Ibovespa sobe com alívio na cena externa e expectativa de recuperação moderada
Liquidez abundante é apontada como motivo principal para que investidores ignorem temores relacionados com paralisação dos testes com vacina da AstraZeneca

O Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira desde o início de uma sessão na qual os movimentos apontam para uma recuperação pelo menos moderada dos preços dos ativos negociados na B3.
A grande liquidez despejada pelos bancos centrais no decorrer dos últimos meses é apontada como motivo principal para que os investidores ignorem temores relacionados com a paralisação dos testes com a vacina contra o novo coronavírus produzida pela AstraZeneca e retomem o apetite por risco.
Os testes foram paralisados depois do surgimento de suspeita de efeitos colaterais em um dos participantes da pesquisa.
No exterior, enquanto as bolsas asiáticas repercutiram hoje a queda registrada ontem em Wall Street, os mercados de ações da Europa fecharam em alta consistente em meio à expectativa com a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), amanhã, e à recuperação dos papéis do setor de tecnologia.
Em Nova York, depois de três sessões seguidas de queda, os principais índices da bolsa norte-americana recuperam terreno nesta quarta-feira. Na B3, o Ibovespa ensaiou um avanço robusto na abertura, mas passou a andar em linha com o índice Dow Jones assim que o pregão teve início em Nova York.
Posteriormente, a alta se acelerou em Wall Street, mas sem uma maior repercussão no principal índice brasileiro de ações, que hoje encontrou resistência na marca de 101 mil pontos durante a maior parte do pregão. Por volta das 16h40, o Ibovespa operava em alta de 1,30%, aos 101.352 pontos.
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Entre os ativos negociados na B3, a atenção está voltada para o setor de telefonia. Na noite de ontem, os credores da Oi aprovaram em assembleia o aditamento ao plano de recuperação judicial da empresa, em um evento online que se estendeu ao longo de toda a terça-feira.
Liquidez abundante sustenta apetite por risco
“A dificuldade em se promover uma correção mais profunda dos ativos vem necessariamente da contínua e forte liquidez promovida por bancos centrais, em especial o Fed”, observa Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
“Neste contexto, os investidores ignoram as decepcionantes notícias sobre a vacina contra a covid-19, a necessidade de correção dos valores diversas ações do mercado e se mantêm numa postura no mínimo propensa à volatilidade”, prossegue ele.
No caso brasileiro, uma atípica situação de taxa de juro real ex-post negativa reforça a percepção de que essa liquidez abundante ainda se manterá por um bom tempo, garantindo fôlego à busca por mais risco nos mercados financeiros.
Inflação avança em agosto, mas dentro do esperado
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,24% em agosto na comparação com julho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Analistas esperavam um avanço de 0,25% da inflação em agosto na comparação mensal. Embora o índice tenha desacelerado em relação a julho (+0,36%), o IPCA de agosto foi o mais alto para o mês desde 2016.
Pesaram mais no bolso do consumidor a gasolina, que subiu pelo terceiro mês seguido, e os alimentos (+0,78%). Para as famílias de menor renda, o impacto é ainda maior.
A alta nos preços dos alimentos tem sido motivo de intenso debate. Enquanto o governo descarta a possibilidade de imposição de controle de preços e o risco de desabastecimento, representantes da Abras, entidade que reúne os supermercados, se reunirão hoje em Brasília com representantes da administração Jair Bolsonaro para discutir a situação.
Dólar e juro
O dólar opera em queda com o real acompanhando a recuperação dos ativos locais. A moeda norte-americana também perde terreno ante divisas de outros países emergentes e de exportadores de commodities.
Por volta das 16h40, o dólar operava em queda de 1,48%, cotado a R$ 5,2857.
Os contratos de juros futuros acompanharam a queda do dólar ao mesmo tempo em que refletiram a percepção de que os dados mais recentes de inflação apontam para o fim do ciclo de cortes na taxa Selic pelo Banco Central.
O economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, aponta para a situação de juro real negativo no Brasil, calculado a partir da subtração da inflação de 2,44% no acumulado de 12 meses até agosto sobre uma taxa Selic de 2% ao ano.
"Temos desta forma uma taxa de juros real de -0,44% ex-post. Isto somado aos ruídos da agenda de reformas sugere que não teremos de fato corte da Selic na reunião que acontecerá entre os dias 15 e 16 de setembro", comenta Perfeito.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,830% para 2,790%;
- Janeiro/2023: de 4,040% para 4,000%;
- Janeiro/2025: de 5,840% para 5,790%;
- Janeiro/2027: de 6,790% para 6,740%.
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