Ibovespa amplia perdas e perde os 103 mil pontos com piora no exterior
Índice passou a cair mais forte na parte da tarde, com desempenho mais fraco das bolsas americanas, puxadas pelas ações de tecnologia; dados de emprego nos EUA azedaram os mercados

Apesar de ter começado o dia em alta nesta quinta-feira (23), o Ibovespa passou a cair no meio da manhã, acompanhando o desempenho das bolsas americanas. No meio da tarde, o principal índice da B3 aprofundou as perdas com a piora em Nova York, e às 16h31 caía 2,06%, aos 102.146,08 pontos. O dólar à vista segue o ambiente de maior aversão a risco e também ampliou os ganhos agora à tarde avançando 1,94%, na máxima para R$ 5,2148.
Os índices acionários americanos, que já vinham em queda, ampliaram as perdas na parte da tarde, puxados pelas ações das empresas de tecnologia. Há pouco, o Dow Jones caía 1,39%, o S&P 500 tinha queda de 1,28% e o Nasdaq recuava 2,24%.
Os mercados reagem com cautela aos dados de pedido de auxílio-desemprego dos Estados Unidos divulgados mais cedo, que subiram pela primeira vez em quase quatro meses e atingiram 1,416 milhão, ante uma expectativa de 1,3 milhão, segundo analistas consultados pelo "The Wall Street Journal". Os números desanimaram os investidores quanto ao ritmo de recuperação da economia americana.
Outro fator que parece estar pesando na bolsa brasileira são os comentários de que o BNDES retomou conversas para venda de ações da Petrobras, Vale, Suzano, Klabin, conforme noticiou a "Bloomberg".
Além disso, há a tensão geopolítica entre China e Estados Unidos no ar, depois que o governo americano ordenou o fechamento do consulado chinês em Houston, acusando o gigante asiático de espionagem comercial e militar. " A China deve fechar algum consulado dos EUA no país para retaliar Trump", diz Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
Ele lembra que o Ibovespa já acumulava alta de mais de 10% em julho, e o mês ainda nem está chegando ao fim. "Um ajuste teria que vir", observa.
Leia Também
Na Europa, apesar das altas percebidas nos índices acionários mais cedo, a maioria das praças fechou em queda. Apesar disso, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em leve alta de 0,06%.
Já os juros futuros operavam em alta ou estáveis pela manhã, pressionados pelo leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro Nacional, mas acabaram fechando em queda na maior parte dos principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 2,04% para 2,03% (-0,49%);
- Janeiro/2022: de 2,99% para 2,97% (-0,67%);
- Janeiro/2023: de 4,08% para 4,07% (-0,25%);
- Janeiro/2025: de 5,57% para 5,58% (+0,18%).
Dólar recupera parte das perdas recentes
Após dois dias de queda forte ante o real, a moeda americana recupera um pouco de espaço. Segundo Flávio Serrano, economista do Banco Haitong, trata-se de uma correção após a perdas recentes, diante dos dados negativos de emprego nos EUA divulgados hoje.
"Ainda deve haver muita volatilidade da moeda, mas achamos que no médio prazo o real ainda vai se valorizar um pouco mais", diz.
Na bolsa, além do dado negativo de emprego nos Estados Unidos, faltam notícias para impulsionar novas altas nas ações, após uma forte valorização recente. Então uma realização de ganhos aparece como natural nesse contexto.
"Quanto mais consistentes forem os dados econômicos e quanto mais os resultados das empresas surpreenderem positivamente, mais as ações vão se fortalecer", diz Serrano, que acrescenta que o indicador divulgado hoje causa "um pouco de dúvida", nos investidores.
Oi dispara, mas as demais teles sofrem
Fora do Ibovespa, as ações da Oi (OIBR3) disparam nesta quinta-feira, depois que a empresa, em recuperação judicial, fechou um acordo de exclusividade com a Highline do Brasil para a venda da sua rede móvel. A empresa, controlada da americana Digital Colony, fez uma proposta acima do mínimo de R$ 15 bilhões. Às 16h33, os papéis da Oi subiam 16,42%.
Os papéis da Tim (TIMP3) e da Vivo (VIVT4), por outro lado, amargam perdas. As duas companhias haviam feito, com a Claro, uma proposta conjunta pela rede móvel da Oi, mas agora ficaram para trás. Às 16h33, as ações da Tim caíam 8,68%, a maior queda do Ibovespa no dia, e as da Vivo recuavam 4,39%.
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo
Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump
Trump virou tudo do avesso (várias vezes): o resumo de uma das semanas mais caóticas da história — como ficaram dólar, Ibovespa e Wall Street
Donald Trump virou os mercados do avesso várias vezes, veja como ficaram as bolsas no mundo todo, as sete magníficas, Ibovespa e dólar
Dólar livre na Argentina: governo Milei anuncia o fim do controle conhecido como cepo cambial; veja quando passa a valer
Conhecido como cepo cambial, o mecanismo está em funcionamento no país desde 2019 e restringia o acesso da população a dólares na Argentina como forma de conter a desvalorização do peso
Bitcoin (BTC) em tempos de guerra comercial: BTG vê janela estratégica para se posicionar na maior criptomoeda do mundo
Relatório do BTG Pactual analisa os impactos das tarifas no mercado de criptomoedas e aponta que ainda há espaço para investidores saírem ganhando, mesmo em meio à volatilidade
Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200
Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Mercados disparam e dólar cai a R$ 5,84 com anúncio de Trump: presidente irá pausar por 90 dias tarifas de países que não retaliaram
Em sua conta na Truth Social, o presidente também anunciou que irá aumentar as tarifas contra China para 125%
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China
Com temor de recessão global, petróleo desaba e ações da Europa caem 4%
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial