🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Algumas palavras sobre liderança feminina e a minha experiência na Empiricus

Peço desculpas por não poderem ler as palavras do Felipe hoje. Ele me pediu para usar este espaço e escrever algumas linhas sobre o que penso de diversidade nas empresas e compartilhar um pouco da minha história na Empiricus.

15 de julho de 2020
11:28
lideranças femininas
Imagem: Shutterstock

Assim como vocês, três leitores do Day One, confesso minha enorme insatisfação quando abro meu e-mail em busca das palavras do Felipe e encontro um convidado. Não importa quem seja — não é nada pessoal, gosto de todos que já ocuparam este espaço, especialmente das edições do Bruno Mérola às sextas-feiras — mas, para mim, o Day One do Felipe já é parte da minha rotina diária, como nadar e dormir. No meu caso, tenho o prazer de recebê-lo minutos antes de você, na versão sem template, sem revisão, enviada antes de ser disparado a todos nossos assinantes por volta das 9h30 da manhã — sim, ele escreve tudo aquilo todos os dias, de manhã, religiosamente, na mesa aqui do lado da minha. 

Mas o prazer maior vem logo na sequência, quando fazemos o nosso comitê de vendas diário: eu, Felipe, Beto e, mais recentemente, o Caio também. O horário oficial dessa reunião — minha preferida de todas as muitas que eu faço como COO da Empiricus — é exatamente esse: depois do Day One. 

Não bastasse tudo isso, preciso confessar que fui contra o nome “Day One” — o mais antigo dos três leitores deve lembrar que esta newsletter já teve outros nomes (não vou escrever aqui, quem souber me manda por e-mail; eu respondo os que acertarem com um presente simbólico da Empiricus). Quando o Felipe propôs a troca para Day One, na época da mudança de escritório para o Pátio Malzoni, achei o nome pouco sonoro; embora eu já adorasse a imagem que ele transmite (todos os dias são Day One mesmo, principalmente na Empiricus), achei que esse não era um bom nome para a newsletter. Por sorte, fui voto vencido.

Dado tudo isso, peço desculpas por não poderem ler as palavras do Felipe hoje. Ele me pediu para usar este espaço e escrever algumas linhas sobre o que penso de diversidade nas empresas e compartilhar um pouco da minha história aqui na Empiricus. 

Por que isso interessa a você, leitor? Acredito que como minha história está intimamente ligada à história da Empiricus (trabalho aqui há dez anos, desde quando éramos apenas meia sala na rua Iguatemi; além da Maria, também vi o João Pedro nascer), ela vai te ajudar a entender um pouco mais quem somos nós, no que acreditamos e quem está por trás das ideias que chegam até você todos os dias. Se isso não te interessa, sem crise, semana que vem o Felipe está de volta. Se você está com saudades do Felipe, fica aqui o convite para ouvir o podcast que eu gravei com ele e o Ricardo Mioto. 

Comecei em 2010 como estagiária, passei pela área de análise (muito tempo atrás, comecei o Vacas Leiteiras, hoje sob o comando do muito melhor analista Sergio Oba), cuidei do e-commerce nos primórdios, junto com o André Kiss, quando ainda vendíamos apenas cinco assinaturas por dia e comemorávamos cada uma delas (hoje essa área é tocada pelo excelente Rodrigo Gianotto), comecei a área de BI com um Excel e muitos sábados testando fórmulas e tabelas (chega a ser ofensivo chamar aquilo de BI, nem se compara ao que o Alex Campos e o Vinícius Reis fazem hoje em dia) e também criei nossa área de atendimento. Todas essas áreas, com exceção da análise, continuam sob o meu guarda-chuva, e hoje supervisiono toda parte de tecnologia, pós-venda, experiência do assinante e data analytics na Empiricus.

Leia Também

Acho que aqui já tem algumas coisas legais. Primeiro, que não há áreas femininas ou áreas masculinas na Empiricus , nem deveriam existir em nenhum lugar: homens e mulheres podem atuar onde quiserem, a depender de habilidades e oportunidades. Não acredito em caixinhas fechadas, mesmo quando vêm sob a aparência de elogios: “mulheres são mais cuidadosas, então são melhores na função tal”, ou “mulheres são mais pacientes, então são melhores para fazer isso”. Há coisas que são específicas de mulheres e de homens, mas esses atributos pessoais e profissionais não são um deles, na minha opinião. Há mulheres cuidadosas ou não, pacientes ou não, assim como há homens mais ou menos analíticos. Não é porque sou mulher que sou mais impulsiva, assim como não é porque sou mulher que sou mais generosa.

Ainda assim, me beneficiei ao longo do tempo de conselhos voltados especificamente para mulheres; o principal foi sobre uma diferença muito comum entre mulheres e homens na hora de negociar salários. O estudo (que, sim, generaliza, indo contra o que disse no parágrafo anterior), diz que os homens, em geral, entrariam na negociação acreditando que merecem o aumento, enquanto a mulher, em geral, enfrentaria uma barreira adicional de não acreditar ser merecedora do aumento de salário, o que atrapalharia a negociação. O que posso dizer sobre minha experiência pessoal é que esse conselho me ajudou bastante, e mudei minha forma de encarar essa questão e, principalmente, de valorizar meu trabalho. Deixo essa história aqui porque pode servir para outras mulheres e, por que não, também homens que enfrentem dificuldades na hora de negociar e se valorizar. 

Lembro de uma ocasião, há alguns anos, em que precisávamos contratar duas pessoas para o BI. Até então, a área tinha apenas homens, e o Alex me disse que gostaria que essas duas posições fossem ocupadas por mulheres. O motivo era um só: na visão dele, isso faria bem à equipe e à empresa de modo geral. Resultado: entraram a Liliane e a Renata, profissionais excelentes, e a área realmente mudou de cara e deu um salto de qualidade, com uma melhora na dinâmica de trabalho e nas entregas de todos, inclusive dos homens muito competentes que já trabalhavam ali. Veja: certamente havia homens igualmente capacitados a desempenhar aqueles novos papéis. A decisão do Alex aconteceu simplesmente porque ele acreditava que mais diversidade faria bem à equipe, e isso de fato aconteceu. Desde então, acredito que áreas mais diversas são não apenas importantes como essenciais para o resultado da empresa — não sei direito por que, mas sei que é bom. Há estudos sobre isso e, no meu caso, vi acontecer na prática. 

Uma segunda coisa que identifico na minha trajetória é algo que ouvi da Paula Bellizia, executiva com anos de experiência em cargos de liderança de empresas como Microsoft, Facebook e Apple. A importância de aliados. Eu acredito firmemente em ter uma postura ativa como mulher que trabalha, não me rebaixar, me enxergar como igual aos meus pares masculinos. Mas não acredito que possamos mudar essa cultura sem a ajuda dos homens — essa luta não é exclusivamente feminina, e não acho que isso é ruim. Não acho possível chegar a um modelo que valorize adequadamente a mulher no mercado de trabalho sem a conscientização e a ajuda dos homens. 

Há muitas coisas sobre as quais não tenho certeza e outras que eu acho que acho — além de todos os dias serem Day One, trabalhar há dez anos neste lugar mágico e maluco que é a Empiricus me fez ter cada vez menos certeza e questionar minhas crenças, sempre. Acho óbvio que mulheres e homens no mesmo cargo devem receber igualmente (não sei se tem como discordar disso), mas não sei o que acho da ideia de obrigar as empresas a ter o mesmo número de mulheres e homens em cargos de liderança (de novo: não sei; se você tem um argumento sobre isso para qualquer um dos lados, por favor, me escreva). 

Por fim, aqui falando sobre mulheres e investimentos, acredito muito que a melhor parte de investir dinheiro e cuidar do patrimônio, para homens e mulheres, é permitir a liberdade de escolha. Feliz ou infelizmente, a independência verdadeira passa sempre pela independência financeira. Investir melhor e ganhar melhor é crucial, porque permite à mulher ser o que ela quiser ser e gastar dinheiro com o que e onde ela quiser: seja para cuidar melhor dos outros ou de si mesma, seja para comprar mais livros ou sapatos (qual o problema?), e gastar seu dinheiro onde bem entender.

*Este texto foi publicado originalmente como uma newsletter da Empiricus. Para receber conteúdos gratuitos da Empiricus no seu celular, baixe o aplicativo aqui.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas

19 de março de 2025 - 20:00

A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?

17 de março de 2025 - 20:00

Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Para um período de transição, até que está durando bastante

12 de março de 2025 - 19:58

Ainda que a maior parte de Wall Street continue sendo pró Trump, há um problema de ordem semântica no “período de transição”: seu falsacionismo não é nada trivial

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump

10 de março de 2025 - 20:00

Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes

VISÃO 360

Dinheiro é assunto de mulher? A independência feminina depende disso

9 de março de 2025 - 7:50

O primeiro passo para investir com inteligência é justamente buscar informação. Nesse sentido, é essencial quebrar paradigmas sociais e colocar na cabeça de mulheres de todas as idades, casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, que dinheiro é assunto delas.

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Na esperança de marcar o 2º gol antes do 1º

5 de março de 2025 - 20:01

Se você abre os jornais, encontra manchetes diárias sobre os ataques de Donald Trump contra a China e contra a Europa, seja por meio de tarifas ou de afrontas a acordos prévios de cooperação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um Brasil na mira de Trump

26 de fevereiro de 2025 - 20:00

Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável

19 de fevereiro de 2025 - 20:01

Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Tenha muito do óbvio, e um pouco do não óbvio

12 de fevereiro de 2025 - 20:00

Em um histórico dos últimos cinco anos, estamos simplesmente no patamar mais barato da relação entre preço e valor patrimonial para fundos imobiliários com mandatos de FoFs e Multiestratégias

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Isso não é 2015, nem 1808

10 de fevereiro de 2025 - 20:00

A economia brasileira cresce acima de seu potencial. Se a procura por camisetas sobe e a oferta não acompanha, o preço das camisetas se eleva ou passamos a importar mais. Não há milagre da multiplicação das camisetas.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O paradoxo DeepSeek

3 de fevereiro de 2025 - 20:01

Se uma relativamente pequena empresa chinesa pode desafiar as grandes empresas do setor, isso será muito bom para todos – mesmo se isso acabar impactando negativamente a precificação das atuais gigantes do setor

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?

29 de janeiro de 2025 - 20:31

Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um ano mais fácil (de analisar) à frente

18 de dezembro de 2024 - 20:00

Não restam esperanças domésticas para 2025 – e é justamente essa ausência que o torna um ano bem mais fácil de analisar

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Às vésperas da dominância fiscal

11 de dezembro de 2024 - 15:00

Até mesmo os principais especialistas em macro brasileira são incapazes de chegar a um consenso sobre se estamos ou não em dominância fiscal, embora praticamente todos concordem que a política monetária perdeu eficácia, na margem

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”

4 de dezembro de 2024 - 20:00

Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Banda fiscal no centro do palco é sinal de que o show começou

27 de novembro de 2024 - 16:01

Sequestrada pela política fiscal, nossa política monetária desenvolveu laços emocionais profundos com seus captores, e acabou por assimilar e reproduzir alguns de seus traços mais viciosos

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer

18 de novembro de 2024 - 20:00

Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2

7 de outubro de 2024 - 20:00

Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Brasil com grau de investimento: falta apenas um passo, mas não qualquer passo

2 de outubro de 2024 - 14:40

A Moody’s deixa bem claro qual é o passo que precisamos satisfazer para o Brasil retomar o grau de investimento: responsabilidade fiscal

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O improvável milagre do pouso suave americano

30 de setembro de 2024 - 20:03

Powell vendeu ao mercado um belo sonho de um pouso suave perfeito. Temos que estar cientes que é isso que os mercados hoje precificam, sem muito espaço para errar.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar