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Meu nome é reflation trade, mas pode me chamar de emerging party

Em um contexto dominado pela aleatoriedade e frequentemente subordinado à conflação, duas causas opostas podem levar a um mesmo efeito, enquanto uma mesma causa pode levar a dois efeitos opostos.

5 de novembro de 2020
11:58
Biden Trump eleições 2020 Estados Unidos
Imagem: Shutterstock

As histórias de mercado geralmente são contadas de ponta-cabeça, pseudoalgoritmos de engenharia reversa.

Se o Biden ganha a eleição e o S&P 500 sobe, dando carona à emerging party, então é por que o mercado preferia o Biden.

Volte quatro anos no tempo, troque "Biden" por "Trump" na frase acima, "emerging party" por "reflation trade" e tudo bem: raciocínio preservado, conclusões imaculadas.

Há duas faces naquilo que chamamos de falácia da narrativa do mercado.

Uma delas é semântica, já bem explicitada pelo fooled by randomness talebiano. Desmistifica em nossas cabeças o tabu das causalidades financeiras.

Em um contexto dominado pela aleatoriedade e frequentemente subordinado à conflação, duas causas opostas podem levar a um mesmo efeito, enquanto uma mesma causa pode levar a dois efeitos opostos.

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Por conta desses cruzamentos ilógicos, da noite para o dia, investidores irresponsáveis viram gênios da previsão, e cabeças brilhantes acabam fazendo papel de idiotas.

É o amargo imediato da cicuta a tomar o paladar daqueles genuinamente interessados pelo doce gosto do mel em longo prazo.

Na outra face da falácia — sintática —, as nobres posições tradicionalmente atribuídas ao sujeito da oração perdem importância.

Distanciamo-nos da pequenez das crônicas da vida cotidiana, em que os sujeitos são protagonistas da narrativa, e adentramos um mundo alternativo onde apenas os predicados importam.

Biden e Trump podem tuitar à vontade, alternar perfis de mocinho e bandido, mas é o mercado que, em última instância, decide quem fez o certo e quem ganha dinheiro no final, para além do bem e do mal.

Presidentes feitos de heróis importam menos do que seus milhões de investidores escondidos por trás de estatísticas de votos.

Aproveitando a carona: nesse mundo, a autonomia de um Banco Central é uma grande ilusão.

A mesma autonomia que blinda o presidente do Bacen de ingerências mil o faz ainda mais funcionário da instituição.

Por que, se eu tenho autonomia para domar a inflação, tenho liberdade para tratá-la com indiferença quando ela vira uma nota de rodapé?

Se inauguro o forward guidance, posso desistir dele com a mesma facilidade, seguro de meu total livre arbítrio?

Eventualmente, seremos todos cobrados pelas liberdades que desejamos, inclusive a liberdade de interpretação.

No such thing as a free freedom.

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