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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Forte recuperação

Tombos e saltos: após desabar 14% ontem, Ibovespa sobe mais de 8%; dólar tem leve alta

Depois do caos da sessão passada, o Ibovespa e as bolsas globais operam em forte alta, sustentados pelas iniciativas de estímulo tomadas pelos BCs e governos

Victor Aguiar
Victor Aguiar
13 de março de 2020
10:22 - atualizado às 14:37
Ibovespa sobe Ibovespa desce
Imagem: Looney Tunes / Montagem Andrei Morais

O Ibovespa e as bolsas globais têm enfrentado dias de volatilidade extrema, e a sessão desta sexta-feira (13) é mais um exemplo do humor errático dos mercados. Após uma abertura bastante positiva, as principais praças perderam força e se aproximaram da estabilidade. No entanto, neste início de tarde, voltam a ganhar impulso.

Por volta de 14h30, o Ibovespa subia 8,83%, aos 79.011,10 pontos — logo depois da abertura, o índice chegou a disparar 15,40%, aos 83.757,51 pontos, mas, perto das 12h, praticamente zerou os ganhos.

Com o desempenho do momento, a bolsa brasileira vai revertendo parte das perdas contabilizadas ontem, dia em que o Ibovespa despencou 14,78% — foi o terceiro pior pregão desde o início o plano Real, de acordo com um levantamento feito pela Economatica a pedido do Seu Dinheiro.

Lá fora, a sessão também é marcado por uma recuperação que já foi mais intensa: na Europa, as principais praças seguem em alta, mas longe dos ganhos de mais de 5% vistos mais cedo; nos Estados Unidos, o Dow Jones (+4,46%), o S&P 500 (+4,09%) e o Nasdaq (+3,86%) avançam em bloco.

  • Eu gravei um vídeo para comentar a recuperação vista nesta sexta-feira e a enorme volatilidade dos mercados. Veja abaixo:

É claro que o bom desempenho visto nesta sexta não apaga, nem de longe, todas as perdas contabilizadas nesta semana. Mesmo com a alta de hoje, o Ibovespa ainda acumula queda de mais de 20% na semana; no ano, o recuou é superior aos 30%.

A recuperação desta sexta-feira deixa evidente a alta volatilidade e o caráter errático dos mercados num momento de grande incerteza. O panorama do surto de coronavírus segue grave, com consequências ainda desconhecidas para a economia global.

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No entanto, após as quedas dos últimos dias, parte dos investidores começa a buscar "pechinchas" na bolsa, voltando a assumir uma postura compradora em papéis específicos. E, além disso, os anúncios de estímulo por parte de governos e bancos centrais contribuem para trazer algum alívio às preocupações.

Ontem, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) já anunciou um programa de injeção de liquidez de até US$ 1,5 trilhão, através da recompra de títulos. Hoje, notícias de iniciativas semelhantes e de cortes de juros no Japão, China, Suécia, Noruega e muitos outros países somam-se a esse contexto, de modo a criar um 'colchão' para amortecer os mercados.

No câmbio, o dia também é de volatilidade: no mesmo horário, o dólar à vista tinha leve alta de 0,08%, a R$ 4,7930, mas, durante a manhã, chegou a cair a R$ 4,6458 (-2,99%). Lá fora, a sessão é marcada pela desvalorização da moeda americana em relação às divisas de países emergentes.

Ontem, no pico de estresse, o dólar à vista chegou a ultrapassar a barreira dos R$ 5,00, mas afastou-se das máximas após o anúncio do Fed e as diversas atuações do Banco Central, que injetou recursos novos no sistema por meio diversos leilões no segmento à vista.

E, nesta sexta-feira, a autoridade monetária já arregaçou as mangas: convocou leilões de linha com oferta de até US$ 2 bilhões, um movimento que contribuiu para derrubar ainda mais a cotação da moeda americana.

Nas curvas de juros, o clima também é de calmaria, após a forte abertura da sessão anterior. Tanto na ponta curta quanto na longa, são vistos fortes movimentos de baixa, que, inclusive, travaram o mercado de DIs mais cedo. Veja abaixo o comportamento dos principais ativos no momento:

  • Janeiro/2021: de 4,95% para 4,26%;
  • Janeiro/2022: de 6,20% para 5,34%;
  • Janeiro/2023: de 7,26% para 6,24%;
  • Janeiro/2025: de 8,22% para 7,24%.

Top 5

Em meio à recuperação da bolsa brasileira, veja quais eram os cinco ativos de melhor desempenho do Ibovespa por volta de 14h30:

CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
BPAC11BTG Pactual units39,29 20,97%
AZUL4Azul PN24,23 19,36%
JBSS3JBS ON19,98 19,28%
MGLU3Magazine Luiza ON40,45 18,97%
MRFG3Marfrig ON8,54 16,35%

Na ponta oposta do índice, apenas duas ações aparecem em baixa no momento: Yduqs ON (YDUQ3), em queda de 6,83%, e Suzano ON (SUZB3), com perda de 0,74%

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