🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Razão e Sensibilidade no mercado financeiro: a recente pressão de preços e possíveis alternativas

De todos os romances de Jane Austen, prefiro “Razão e Sensibilidade” — talvez pelo fato de estar em um ambiente tão atrelado à ambivalência: os mercados financeiros

22 de setembro de 2020
5:55 - atualizado às 9:00
Imagem: Shutterstock

Quem não gosta de Jane Austen? Tudo bem, admito que não seja uma unanimidade entre os leitores mais ativos; contudo, particularmente, cultivo imenso interesse por personalidade que tanto contribuíram para a formatação de gêneros populares até os dias atuais. Nesse sentido, não restam dúvidas de que a escritora britânica tem sua marca em toda a estrutura romancista contemporânea.

Bônus: como os leitores mais atentos devem se lembrar, também nutro apego a autores trágicos. O que dizer de uma mulher que, aos 41 anos e em seu leito de morte, teve como suas últimas palavras: “Não quero nada mais que a morte”.

O termo tragédia deriva justamente da ideia de catarse, ou purificação; para Aristóteles, por exemplo, a tragédia purifica. Quase todas as boas personagens são provenientes de (ou tem como destino) algo trágico. Se a autora carrega isso em sua essência, por mais que escreva sobre amor, verificaremos profundidade psicológica em seus escritos.

No último fim de semana, uma amiga notadamente polímata (por mais que ela negue, eu tenho convicção) compartilhou que assistia à adaptação cinematográfica de "Orgulho e Preconceito”. Apesar de muito bom, não se trata do meu predileto. Prefiro "Razão e Sensibilidade” talvez pelo fato de estar inserido em um ambiente tão atrelado a esta ambivalência: os mercados financeiros.

Diariamente, a formação de preço busca formatação da razão na cotação dos ativos marcados a mercado, mas tem sempre que lutar pelo fator humano no meio do caminho, dotado de características comportamentais nada ignoráveis, uma sensibilidade dionisíaca.

A razão é uma grande emoção, diria Nietzsche.

Leia Também

Ultimamente, por exemplo, os mercados não têm sido nada gentis com os ativos de risco globais. Entre outras coisas, podemos destacar alguns atritos notáveis que tem levado os agentes a revisarem suas projeções e, consequentemente, suas posições em determinados ativos. Os subsequente sell-offs nas Bolsas ao redor do mundo são frutos de tais ruído.

Em primeiro lugar, ainda existe um resquício de medo proveniente do novo coronavírus infligir novas paralisações econômicas no mundo. A problemática de renovado lockdown no Canadá e no Reino Unido reforçam essa tendência. No gráfico 1 e 2 podemos ver a evolução de casos na Europa e nos EUA, respectivamente.

Fonte(s): Capital Economics

Ao mesmo tempo, somam-se outros riscos internacionais:

  1. atrito entre China e EUA;
  2. eleições americanas;
  3. ativos de tecnologia, que nortearam a recuperação dos ativos até aqui, sofrendo por terem valuations muito esticados
  4. economia global falhando em recuperar de maneira tão assertiva como pressupunham e
  5. a questão monetária e fiscal sem precedentes na história recente.

Não se trata de um ambiente nada estável. O investidor deve ser dotado de muita razão e de um controle emocional gigantesco para se tomar uma decisão coerente em um cenário como o atual.

Aqui no Brasil, alinhado com os demais países emergentes ao redor do mundo, existe ainda uma preocupação adicional com o fiscal e com o nível de preço. Na semana passada, por exemplo, o Copom manteve a Selic estável em 2% a.a., mantendo o “forward guidance” da taxa básica de juro baixa por mais tempo, até 2022.

As expectativas de corte adicional na última reunião começaram a cair por terra quando os últimos indicadores de inflação começaram superar com consistências as projeções. Para ilustrar, o IGP-M entregou a maior variação desde agosto de 1994 com alta de 4,57% (contra 2,34% em agosto).

O preço ao consumo do Brasil está baixo (ainda), mas os preços ao produtor já estão consideravelmente elevados. Então, apesar do enfraquecimento do real, a competitividade industrial fica mais sensibilizada, ao menos no relativo.

Assim, começa a nascer alguma dúvida sobre a efetividade de juros baixos por muito tempo em um país emergente com problemas fiscais (dominância fiscal). As questões políticas, cambiais e estruturais da economia, muitas vezes podem não permitir a sustentabilidade de um patamar baixo da taxa por tanto tempo, como se poderia pressupor a priori.

As condições são sempre instáveis e dinâmicas, além de muito suscetíveis a populismos de última hora e dificuldades de respeito ao Orçamento. Em complemento, existe um grau elevado de indexação da economia e uma volatilidade cambial enorme. Um panorama aparentemente bom pode mudar muito rapidamente. Em sendo assim, como se comprometer com um horizonte tão dilatado para a política monetária, se não conseguimos enxergar nem mesmo até o final do trimestre? Se o mundo pode ser outro em 2021, como fixar a intenção de manter a Selic nos níveis atuais até 2022?

Credibilidade importa na política monetária. A essência do problema é a (falta de) perspectiva para a trajetória da dívida pública brasileira. Muitos já enxergam impossibilidade de manter o teto de gastos e simplesmente não temos visibilidade sobre o que vai acontecer.

As reformas fiscais não andam conforme o esperado e inflação supera sistematicamente as estimativas. A consequência é pressão sobre os ativos de risco e inflação. As ações brasileiras, por exemplo, estão em uma fase de consolidação estendida, semelhante ao período entre 1971 e 1985.

Os retornos em dólar em 50 anos (antes dos dividendos) são 7,66% — um pouco acima dos retornos S&P 500). Já nos últimos 25 anos, os retornos são 6% anualizados — ligeiramente abaixo do S&P 500. Ou seja, não parece haver prêmio pela volatilidade.

Mas lá fora não é exemplo para justificar uma fuga em massa de capital. Ainda que cada vez mais se torne imperativo ter uma parcela crescente de capital no exterior, os juros zerados ou negativos, somados a um ambiente de volatilidade exacerbada das ações, têm feito os investidores globais revisarem sua forma de alocação.

Com o tempo, é notável o crescimento de investimentos alternativos no portfólio de investidores sofisticados. Nesse sentido, o tema Private Equity vem ganhando força e o debate tende a se aquecer aqui no Brasil também, onde o investidor pessoa física está sedento por mais retorno e o mercado de Private Equity (fundos que compram participações em empresas) ainda é bem seleto e fechado.

Resta a ver se os planejamentos financistas dos investidores tenderão a prevalecer no ambiente corporativo das empresas por meio dos PE. Um novo mundo nasce hoje, com novos paradigmas e com novas formas de se entender uma realidade. O investidor precisa modernizar seu entendimento de alocação, sua razão e sua sensibilidade. 

Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

São por oportunidades como essa, em investimentos alternativos em um mundo com cada vez menos retorno, que Felipe Miranda se debruça em sua série na Empiricus. O Palavra do Estrategista é uma série recheada de ideias capazes de proporcionar bons retornos para investidores iniciantes e mais sofisticados. Convido a todos que leram até aqui a checar o que o estrategista-chefe da maior casa de análise da América Latina tem a dizer e a sua carteira de ações que são Oportunidades de uma Vida.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer

18 de novembro de 2024 - 20:00

Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira

15 de novembro de 2024 - 9:32

Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações

SEXTOU COM O RUY

Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações

15 de novembro de 2024 - 8:00

Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar

MUITA CALMA NESSA HORA

Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado

14 de novembro de 2024 - 18:40

As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse

ANTES DA DESPEDIDA

A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas

14 de novembro de 2024 - 17:32

As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião

DESAGRADOU (?)

“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo

14 de novembro de 2024 - 15:51

Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos

DESTAQUES DA BOLSA

A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?

14 de novembro de 2024 - 13:13

Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos

QUEM ESTÁ COM A RAZÃO?

Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?

14 de novembro de 2024 - 11:41

Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad

14 de novembro de 2024 - 8:19

Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília

ANOTE NO CALENDÁRIO

A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados

14 de novembro de 2024 - 7:11

Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações

“SUCH A LOVELY PLACE…”

A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá

14 de novembro de 2024 - 6:02

Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar

13 de novembro de 2024 - 20:00

Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais

COMPRAR OU VENDER

O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir

13 de novembro de 2024 - 13:01

Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA

13 de novembro de 2024 - 8:09

Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar

O QUE FAZER?

Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?

13 de novembro de 2024 - 6:03

Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira

MERCADO DE ARTE

Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão

12 de novembro de 2024 - 17:30

A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado

12 de novembro de 2024 - 7:01

Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar