazem uma pausa para respirar

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí

30 de agosto de 2022 - 6:22

Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho

SEU DINHEIRO NA SUA NOITE

Ibovespa se descola da gringa, Itaú entra na disputa das vendas virtuais e a estratégia de Bolsonaro para os debates; confira os destaques do dia

29 de agosto de 2022 - 19:17

Em Wall Street, o alerta do Federal Reserve de que o aperto monetário pode ser mais intenso do que o esperado penalizou as bolsas lá fora

EXILE ON WALL STREET

Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana

29 de agosto de 2022 - 11:25

Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 5% com ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); confira a recomendação

29 de agosto de 2022 - 8:25

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Veja os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Mercados, debate presidencial e um resultado inesperado: Confira todas as notícias que mexem com os seus investimentos hoje

29 de agosto de 2022 - 8:24

Com a percepção de que o Fed optará pelo combate à inflação a todos os custos, os últimos dias de agosto não devem trazer alívio para os mercados financeiros. O Ibovespa ainda repercute o primeiro debate entre presidenciáveis

Trilhas de carreira

Por que saber demais pode tornar você um péssimo chefe

28 de agosto de 2022 - 7:32

Apesar de desenvolvermos uma compreensão mais sofisticada da realidade como adultos, tendemos a cair em armadilhas com muito mais frequência do que gostaríamos de admitir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Wall Street tomba com Powell, os melhores momentos de Lula e Bolsonaro no Jornal Nacional e outros destaques do dia

26 de agosto de 2022 - 18:13

Desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou o início da retirada dos estímulos monetários adotados na pandemia, durante o simpósio de Jackson Hole de 2021, o mercado financeiro global já se viu obrigado inúmeras vezes a recalcular a rota, e todas elas parecem levar a um destino ainda incerto, mas muito […]

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar