É hoje? Ibovespa sobe mais de 2% e se aproxima dos 100 mil pontos; dólar cai
A surpresa positiva com o resultado de vendas no varejo no Brasil em maio, somada ao avanço nos estudos para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, dão ânimo ao Ibovespa e tiram pressão do dólar à vista

Os mercados externos exibiam um tom mais cauteloso nesta quarta-feira (8), atentos ao aumento nos casos de coronavírus nos EUA. Mas notícias quanto ao avanço de uma vacina contra a doença deram força às bolsas globais — e o Ibovespa, que já estava animado por causa da economia brasileira, ganhou ainda mais impulso.
Por volta das 16h10, o Ibovespa subia 2,21%, aos 99.917,65 pontos, na máxima do dia. Com isso, a bolsa brasileira destoa do exterior: na Europa, as principais praças fecharam em queda e, nos EUA, o Dow Jones (+0,31%), o S&P 500 (+0,51%) e o Nasdaq (+1,11%) viraram para alta, mas ainda estão longe do índice brasileiro.
No câmbio, o dólar à vista devolve parte dos ganhos recentes e, no mesmo horário, recuava 0,70%, a R$ 5,3456 — a moeda americana, contudo, segue respeitando o patamar dos R$ 5,30, sem conseguir romper essa resistência.
- Eu gravei um vídeo para explicar as razões por trás da animação do mercado em relação aos mais recentes dados da economia doméstica. Veja abaixo:
É preciso separar os fatores de influência domésticos e internacionais para se ter um panorama mais preciso do quadro para os mercados nesta quarta-feira — e entender por que o Ibovespa pode recuperar os 100 mil pontos já hoje.
No Brasil, destaque para o avanço de 13,9% nas vendas no varejo em maio, um resultado que surpreendeu positivamente os analistas e que, somado ao crescimento de 7% na produção industrial no mesmo mês, eleva a percepção de recuperação da economia brasileira.
Vale ressaltar que o crescimento mostrado em ambos os indicadores ocorre sobre bases bastante deprimidas, uma vez que os dados de março e abril — período em que as medidas de isolamento estavam mais severas no país — foram bastante negativos. Ainda assim, os números recentes mostram que, ao menos, a tendência de deterioração econômica foi interrompida, dando lugar a um início de retomada.
Leia Também
Ânimos renovados
O otimismo em relação à agenda doméstica de dados econômicos se sobrepõe à maior percepção de risco vista no exterior. Lá fora, o aumento nos novos casos de coronavírus em território americano aumenta o temor quanto a um retrocesso na reabertura do país — o que, se confirmado, certamente prejudicaria o nível de atividade nos EUA e no mundo.
No entanto, um comunicado divulgado há pouco pela empresa farmacêutica Moderna, informando avanços em seus estudos para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, foram bem recebidos pelos investidores e amenizaram boa parte das tensões vistas lá fora.
Com isso, as bolsas americanas viraram para alta, os mercados europeus se afastaram das mínimas e o Ibovespa ganhou ainda mais força, se aproximando cada vez mais da marca centenária.
Juros em alta
Esses sinais de força emitidos pela economia brasileira acabam desencadeando um movimento de alta nas curvas de juros futuros. Caso o nível de atividade realmente entre em rota de recuperação, diminui a necessidade de cortes adicionais na Selic — o BC deixou a porta aberta para mais uma redução de 0,25 ponto na taxa básica de juros, caso necessário.
Veja abaixo como estão os principais DIs nesta manhã:
- Janeiro/2021: de 2,10% para 2,12%;
- Janeiro/2022: de 2,95% para 3,07%;
- Janeiro/2023: de 4,06% para 4,17%;
- Janeiro/2025: de 5,63% para 5,67%.
Top 5
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
BRKM5 | Braskem PNA | 25,45 | +6,93% |
NTCO3 | Natura ON | 41,78 | +4,69% |
USIM5 | Usiminas PNA | 7,77 | +4,30% |
CSNA3 | CSN ON | 11,39 | +4,11% |
CYRE3 | Cyrela ON | 26,63 | +3,98% |
Confira também as maiores baixas do índice no momento:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CVCB3 | CVC ON | 18,90 | -6,80% |
IRBR3 | IRB ON | 9,38 | -1,37% |
MRFG3 | Marfrig ON | 13,46 | -1,17% |
CPFE3 | CPFL Energia ON | 30,94 | -0,99% |
GOLL4 | Gol PN | 19,97 | -0,89% |
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo
Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump
A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA
Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido
Ibovespa é um dos poucos índices sobreviventes de uma das semanas mais caóticas da história dos mercados; veja quem mais caiu
Nasdaq é o grande vencedor da semana, enquanto índices da China e Taiwan foram os que mais perderam
Trump virou tudo do avesso (várias vezes): o resumo de uma das semanas mais caóticas da história — como ficaram dólar, Ibovespa e Wall Street
Donald Trump virou os mercados do avesso várias vezes, veja como ficaram as bolsas no mundo todo, as sete magníficas, Ibovespa e dólar
Dólar livre na Argentina: governo Milei anuncia o fim do controle conhecido como cepo cambial; veja quando passa a valer
Conhecido como cepo cambial, o mecanismo está em funcionamento no país desde 2019 e restringia o acesso da população a dólares na Argentina como forma de conter a desvalorização do peso
Bitcoin (BTC) em tempos de guerra comercial: BTG vê janela estratégica para se posicionar na maior criptomoeda do mundo
Relatório do BTG Pactual analisa os impactos das tarifas no mercado de criptomoedas e aponta que ainda há espaço para investidores saírem ganhando, mesmo em meio à volatilidade
Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200
Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY
JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano
Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção
Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido