Como meu presente explica a economia atual
Você entenderá como a procura pelo presente do Dia dos Namorados pode explicar o funcionamento da economia atual, através da experiência de compra.
Para Mercedes, claro.” Gabriel García Marquez, na dedicatória de “O Amor nos Tempos do Cólera”.
“Uma Mercedes, claro.” O que eu pedi de presente para o Dia dos Namorados, mas que certamente não vou ganhar
Ah, o amor… como a newsletter estreia justamente na semana do Dia dos Namorados, ela terá um tom mais romântico, na medida do possível.
Afinal, a ideia aqui será sempre trazer temas atuais ou curiosos, contribuindo para melhores decisões financeiras ou econômicas.
Até pensei em iniciar falando dos protestos nos Estados Unidos ou na pandemia, mas você sabe: o amor sempre vence. E prometo retornar a esses temas no futuro.
Eu não sei como funciona aí na sua casa, mas por aqui, fazemos questão de comemorar o Dia dos Namorados, mesmo depois de casados.
Leia Também
A polarização do mercado financeiro, criptomoedas fecham semana no vermelho e outros destaques
Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?
Confesso: ela faz mais questão, mas não me oponho nem um pouco. Afinal, o ritual envolve presentes, cartões, jantar e vinho, ou seja, no pior cenário, bebo e como bem, ao mesmo tempo em que aproveitamos para colocar a conversa em dia.
E pouco importa se a data (véspera do Dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro) foi inventada pelo publicitário João Doria, pai do atual governador de São Paulo, justamente para impulsionar o varejo no mês de junho.
Em outros anos, a celebração envolveria reservar o restaurante, passar no shopping ao lado do trabalho para escolher o presente e na papelaria para comprar um cartão comemorativo. Mas já que estamos em tempos do Covid-19, percebi que o amor exige muito mais planejamento.
Combinar o jantar até que foi fácil: já temos um desses aparelhos de fondue, que sai da caixa justamente no inverno.
Como o filho do inventor da data permitiu que os supermercados continuassem funcionando quase que normalmente durante a pandemia, bastou escolher o queijo, frutas e chocolate.
A mini adega, frequentemente reposta, garante que teremos vinho. Agora é só preparar tudo em casal, e até já consigo imaginar a cena, típica das comédias românticas de Hollywood, com nós dois sorrindo, preparando a mesa, derretendo o queijo (imagino que seja assim – não faço a menor ideia de como fazer fondue).
Claro que a minha aparente tranquilidade acabou na hora de escolher o presente dela.
A grande corrida do momento
Como quase todos nesse momento (e em outros), recorri à internet: um presente com o qual ela fique feliz, ao mesmo tempo em que eu tenha pouca dor de cabeça.
Ou, em termos econômicos: como escolher um produto que maximize a função de utilidade dela e simultaneamente minimize meus custos associados, o que também passa por não ter que retornar o produto para quem me vender.
E antes que alguém me acuse de sovina, vale dizer que a experiência já me ensinou que um tíquete maior não necessariamente se traduz em melhor receptividade do presente. Enfim, para selecionar um produto, elegi alguns critérios:
1) Algo que possa ser comprado sem experimentar ou ver de perto, ou que tenha uma boa política de retorno para compensar;
2) Que tenha um vendedor confiável, então marca ou conhecimento prévio ajudam;
3) Experiência de compra, desde facilidade de navegação até aceitar diferentes cartões de crédito.
Desconfio que essa lista seja bastante similar à da maioria das pessoas para comprar qualquer coisa online ou mesmo fisicamente.
Entretanto, veja como operacionalizei essa missão: fiz uma pesquisa no Google, olhei o que minha esposa gostava no Instagram, consultei as amigas através do WhatsApp, escolhi e paguei através do PayPal.
E se você não esteve em uma caverna nos últimos dez anos, todas essas companhias operam em um modelo de negócios diferente que captura ao máximo todo o potencial da internet.
Essas companhias são as plataformas, e essa é a grande corrida do momento.
As plataformas hoje em dia dominam a internet e a economia: pelo menos oito dos dez websites mais acessados do Brasil são plataformas, de acordo com a Alexa.com.
E nenhuma companhia consegue crescer hoje em dia se não entender como as plataformas funcionam: é preciso aparecer na primeira página do Google, alcançar seu público-chave no Facebook ou Instagram e ter seu app bem avaliado na Apple Store ou na Google Store.
Como vivemos atualmente
Para entender como chegamos até aqui, vamos por partes: os modelos de negócios antes eram lineares, ou seja, uma empresa comprava insumos, produzia, vendia e entregava para os consumidores finais. Isso podia ser um produto físico ou serviço.
Aqui você pode incrementar ou detalhar o processo o quanto quiser: a cadeia de valor foi uma grande fonte de vantagem competitiva durante todo o século passado.
Basta pensar em tudo que surgiu desde a Revolução Industrial: linha de montagem, produção just-in-time, Seis Sigma, etc.
No século XXI, surgem as plataformas, que unem os negócios e as pessoas, permitindo que executem transações entre eles.
A consequência é que plataformas funcionam de uma forma bastante diferente dos modelos de negócios baseados apenas em cadeia de valor.
A verdadeira riqueza deixa de ser os recursos que essa companhia possui, e passa a ser os recursos aos quais ela pode se conectar.
Para isso, portanto, as plataformas precisam criar grandes redes de consumidores e recursos que possam ser acessados a qualquer momento, criando comunidades e mercados que permitam aos seus usuários interagir e fazer negócios.
Para crescer, portanto, toda plataforma precisa ter quatro funções: construir uma grande audiência, formar parcerias, oferecer serviços e ferramentas, e estabelecer regras e padrões, garantindo a segurança dos participantes.
Convido você a fazer um teste rápido: qual nome vem à sua cabeça primeiro quando você imagina uma plataforma dos itens abaixo.
1) Serviços
2) Produtos
3) Pagamentos
4) Investimentos
5) Redes sociais
6) Comunicação direta
7) Jogos
8) Conteúdo
9) Desenvolvimento
Esses nomes que você pensou certamente estão à frente nessa jornada. E porque as margens das plataformas também crescem à medida que suas redes crescem, ao final restarão apenas uma ou duas que dominarão qualquer indústria.
Por isso que o Instagram, por exemplo, incorporou diversas funcionalidades do Snapchat quando Zuckerberg não conseguiu comprar o concorrente.
A pandemia, óbvio, forçou várias empresas a acelerarem suas iniciativas de venda online. Via Varejo e Magazine Luiza, por exemplo, devem continuar uma forte disputa no mercado de eletroeletrônicos, cada uma tentando estabelecer plataformas que envolvem desde a forma de pagamento até parcerias com influenciadores digitais, aumentando cada vez mais a audiência que cada uma possui.
As duas aspiram replicar o sucesso da Amazon nos Estados Unidos, e a própria Amazon deve em algum momento acelerar sua operação no mercado brasileiro. Por aqui, essa briga ainda vai longe.
O que você precisa monitorar é a construção da audiência, que envolve grande investimento em marketing, e a experiência do consumidor final, que por sua vez exige uma forte base tecnológica.
Basta lembrar que o Uber estabeleceu uma posição inicial muito forte aqui no país, mas a 99 conseguiu capturar uma parte relevante da participação de mercado após a experiência com a Uber não ser mais tão boa quanto no começo.
Terminei por escolher o presente, veja você, no Instagram, em uma lojinha de uma amiga. Entendeu como as plataformas funcionam?
Agora, falta apenas um cartão romântico. Inspirado pela audiência desta newsletter, seguem algumas ideias:
“Você é tão linda que deveria ser chamada de Ibovespa a 100 mil pontos.”
“Prometo nunca fazer como OIBR3 e jamais te desapontar.”
“Meu sentimento terá valor do presente até a perpetuidade.”
OK, talvez seja mais recomendado consultar o Google mais uma vez.
Ah, o que não se faz por amor…
Aproveito para convidar você a participar de uma reorganização financeira de perder o fôlego com a Dara Chapman (especialista da Invesa). O link para inscrição é este (gratuito).
Um abraço,
Leonardo Pontes
Precisamos falar sobre indicadores antecedentes: Saiba como analisar os índices antes de investir
Com o avanço da tecnologia, cada vez mais fundos de investimentos estão utilizando esses indicadores em seus modelos — e talvez a correlação esteja caindo
Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge
Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade
Day trade na B3: Oportunidade de lucro de mais de 4% com ações da AES Brasil (AESB3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da AES Brasil (AESB3). Saiba os detalhes
Setembro em tons de vermelho: Confira todas as notícias que pesam nos mercados e impactam seus investimentos hoje
O mês de setembro começa com uma imensa mancha de tinta vermelha sobre a tela das bolsas mundiais, sentindo o peso do Fed, da inflação recorde na zona do euro e do lockdown em Chengdu
A febre dos NFTs passou, mas esta empresa está ganhando dinheiro com eles até hoje
Saiba quem foram os vendedores de pás da corrida do ouro dos NFTs e o que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas
Balanço de agosto, o Orçamento de 2023 e outros destaques do dia
A alta de 6,16% do Ibovespa em agosto afastou o rótulo de “mês do desgosto”, mas ainda assim deixou um sabor amargo na boca. Isso porque depois de disparar mais de 10% ainda na primeira quinzena, impulsionado pela volta do forte fluxo de capital estrangeiro, as últimas duas semanas foram comandadas pela cautela. Uma dupla […]
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 4% com ações da Marcopolo (POMO4); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Marcopolo (POMO4). Saiba mais detalhes
Tente outra vez: basta desejar profundo para ver a bolsa subir? Confira tudo o que mexe com os seus investimentos hoje
Em queda desde a sexta-feira, as bolsas de valores estrangeiras começaram o dia em busca de recuperação singela. Por aqui, investidores procuram justificativas para descolar o Ibovespa de Wall Street
Commodities derrubam Ibovespa, Itaú BBA rebaixa a Petrobras (PETR4) e as mudanças na WEG (WEGE3); confira os destaques do dia
As últimas levas de notícias que chegam de todas as partes do mundo parecem ter jogado os investidores dentro de um labirinto de difícil resolução em que apenas a cautela pode ser utilizada como arma. O emaranhado de corredores a serem percorridos não só são longos, como também parecem estar sempre mudando de posição — […]
Gringos estão de olho no Ibovespa, mas investidor local parece sem apetite pela bolsa brasileira. Qual é a melhor estratégia?
É preciso ir contra o consenso para gerar retornos acima da média, mesmo que isso signifique correr o risco de estar errado
Entenda por que você não deve acompanhar só quem possui teses de investimento iguais às suas
Parte fundamental do estudo de uma ação é entender não só a cabeça de quem tem uma tese que vá em linha com a sua, mas também a de quem pensa o contrário
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 11% com ações da Santos Brasil (STBP3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Santos Brasil (STBP3). Saiba os detalhes
Uma pausa para respirar: Confira todas as notícias que movimentam os mercados e impactam seus investimentos hoje
A saída da atual crise inflacionária norte-americana passa necessariamente por algum sacrifício. Hoje, porém, as bolsas fazem uma pausa para respirar
Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí
Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho
Ibovespa se descola da gringa, Itaú entra na disputa das vendas virtuais e a estratégia de Bolsonaro para os debates; confira os destaques do dia
Em Wall Street, o alerta do Federal Reserve de que o aperto monetário pode ser mais intenso do que o esperado penalizou as bolsas lá fora
Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana
Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 5% com ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Veja os detalhes
Mercados, debate presidencial e um resultado inesperado: Confira todas as notícias que mexem com os seus investimentos hoje
Com a percepção de que o Fed optará pelo combate à inflação a todos os custos, os últimos dias de agosto não devem trazer alívio para os mercados financeiros. O Ibovespa ainda repercute o primeiro debate entre presidenciáveis
Por que saber demais pode tornar você um péssimo chefe
Apesar de desenvolvermos uma compreensão mais sofisticada da realidade como adultos, tendemos a cair em armadilhas com muito mais frequência do que gostaríamos de admitir
Wall Street tomba com Powell, os melhores momentos de Lula e Bolsonaro no Jornal Nacional e outros destaques do dia
Desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou o início da retirada dos estímulos monetários adotados na pandemia, durante o simpósio de Jackson Hole de 2021, o mercado financeiro global já se viu obrigado inúmeras vezes a recalcular a rota, e todas elas parecem levar a um destino ainda incerto, mas muito […]