🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Quem somos nós?

Para tentar selecionar esses ativos que podem subir muito, usamos a abordagem buffettiana clássica, ao que somamos as noções de ciclos econômicos, psicológicos e de lucros corporativos tão bem desenvolvida por Howard Marks

13 de maio de 2020
11:23
lucro
Imagem: Shutterstock

Hoje temos uma recomendação de exposição líquida comprada de 11% em ações na Carteira Empiricus. Mais precisamente, 10,75%. Falo em “exposição líquida” porque temos a sugestão de compra com maior percentual numa cesta de ações preferidas, protegida parcialmente com uma posição short (vendida) em índice (BOVA11), resultando, em termos líquidos, nos tais 10,75%.

Se fôssemos um fundo multimercado brasileiro típico, essa seria tipificada como uma posição relevante, talvez considerada grande até. Os hedge funds locais, talvez pela origem mais recorrente nos mercados de juro e câmbio, talvez pelo histórico paraíso do CDI (o que inclusive nos rende, paradoxalmente, prêmios de risco negativos para a Bolsa em muitas situações), guardam menor tradição em renda variável — embora devam-se reconhecer exceções que comprovam a regra e também uma dinâmica mais em favor de Bolsa nos últimos tempos.

Para nosso caso e histórico, porém, essa é uma posição historicamente baixa — em especial se considerarmos que ela vem acompanhada de exposição grande comprada em dólar e em ouro, cuja correlação com a Bolsa tende a ser negativa. Alguns até poderiam argumentar que essas três coisas poderiam andar juntas agora, num cenário semelhante àquele de 1999, em que se compram moeda forte e ativos reais para se proteger e, então, o trio subiria junto, mas essa é outra história. Breve parêntese: Stanley Druckenmiller acaba de dizer que nunca viu uma combinação risco-retorno tão desfavorável para a Bolsa americana; você vai mesmo encher o carrinho de ações agora? Você pode ter uma ideia da grandeza do sujeito lendo “George Soros: Definitivo”, disponível em nosso Clube do Livro.

A Carteira Empiricus encontra, na essência, mais similaridade a um hedge fund americano, cuja matriz estrutural se apoia na abordagem clássica de 60/40 (60% destinado às ações, 40% destinado a bonds). Não quero dizer que essa seja uma proporção a ser perseguida. Faço apenas uma autoanálise da abordagem, porque, principalmente em momentos como este, você precisa entender com exatidão qual a sua abordagem, para que possa se mover à frente em linha com sua filosofia e com o que você acredita. E é fundamental fazê-lo, porque se mover fora de seus princípios estará alheio ao seu círculo de competências e sem muita convicção em seus movimentos. A chance de dar certo é baixa.

Então, qual a nossa abordagem na Carteira Empiricus?

Começamos da forma mais clássica possível, com a tal Moderna Teoria de Portfólio, o que nos remete a Harry Markowitz. A ideia aqui é que, a partir dos ganhos da diversificação, da introdução, com os pesos certos, de ativos negativamente ou pouco correlacionados podemos encontrar portfólios otimizados. Em outras palavras, poderíamos maximizar o retorno esperado da carteira, para um dado nível de risco; ou minimizar o risco do portfólio, para um dado nível de retorno esperado.

Leia Também

A diversificação é o último almoço grátis disponível, nas palavras do próprio Markowitz. Ou o Santo Graal dos investimentos, na terminologia de Ray Dalio. Talvez esse seja o conceito mais caro para nós, mas isso é só o princípio.

Podemos avançar um pouco mais. A partir das contribuições de Markowitz, Jack Treynor, William Sharpe, John Lintner e Jan Mossin caminharam para a determinação da sensibilidade de um ativo ao chamado risco não diversificado (sistêmico ou de mercado), chegando no tal CAPM, que você talvez já tenha encontrado por aí em algum relatório em que ele é usado no meio de um modelo de Fluxo de Caixa Descontado para determinação do valor justo de uma ação. Pelo CAPM, o retorno esperado de um ativo é determinado pela taxa livre de risco, mais um parâmetro que mede a sensibilidade do ativo ao risco de mercado, multiplicado pelo retorno esperado para mercado menos a taxa de juro livre de risco.

Esqueça um pouco a fórmula. Só a trago aqui porque ela ajuda a entender o próximo passo. O CAPM é um modelo unifatorial. Tem como fator explicativo apenas o prêmio de risco de mercado. A partir dele, você pode estender o modelo para infinitos novos fatores, no que viria a ser comumente chamado de APT (só uma extensão do CAPM para um modelo multifatorial). O caso particular mais famoso de APT talvez seja o batizado “Fama-French model” ou modelo de três fatores, em que se adicionam ao CAPM um fator para capturar um elemento de value investir (normalmente desconto sobre o valor patrimonial) e tamanho. O resultado clássico desse modelo indica que ações menores e descontadas frente ao book costumam ter desempenho melhor na média e no longo prazo.

Dessa abordagem do APT, podemos dar um passo adicional, para o que a indústria chama hoje de Smart Beta ou fundos sistemáticos. Nada mais é do que a montagem de vários fatores de risco, de acordo com a cabeça do responsável pelo modelo, tradicionalmente construído a partir de muito backtesting. A ideia aqui é capturar uma série de prêmios de risco que existam ao longo do tempo, de forma diversificada. O investidor, ao espalhar por ativos que carregam prêmios de risco e, portanto, na média, pagam mais, vai ter, também na média, bons retornos. 

Deixe-me explicar a ideia de forma mais intuitiva. Você compraria Bolsa se ela pagasse o mesmo que o CDI? Provavelmente, não. Em tese, a Bolsa tem mais risco e, portanto, para alguém comprá-la, deve haver um excesso de retorno esperado sobre a renda fixa. Isso não significa, de forma alguma, que a Bolsa sempre vai pagar melhor do que a renda fixa (se fosse o caso, não haveria mais risco na Bolsa). Apenas diz que, na média, a Bolsa paga melhor que a renda fixa. Então, se o investidor diversifica em vários ativos de prêmio de risco positivo, o que tende a acontecer? De novo, na média eles vão pagar bem, sob a hipótese de baixa correlação entre eles, garantindo um resultado agregado favorável.

Essa também é uma noção muito presente na Carteira Empiricus: a diversificação entre vários ativos com prêmio de risco positivo, de baixa correlação. 

Mas há um problema nessa história — ou, ao menos, um problema. Toda essa história está apoiada no desenvolvimento original da Teoria Moderna de Portfólio e, como vimos, ela está assentada na ideia de ativos negativamente ou pouco correlacionados. O diabo é que essas correlações são altamente instáveis e, nos momentos de crise, todas caminham para 1. Tudo se move na mesma direção quando você menos espera. 

Além disso, e potencialmente ainda mais importante, o arcabouço de Markowitz é construído considerando apenas os dois primeiros momentos de uma distribuição de probabilidade, ou seja, média e variância, sendo esta última tomada como proxy de risco. Areia movediça. Como tento falar aqui dia sim, dia sim, risco e variação são coisas bem diferentes. As torres gêmeas estavam bem estáticas até o dia 10 de setembro de 2001. Um único evento súbito, imprevisível e de alto impacto pode vir e acabar com toda essa brincadeira. Em linguagem mais técnica, precisamos extrapolar a modelagem média e variância para contemplar também as noções de assimetria e curtose (eventos raros). Aqui talvez o leitor mais perspicaz talvez tenha já se atentado para um grande problema: qualquer modelagem razoável exige uma amostra minimamente grade para podermos entender o comportamento da população. Mas, ora, como ter uma amostra de eventos raros se eles são… raros? 

E aí entra, claro, Nassim Taleb, com a importância dada a variâncias infinitas, eventos raros, aleatoriedade, etc. Como desdobramento de suas ideias, saímos um pouco do Markowitz mais canônico para adentrar o que ele chama de Barbell Strategy, em que a maior parte do dinheiro é colocada em ativos de baixíssimo risco e uma menor fatia se destina a aplicar, de maneira diversificada, em ativos de altíssimo risco, com potencial de multiplicação. Isso também está presente na Carteira Empiricus, filosoficamente.

Para tentar selecionar esses ativos que podem subir muito, usamos a abordagem buffettiana clássica, ao que somamos as noções de ciclos econômicos, psicológicos e de lucros corporativos tão bem desenvolvida por Howard Marks. No caso da América Latina, esses ciclos são magnificados pela flutuação do pêndulo político, com consequências brutais sobre o ciclo econômico. 

Esses somos nós. Juntando as peças, você consegue entender o posicionamento da Carteira Empiricus em qualquer período de tempo, por conta própria. De todo modo, na próxima segunda-feira eu trarei a continuação deste texto. Como tudo isso se insere no cenário atual? Por que temos uma posição líquida comprada menor do que nosso histórico neste momento? Cenas dos próximos capítulos.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MARKET MAKERS

Precisamos falar sobre indicadores antecedentes: Saiba como analisar os índices antes de investir

1 de setembro de 2022 - 14:09

Com o avanço da tecnologia, cada vez mais fundos de investimentos estão utilizando esses indicadores em seus modelos — e talvez a correlação esteja caindo

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge

1 de setembro de 2022 - 13:27

Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro de mais de 4% com ações da AES Brasil (AESB3); confira a recomendação

1 de setembro de 2022 - 8:25

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da AES Brasil (AESB3). Saiba os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Setembro em tons de vermelho: Confira todas as notícias que pesam nos mercados e impactam seus investimentos hoje

1 de setembro de 2022 - 8:22

O mês de setembro começa com uma imensa mancha de tinta vermelha sobre a tela das bolsas mundiais, sentindo o peso do Fed, da inflação recorde na zona do euro e do lockdown em Chengdu

ESTRADA DO FUTURO

A febre dos NFTs passou, mas esta empresa está ganhando dinheiro com eles até hoje

1 de setembro de 2022 - 5:48

Saiba quem foram os vendedores de pás da corrida do ouro dos NFTs e o que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Balanço de agosto, o Orçamento de 2023 e outros destaques do dia

31 de agosto de 2022 - 19:20

A alta de 6,16% do Ibovespa em agosto afastou o rótulo de “mês do desgosto”, mas ainda assim deixou um sabor amargo na boca.  Isso porque depois de disparar mais de 10% ainda na primeira quinzena, impulsionado pela volta do forte fluxo de capital estrangeiro, as últimas duas semanas foram comandadas pela cautela.  Uma dupla […]

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 4% com ações da Marcopolo (POMO4); confira a recomendação

31 de agosto de 2022 - 8:10

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Marcopolo (POMO4). Saiba mais detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Tente outra vez: basta desejar profundo para ver a bolsa subir? Confira tudo o que mexe com os seus investimentos hoje

31 de agosto de 2022 - 8:08

Em queda desde a sexta-feira, as bolsas de valores estrangeiras começaram o dia em busca de recuperação singela. Por aqui, investidores procuram justificativas para descolar o Ibovespa de Wall Street

o melhor do seu dinheiro

Commodities derrubam Ibovespa, Itaú BBA rebaixa a Petrobras (PETR4) e as mudanças na WEG (WEGE3); confira os destaques do dia

30 de agosto de 2022 - 19:20

As últimas levas de notícias que chegam de todas as partes do mundo parecem ter jogado os investidores dentro de um labirinto de difícil resolução em que apenas a cautela pode ser utilizada como arma.  O emaranhado de corredores a serem percorridos não só são longos, como também parecem estar sempre mudando de posição — […]

A BOLSA COMO ELA É

Gringos estão de olho no Ibovespa, mas investidor local parece sem apetite pela bolsa brasileira. Qual é a melhor estratégia?

30 de agosto de 2022 - 11:50

É preciso ir contra o consenso para gerar retornos acima da média, mesmo que isso signifique correr o risco de estar errado

MARKET MAKERS

Entenda por que você não deve acompanhar só quem possui teses de investimento iguais às suas

30 de agosto de 2022 - 9:17

Parte fundamental do estudo de uma ação é entender não só a cabeça de quem tem uma tese que vá em linha com a sua, mas também a de quem pensa o contrário

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 11% com ações da Santos Brasil (STBP3); confira a recomendação

30 de agosto de 2022 - 8:15

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Santos Brasil (STBP3). Saiba os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Uma pausa para respirar: Confira todas as notícias que movimentam os mercados e impactam seus investimentos hoje

30 de agosto de 2022 - 8:08

A saída da atual crise inflacionária norte-americana passa necessariamente por algum sacrifício. Hoje, porém, as bolsas fazem uma pausa para respirar

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí

30 de agosto de 2022 - 6:22

Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho

SEU DINHEIRO NA SUA NOITE

Ibovespa se descola da gringa, Itaú entra na disputa das vendas virtuais e a estratégia de Bolsonaro para os debates; confira os destaques do dia

29 de agosto de 2022 - 19:17

Em Wall Street, o alerta do Federal Reserve de que o aperto monetário pode ser mais intenso do que o esperado penalizou as bolsas lá fora

EXILE ON WALL STREET

Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana

29 de agosto de 2022 - 11:25

Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 5% com ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); confira a recomendação

29 de agosto de 2022 - 8:25

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Veja os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Mercados, debate presidencial e um resultado inesperado: Confira todas as notícias que mexem com os seus investimentos hoje

29 de agosto de 2022 - 8:24

Com a percepção de que o Fed optará pelo combate à inflação a todos os custos, os últimos dias de agosto não devem trazer alívio para os mercados financeiros. O Ibovespa ainda repercute o primeiro debate entre presidenciáveis

Trilhas de carreira

Por que saber demais pode tornar você um péssimo chefe

28 de agosto de 2022 - 7:32

Apesar de desenvolvermos uma compreensão mais sofisticada da realidade como adultos, tendemos a cair em armadilhas com muito mais frequência do que gostaríamos de admitir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Wall Street tomba com Powell, os melhores momentos de Lula e Bolsonaro no Jornal Nacional e outros destaques do dia

26 de agosto de 2022 - 18:13

Desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou o início da retirada dos estímulos monetários adotados na pandemia, durante o simpósio de Jackson Hole de 2021, o mercado financeiro global já se viu obrigado inúmeras vezes a recalcular a rota, e todas elas parecem levar a um destino ainda incerto, mas muito […]

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar