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Kaype Abreu
Kaype Abreu
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Colaborou com Estadão, Gazeta do Povo, entre outros.
Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
mercados agora

Ibovespa acompanha exterior e perde força, mas segue em alta; dólar cai a R$ 4,99

Movimento reflete as ações de bancos centrais e governos em todo o mundo, que anunciaram medidas para lidar com a crise do novo coronavírus

Kaype AbreuVictor Aguiar
20 de março de 2020
10:37 - atualizado às 15:45
Selo Mercados AGORA Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

O mercado financeiro global começou a sessão desta sexta-feira (20) mais calmo, mas essa tranquilidade logo perdeu embalo. O Ibovespa e as bolsas americanas, que abriram o dia em alta, perderam força e se afastaram das máximas; o dólar à vista segue em baixa, mas se distanciou das mínimas.

Mais cedo, o Ibovespa chegou a bater os 71.851,17 pontos (+5,15%), mas, às 15h05, exibia um tom menos positivo: avançava 2,14%, aos 69.794,44 pontos. Lá fora, o Dow Jones (-0,89%), o S&P 500 (-1,27%) e o Nasdaq (-0,23%) viraram para queda.

No câmbio, o dólar à vista recuava 2,14% no mesmo horário, a R$ 4,9932, após chegar aos R$ 4,9837 na mínima (-2,32%). Lá fora, o dia é marcado por uma relativa estabilidade da divisa americana em relação às demais moedas de países emergentes.

  • Eu gravei um vídeo para falar do tom mais ameno do Ibovespa e do dólar nesta sexta-feira. Veja abaixo:

Por mais que o noticiário referente ao coronavírus continue trazendo enorme preocupação — já são mais de 10 mil mortos no mundo e quase 250 mil contaminados —, os investidores assumem uma postura menos pessimista, aproveitando os preços mais baixos das ações para recompor parte de suas carteiras

Mas, segundo o analista de investimento da Mirae Asset, Pedro Galdi, as altas nos mercados acionários hoje são parte de um ajuste técnico. "É um repique. Mas a situação já está dada: o cenário econômico vai piorar".

E, de fato, muitos bancos e casas de análise cortaram suas projeções para o PIB do Brasil e do mundo nos últimos dias — caso do Goldman Sachs, Santander e UBS, entre outras.

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A equipe econômica do governo federal divulga hoje, às 15h, uma revisão do Produto Interno Bruno (PIB). Segundo reportagem do Estadão, a estimativa oficial deve ser derrubada para zero, ante projeção de mais de 2% de poucos dias atrás.

Há pouco, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou mais medidas para conter o avanço do coronavírus no país e mitigar os impactos à economia. Entre outros pontos, ele anunciou a suspensão temporária do pagamento de empréstimos estudantis.

BCs agindo em conjunto

Entre as iniciativas anunciadas pelo BC nos últimos dias, está a redução da taxa Selic ao nível de 3,75% ao ano, num movimento que ficou em linha com o novo ciclo de alívio monetário visto no exterior.

Hoje, a autoridade monetária faz operações compromissadas em moeda estrangeira mediante venda de títulos soberanos por instituição financeira. Por parte do Tesouro, há leilões extraordinários de compra e venda de LTN, NTN-F e NTN-B — posturas que ajudam a trazer alívio ao mercado de câmbio.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) anunciou uma ação coordenada com outros cinco bancos centrais para garantir a oferta de liquidez por meio de operações de swap cambial.

As entidades envolvidas são o Banco do Canadá, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), o Banco do Japão (BoJ), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco Nacional da Suíça.

Em meio às iniciativas, o mercado de juros futuros continua mostrando um comportamento errático, oscilando entre perdas e ganhos na ponta curta — os DIs longos, por outro lado, seguem com viés de baixa:

  • Janeiro/2021: de 3,93% para 3,98%;
  • Janeiro/2022: de 5,77% para 5,47%;
  • Janeiro/2023: de 6,96% para 6,75%;
  • Janeiro/2025: de 7,98% para 7,89%.

Olho nas áreas

Nesta sexta-feira, as ações que registram maiores altas na bolsa brasileira são a de companhias aéreas, que sofreram uma queda brusca nos últimos dias. As empresas do setor estão entre as mais afetadas com as medidas de isolamento social e restrição de governos.

Nesta quinta-feira, por exemplo, o Executivo brasileiro anunciou a restrição da entrada de visitantes de países da União Europeia, Ásia, entre outros. Mas o governo também publicou uma medida provisória que alivia o caixa das aéreas, com prazo estendido para reembolso das passagens e postergação do pagamento das outorgas dos aeroportos concedidos.

Com a medida e diante de fortes perdas dos últimos dias, os papéis do setor sobem forte: Azul PN (AZUL4) dispara 25,31%, enquanto Gol PN (GOLL4) avança 22,88%.

Altas e baixas

Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa às 15h05:

CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
SMLS3Smiles ON11,52 +27,72%
AZUL4Azul PN15,00 +25,31%
GOLL4Gol PN7,68 +22,88%
WEGE3Weg ON34,55 +20,26%
CVCB3CVC ON8,68 +16,51%

Confira também as cinco maiores perdas do índice:

CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
YDUQ3Yduqs ON22,33 -8,03%
VIVT4Telefônica Brasil PN53,37 -7,87%
EMBR3Embraer ON9,00 -6,74%
TIMP3Tim ON13,99 -6,11%
SBSP3Sabesp ON34,65 -6,07%

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