Ibovespa cai quase 2% com deterioração do cenário externo; dólar sobe
Bolsas abriram em alta, mas prejuízo da Chevron azedou o humor em Wall Street, impactando o Ibovespa e o dólar; realização de lucros e ajustes de carteira aprofundam queda.

O Ibovespa opera em queda de aproximadamente 2% enquanto o dólar sobe cerca de 1% nesta reta final de dia, semana e mês. O principal índice do mercado brasileiro de ações repercute o mau humor nos mercados financeiros internacionais ao longo da maior parte desta sexta-feira. Ao mesmo tempo, os ajustes esperados para a última sessão de julho aprofundam a queda em meio à realização de lucros.
Os mercados financeiros locais até começaram a sexta-feira refletindo um tom mais otimista, mas não demoraram a virar - acompanhando os sinais vindos de fora tanto na alta inicial quanto na baixa posterior.
Logo pela manhã, parecia que os bons resultados apresentados pelas grandes empresas de tecnologia - Apple, Facebook, Amazon e Alphabet - e dados melhores do que o esperado vindos da Europa e da China seriam suficientes para sustentar o sinal de alta.
Entretanto, o balanço da petroleira Chevron inverteu o sinal das bolsas norte-americanas. A empresa registrou prejuízo líquido de US$ 8,3 bilhões no segundo trimestre.
Com a deterioração do cenário externo, o Ibovespa também passou a operar no vermelho. No início da tarde, a queda acentuou-se em meio a ajustes de carteira e à realização de lucros na última sessão do mês. Por volta das 16h40, o Ibovespa operava em queda de 2,1%, aos 102.803 pontos.
Além de reagir aos sinais externos, o principal índice de ações da bolsa brasileira também é influenciada pelos resultados dos balanços corporativos das empresas nacionais. Confira aqui os principais números analisados pelos investidores nesta sexta-feira.
Leia Também
Um dos resultados financeiros mais relevantes foi o da Petrobras, divulgado na noite de ontem. A petroleira apresentou um prejuízo 94% menor do que o visto no 1º trimestre de 2020. Apesar disso, a reação dos mercados ao resultado da Chevron fez com que tanto as ações PN (PETR4) quanto as ON (PETR3) virassem e passassem a cair, recuando cerca 2% cada.
Enquanto isso, o aumento de provisões do Bradesco pesava sobre todo o setor bancário.
Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, observou que, apesar da volatilidade dos últimos dias e da queda de hoje, o Ibovespa deve mostrar variação positiva no acumulado da semana.
Mas nem só de queda foi a sexta-feira do Ibovespa.
No campo positivo, os papéis da Cielo ON (CIEL3) lideravam a alta no Ibovespa (+11%) em meio a notícias de que o Banco Central (BC) comunicou às empresas que irá liberar a retomada dos testes do WhatsApp Pay, sistema de pagamentos via aplicativo de mensagens. A Cielo, controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, é uma das empresas selecionadas para fazer os testes iniciais da ferramenta.
Enquanto isso, as ações ON da Localiza (RENT3) seguem em destaque (+5,4%) enquanto os investidores reagem ao balanço trimestral e às perspectivas de curto prazo da empresa.
Exterior misto
Enquanto os balanços corporativos das big techs - como são chamadas Apple, Amazon, Alphabet (dona do Google) e Facebook - animaram os investidores. Por volta das 16h40, somente o índice Nasdaq subia (+0,8%), graças aos balanços das big techs. Já os índices Dow Jones e S&P-500 apagavam as quedas registradas no decorrer da sessão.
Dólar e juro
O dólar, por sua vez, voltou a operar acima da faixa de R$ 5,20 em meio à piora do cenário externo e à disputa pela definição da Taxa PTax de julho. Por volta das 14h, a moeda norte-americana era cotada a R$ 5,21 (+1%).
Os contratos de juros futuros, por sua vez, fecharam sem direção clara, pressionados pelo comportamento do dólar, mas sem descolar muito do fechamento de ontem em meio à expectativa de que o Banco Central anunciará um novo corte de juro na semana que vem.
Veja como ficaram os principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,908% para 1,905%;
- Janeiro/2022: de 2,631% para 2,650%;
- Janeiro/2023: estável a 3,650%;
- Janeiro/2025: de 5,203% para 5,170%.
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200
Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento