Café da Manhã dos Campeões: vá de carona nas Big Techs
Enquanto investidores, podemos ser deixados para trás ou podemos pegar uma belíssima carona exponencial, investindo nas Big Techs.

Rabo Karabekian é o protagonista de Bluebeard, um dos meus livros preferidos do Kurt Vonnegut.
O personagem é um pintor expressionista abstrato parcamente conhecido pelo grande público. Ele mesmo faz questão de se descrever, sem falsa modéstia, como "uma nota de rodapé na História da Arte".
Karabekian percebe que nasceu para pintar, não tem dúvidas sobre isso. Assim como sabe, ao observar demais talentos, que outros à sua volta nasceram para correr maratonas, deduzir teoremas ou cantar ópera.
No entanto, a despeito de todas essas pessoas terem atendido aos seus chamamentos originais, seguindo estritamente as vocações que lhes foram determinadas, suas almas continuam vazias.
Nem sempre foi assim.
"Acho que tudo começou na época em que cada indivíduo tinha que viver em meio a pequenos grupos de parentes e amigos, talvez não mais do que 50 ou 100 pessoas se organizando conjuntamente" — contextualiza Karabekian.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Escute as feras
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
"E a evolução darwinista ou o criacionismo divino acabaram moldando nossos parâmetros genéticos de forma a manter as famílias unidas, até mesmo eventualmente felizes, em um contexto no qual sempre haveria alguém do grupo para contar histórias nas noites de fogueira, e um outro alguém para desenhar figuras nas paredes das cavernas (...), e assim por diante."
Mas, de repente, essa cena bucólica passou por uma reconfiguração radical.
"É claro que um esquema naqueles moldes não faz mais sentido, porque virtudes moderadas tornaram-se inúteis hoje em dia, graças às tecnologias de impressão gráfica, rádio, televisão, satélites, etc."
"Uma pessoa de talentos moderados que seria um tesouro para sua comunidade mil anos atrás agora tem que desistir, tem que migrar para alguma outra linha de trabalho, já que o poder da comunicação a colocou para concorrer com ninguém menos do que os Campeões Mundiais."
"O planeta inteiro agora fica extraordinariamente bem com alguns poucos talentos campeões em cada área das virtudes humanas."
Em Bluebeard, Vonnegut captura brilhantemente o Zeitgeist da dinâmica paretiana (80/20) moderna.
Alguns raros competidores, extremamente virtuosos naquilo que fazem, são declarados campeões mundiais.
Como congratulação, a eles são oferecidas grandes fatias de mercado, de modo que o clássico debate sobre market share vai perdendo o sentido.
Conforme a constatação de Karabekian, tais campeões são ditados pelo domínio tecnológico, num caminho sem volta.
A tecnologia impõe ao mundo a estética do "winner takes all" — ao vencedor machadiano, as batatas.
Enquanto investidores, podemos ser deixados para trás ou podemos pegar uma belíssima carona exponencial, investindo nas Big Techs.
Se você, assim como eu, está entre aqueles que preferem a carona, saiba que a Carteira Empiricus tem uma lista de ações campeãs de tecnologia para você comprar. Além das Big Tech, você encontrará na Carteira um portfólio diversificado, com opções de renda fixa, ações, fundos imobiliários. Deixo aqui o link para quem quiser conhecer o projeto.
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
Rodolfo Amstalden: Para um período de transição, até que está durando bastante
Ainda que a maior parte de Wall Street continue sendo pró Trump, há um problema de ordem semântica no “período de transição”: seu falsacionismo não é nada trivial
Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump
Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes
Dinheiro é assunto de mulher? A independência feminina depende disso
O primeiro passo para investir com inteligência é justamente buscar informação. Nesse sentido, é essencial quebrar paradigmas sociais e colocar na cabeça de mulheres de todas as idades, casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, que dinheiro é assunto delas.
Rodolfo Amstalden: Na esperança de marcar o 2º gol antes do 1º
Se você abre os jornais, encontra manchetes diárias sobre os ataques de Donald Trump contra a China e contra a Europa, seja por meio de tarifas ou de afrontas a acordos prévios de cooperação
Rodolfo Amstalden: Um Brasil na mira de Trump
Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump
Rodolfo Amstalden: Eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável
Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa
Rodolfo Amstalden: Tenha muito do óbvio, e um pouco do não óbvio
Em um histórico dos últimos cinco anos, estamos simplesmente no patamar mais barato da relação entre preço e valor patrimonial para fundos imobiliários com mandatos de FoFs e Multiestratégias
Felipe Miranda: Isso não é 2015, nem 1808
A economia brasileira cresce acima de seu potencial. Se a procura por camisetas sobe e a oferta não acompanha, o preço das camisetas se eleva ou passamos a importar mais. Não há milagre da multiplicação das camisetas.
Tony Volpon: O paradoxo DeepSeek
Se uma relativamente pequena empresa chinesa pode desafiar as grandes empresas do setor, isso será muito bom para todos – mesmo se isso acabar impactando negativamente a precificação das atuais gigantes do setor
Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
Rodolfo Amstalden: Um ano mais fácil (de analisar) à frente
Não restam esperanças domésticas para 2025 – e é justamente essa ausência que o torna um ano bem mais fácil de analisar
Rodolfo Amstalden: Às vésperas da dominância fiscal
Até mesmo os principais especialistas em macro brasileira são incapazes de chegar a um consenso sobre se estamos ou não em dominância fiscal, embora praticamente todos concordem que a política monetária perdeu eficácia, na margem
Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”
Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores
Rodolfo Amstalden: Banda fiscal no centro do palco é sinal de que o show começou
Sequestrada pela política fiscal, nossa política monetária desenvolveu laços emocionais profundos com seus captores, e acabou por assimilar e reproduzir alguns de seus traços mais viciosos
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2
Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
Rodolfo Amstalden: Brasil com grau de investimento: falta apenas um passo, mas não qualquer passo
A Moody’s deixa bem claro qual é o passo que precisamos satisfazer para o Brasil retomar o grau de investimento: responsabilidade fiscal
Tony Volpon: O improvável milagre do pouso suave americano
Powell vendeu ao mercado um belo sonho de um pouso suave perfeito. Temos que estar cientes que é isso que os mercados hoje precificam, sem muito espaço para errar.