Onde investir no 2º semestre: Por que você deve manter o dólar como proteção para seus investimentos
A reação da economia e dos governos à crise do coronavírus deve determinar os rumos do dólar nos próximos meses. Existem apostas para todos os lados, então o melhor a fazer é se proteger com a moeda norte-americana
Para onde vai o dólar? No começo do ano, quando tentamos responder a essa questão, o consenso entre os especialistas do assunto ouvidos pelo Seu Dinheiro era que a moeda provavelmente não passaria por grandes oscilações.
Mas diante do cenário ainda turbulento — e isso antes do coronavírus —, a recomendação na época era manter uma parcela do portfólio na moeda norte-americana.
Pois bem, se as projeções para o dólar mais calmo não se concretizaram, a moeda norte-americana mais uma vez se mostrou como uma forma eficiente de proteção quando as coisas dão errado.
Como sabemos, o mercado não apenas enfrentou os percalços habituais como foi abalado com o avanço da maior pandemia do último século — que, aliás, ainda não acabou.
O coronavírus estressou os circuitos financeiros ao redor de todo o globo, principalmente no fatídico mês de março, e gerou a pior perspectiva da história para o crescimento mundial.
Em meio a toda a incerteza provocada em grande parte pela covid-19, o dólar disparou e atingiu níveis inéditos – e até mesmo impensáveis.
Leia Também
Não podemos nos esquecer, para sermos justos, que, se o vírus foi uma bomba no meio do mundo dos mercados, ele agravou um contexto já delicado.
Quem aí se lembra da tensão entre Irã e Estados Unidos, da briga entre Rússia e Arábia Saudita sobre o petróleo e, até mesmo, da guerra comercial — a grande "história" dos mercados globais nos últimos anos?
Além disso, adicione ao caldo já bem azedo as incertezas domésticas sobre a política e a condução da pauta econômica — e o que temos são múltiplos fatores de nervosismo.
Também não pode ficar fora do radar que este ano ainda será marcado pela eleição presidencial nos Estados Unidos. O Seu Dinheiro Premium traz um texto exclusivo do Ivan Sant'Anna sobre o que esperar da disputa entre Donald Trump e Joe Biden. Você pode conhecer todos os benefícios do nosso clube VIP de leitores por 30 dias sem compromisso.
Todos esses eventos, em maior ou menor grau, sustentaram a alta do dólar, que atingiu o patamar de R$ 5,87 na máxima histórica de fechamento em maio. Logo depois, voltou a cair fortemente e ficar abaixo de R$ 5,00 para em seguida retomar a alta. O saldo até aqui aponta para uma alta acumulada mais de 30% sobre o real brasileiro em 2020.
Hoje, é verdade, o câmbio se encontra em um patamar mais baixo, perto dos R$ 5,40, e a crise deu uma boa acalmada nas últimas semanas. Por isso eu conversei com especialistas no mercado para saber o que esperar para o dólar na segunda metade deste ano.
Mas antes de mais nada já me antecipo a uma questão que você provavelmente está se fazendo: sim, vale a pena manter uma parcela da sua carteira em dólar como uma forma de proteção. Eu conto nesta matéria algumas formas de como ter exposição à moeda norte-americana.
Este texto faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no segundo semestre de 2020. Eis a lista completa:
- Ações
- Fundos imobiliários
- Renda fixa
- Dólar (você está aqui)
- Criptomoedas (disponível em 17/7)
- Imóveis (disponível em 20/7)
Risco fiscal
O cenário continua nublado, é verdade. Mas, conforme mais dados de atividade são liberados, os investidores adquirem um pouquinho mais de clareza sobre o estado da chamada economia real.
A reação da economia e dos governos à crise deve determinar os rumos da moeda norte-americana nos próximos meses.
“Esperamos que o dólar feche dezembro a R$ 5,25, e no 2º semestre ele deve variar entre R$ 5 e R$ 5,50”, diz Ronaldo Patah, estrategista do UBS Wealth Management. No atual contexto, a estratégia do UBS é de uma parcela maior em investimentos fora do país, o que inclui o dólar.
Patah disse que há uma perspectiva benigna sobre o exterior, visto que as economias desenvolvidas deverão sair antes da crise originada pela pandemia. Esse cenário favorece a tese de investimentos lá fora, em detrimento de oportunidades no mercado local, a fim de se obter retornos consistentes a risco mitigado.
Os riscos internos, associados principalmente à política fiscal, também pesam no câmbio, segundo o estrategista do UBS.
Olho nas contas externas
O Itaú Unibanco projeta atualmente um dólar mais alto ao fim deste ano, a R$ 5,75. A economista Julia Gottlieb, especialista em câmbio, enfatiza a situação das contas externas brasileiras.
Segundo ela, em meio ao atual cenário de incerteza sobre o Brasil provocado pela recessão e pelo grande desequilíbrio nas contas públicas, haverá continuidade da saída de capitais do Brasil por meio de renda fixa e ações. Esse fator deverá levar a moeda de volta ao patamar previsto até o fim do ano.
“No entanto, para o ano que vem a moeda deve caminhar em direção aos R$ 4,50, em linha com fundamentos mais consistentes da economia brasileira”, disse Gottlieb, citando a perspectiva da retomada e, ainda, a previsão positiva de que haverá a dissipação do choque do coronavírus pela economia global.
Para 2021, a especialista prevê também um melhor desempenho para as contas externas — que envolvem tanto fluxos de capitais de investimento como transações comerciais.
Dada a atual apreciação do dólar, houve um ajuste nessas contas, com um recuo expressivo nos déficits de serviços e de lucros e dividendos, bem como uma melhora na balança comercial, segundo a economista.
Esse ajuste, por ora, vem ajudando a diminuir a pressão sobre o câmbio. A projeção do Itaú para 2020 é de um déficit em conta-corrente de US$ 2 bilhões e para 2021, um superávit de US$ 5 bilhões.
Calmaria no horizonte?
Depois da verdadeira montanha-russa que foi a cotação do dólar ao longo do primeiro semestre, a XP Investimentos espera dias mais calmos para o câmbio daqui para frente. Em relatório, o economista Vitor Vidal informou que espera uma leve queda na moeda, alcançando o nível de R$ 5,20 até o fim do ano.
A estimativa é baseada em um cenário de 2º semestre em que não haja tanta incerteza global e doméstica, com a dissipação do choque do coronavírus. Isto se materializa em um menor risco-país — o chamado CDS de 5 anos, espécie de seguro contra calote.
Uma eventual recuperação dos preços das commodities também deverá ajudar a moeda brasileira. Nesse quadro de distensão global, com perspectivas de crescimento e menor risco associado à pandemia, o dólar deve cair.
Enquanto isso, a continuidade do diferencial de juros entre Estados Unidos e Brasil pelos próximos trimestres e a expectativa de elevação desta ao final de 2021 também sustenta a perspectiva de gradual queda do dólar. Para o fim do ano que vem, a XP espera um dólar ao preço de R$ 4,90.
Ação da CBA ganha fôlego na bolsa e sobe quase 6% após venda de participação da Alunorte; chegou a hora de incluir CBAV3 na carteira?
A siderúrgica se desfez da participação acionária na companhia, de 3,03%, por R$ 236,8 milhões para a Glencore
Ações da Petrobras (PETR4) saltam até 6% na bolsa e lideram altas do Ibovespa; analistas enxergam espaço para dividendos ainda maiores em novo plano estratégico
O detalhamento do plano estratégico 2025-2029 e um anúncio complementar de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários impulsionam os papéis da petroleira hoje
Por que a JBS (JBSS3) anunciou um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões em acordo com a Nigéria — e o que esperar das ações
O objetivo é desenvolver um plano de investimento de pouco mais de R$ 14,5 bilhões em cinco anos para a construção de seis fábricas no país africano
Vitória da Eletronuclear: Angra 1 recebe sinal verde para operar por mais 20 anos e bilhões em investimentos
O investimento total será de R$ 3,2 bilhões, com pagamentos de quatro parcelas de R$ 720 milhões nos primeiros quatro anos e um depósito de R$ 320 milhões em 2027
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Mistério detalhado: Petrobras (PETR4) vai investir 11,9% a menos em 2025 e abre janela de até US$ 55 bilhões para dividendos; confira os números do Plano Estratégico 2025-2029
Já era sabido que a petroleira investiria US$ 111 bilhões nos próximos cinco anos, um aumento de 8,8% sobre a proposta anterior; mercado queria saber se o foco seria em E&P — confira a resposta da companhia
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa