Dólar fecha em alta, renova recordes e ultrapassa os R$ 4,40 no momento de maior tensão; Ibovespa recua
O mercado local novamente é afetado pela cautela no exterior, fazendo a moeda norte-americana testar um novo recorde; no ano, a alta do dólar à vista já é de mais de 9%

Que o dólar à vista passa por uma onda de valorização, você já está careca de saber — afinal, a moeda americana subiu em todas as sessões desta semana. Nesta sexta-feira (21), o cenário não foi diferente, com uma nova alta da moeda. Só que, desta vez, uma importante barreira foi rompida.
Mais cedo, o dólar à vista chegou a avançar 0,35%, chegando a R$ 4,4066 e superando pela primeira vez na história a marca de R$ 4,40. Durante a tarde, contudo, parte dessa pressão se dissipou, mas nada que impedisse mais uma alta: ao fim da sessão, o ganho foi de 0,03%, a R$ 4,3927.
Com isso, o dólar à vista completou uma sequência de cinco valorizações consecutivas, acumulando um avanço de 2,15% apenas nesta semana. Desde o início do ano, os ganhos já chegam a 9,49%.
Em linhas gerais, o panorama para o mercado de câmbio nesta sexta-feira continua o mesmo de ontem: lá fora, o coronavírus eleva a aversão ao risco por parte dos investidores; aqui dentro, as turbulências no front político contribuem para inspirar cautela às negociações.
E, assim como nas últimas sessões, o Banco Central (BC) continua apenas observando a valorização do dólar ante o real, sem sinalizar qualquer tipo de atuação no câmbio — postura que, de certa maneira, contribui para trazer mais ansiedade aos investidores.
Vale lembrar que, na semana passada, o BC promoveu dois leilões extraordinários de swap cambial quado o dólar bateu R$ 4,38, injetando US$ 2 bilhões em recursos novos no sistema. As operações trouxeram alívio ao mercado e passaram a mensagem de que a autoridade monetária não deixaria a moeda subir descontroladamente.
Leia Também
Só que, ao ver o dólar chegar a R$ 4,40 e sem constatar qualquer atuação por parte do Banco Central, os investidores ficam "à deriva", sem saber qual "cotação limite" suportada pelo BC.
O cenário mais defensivo também é sentido no mercado de ações: por volta de 17h15, o Ibovespa recuava 1,39%, aos 112.988,54 pontos — na semana, o índice acumula perdas de mais de 1%.
Exterior tenso
Lá fora, a propagação do novo coronavírus para além da China assusta os investidores, que buscam ativos mais seguros. Ao todo, já são mais de 2,2 mil mortos e 76 mil pessoas contaminadas pela doença — apenas a América Latina ainda não possui nenhuma ocorrência.
Nesse cenário, as bolsas da Ásia e da Europa fecharam em queda; nos Estados Unidos, o Dow Jones (-0,86%) o S&P 500 (-1,17%) e o Nasdaq (-1,96%) têm quedas firmes.
O clima de cautela generalizada também é visto no mercado de câmbio, com os investidores optando pela segurança do dólar em detrimento dos riscos das moedas emergentes.
Esse movimento perdeu um pouco de intensidade com a divulgação de dados mais fracos de atividade nos Estados Unidos em fevereiro — o que ajuda a explicar a virada do dólar à vista ao campo negativo por aqui. Ainda assim, o tom é de prudência no câmbio.
Cautela doméstica
Por aqui, o cenário doméstico continua trazendo desconforto aos investidores: rumores quanto à insatisfação do ministro da Economia, Paulo Guedes, rondam as mesas de operação desde o meio da semana — há quem diga que ele estaria cogitando deixar o governo.
Por mais que o presidente Jair Bolsonaro tenha manifestado apoio público ao ministro, fato é que o clima não é dos mais amenos em Brasília. Declarações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, reacenderam atritos entre o governo e o Congresso.
Nesse contexto de incertezas, grande parte dos investidores prefere assumir uma postura mais defensiva, especialmente por causa do feriado de Carnaval. Afinal, os mercados domésticos estarão fechados na segunda (24) e terça (25), e ninguém quer assumir riscos por tanto tempo.
Juros estáveis
As curvas de juros mostraram uma certa divisão no mercado. Por um lado, há a leitura de que a economia segue fraca, o que abre espaço para novos cortes na Selic; por outro, o dólar nas máximas tende a gerar pressões inflacionárias, o que enfraquece o argumento de novas baixas nas taxas.
Assim, o viés foi de relativa estabilidade nos DIs nesta sexta-feira. Veja abaixo como ficaram as principais curvas:
- Janeiro/2021: de 4,19% para 4,18%;
- Janeiro/2022: de 4,67% para 4,68%;
- Janeiro/2023: de 5,22% para 5,26%;
- Janeiro/2025: de 6,00% para 6,06%.
Agitação nos balanços
No front corporativo, importantes membros do Ibovespa reportaram seus números trimestrais desde a noite passada, com destaque para a Vale. A mineradora fechou 2019 com um prejuízo de US$ 1,7 bilhões, fortemente impactada pelas provisões e despesas com Brumadinho — como resultado, os papéis ON (VALE3) caem 4,44%.
Carrefour Brasil ON (CRFB3), com baixa de 0,33%; SulAmérica units (SULA11), em queda de 0,63%, Lojas Americanas PN (LAME4), com alta de 7,56%; B2W ON (BTOW3), avançando 3,35%; e NotreDame Intermérica ON (GNDI3), desvalorizando 2,85%, também reagem aos balanços trimestrais — veja aqui um resumo dos números das empresas.
Top 5
Confira as maiores altas do Ibovespa nesta sexta-feira:
- Lojas Americanas PN (LAME4): +7,56%
- Weg ON (WEGE3): +5,01%
- Klabin units (KLBN11): +4,02%
- B2W ON (BTOW3): +3,35%
- Suzano ON (SUZB3): +4,26%
Veja também as maiores baixas do índice no momento:
- IRB ON (IRBR3): -5,55%
- Vale ON (VALE3): -4,44%
- Ultrapar ON (UGA3): -4,03%
- Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4): -3,94%
- CVC ON (CVCB3): -3,71%
Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China
Com temor de recessão global, petróleo desaba e ações da Europa caem 4%
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é atingir uma receita líquida média de US$ 7,3 bilhões em 2025 — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)
Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6
Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Minerva prepara aumento de capital de R$ 2 bilhões de olho na redução da alavancagem. O que muda para quem tem ações BEEF3?
Com a empresa valendo R$ 3,9 bilhões, o aumento de capital vai gerar uma diluição de 65% para os acionistas que ficarem de fora da operação
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global
O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada
Após o ‘dia D’ das tarifas de Trump, ativo que rende dólar +10% pode proteger o patrimônio e gerar lucros ‘gordos’ em moeda forte
Investidores podem acessar ativo exclusivo para buscar rentabilidade de até dólar +10% ao ano
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa
A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar
“Não vou recuar”, diz Trump depois do caos nos mercados globais
Trump defende que sua guerra tarifária trará empregos de volta para a indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora
O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA
As únicas ações que se salvaram do banho de sangue no Ibovespa hoje — e o que está por trás disso
O que está por trás das únicas altas no Ibovespa hoje? Carrefour sobe mais de 10%, na liderança do índice