Juros, câmbio e computador: os fundos multimercados que ganharam dinheiro em fevereiro
Com a forte queda das ações no mês passado, o ganho da maior parte dos gestores, incluindo alguns estrelados, veio principalmente com posições em câmbio e juros

Com a queda dos juros para a mínima histórica de 4,25% ao ano, o CDI ficou em meros 0,29% em fevereiro. Ainda assim não foi nada fácil bater o indicador de referência dos investimentos no mês passado com os impactos do agravamento da epidemia de coronavírus nos mercados.
Entre os fundos de investimento multimercados, apenas 67 conseguiram entregar um retorno acima do CDI em fevereiro, de acordo com um levantamento que eu pedi para a consultoria Economatica.
A lista considera 321 fundos com pelo menos mil cotistas e a partir de R$ 15 milhões em patrimônio líquido. Eu excluí aqueles com estratégia específica – que investem em ouro, por exemplo.
O primeiro do ranking de fevereiro foi o Versa Long Biased, com um retorno expressivo de 18,49%. Trata-se de um ponto fora da curva e bem específico, já que o fundo roda com uma volatilidade bem acima da média da indústria. Em janeiro, por exemplo, a cota havia registrado uma perda de 16,2%.
O Versa também se diferencia dos demais ganhadores em fevereiro por operar principalmente em bolsa, com posições compradas e vendidas. Com a forte queda das ações no mês passado, o ganho de praticamente todos os gestores “sobreviventes” veio principalmente com câmbio e juros.
Não por acaso, fundos de gestores estrelados e habituados a ganhar nesses mercados foram destaque. E também gestores que andavam em baixa por terem perdido parte do “bull market” da bolsa dos últimos meses.
Leia Também
É o caso da Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga. Três fundos da gestora – Macro Advisory, Plus BP e outro para clientes do Itaú – aparecem como os mais rentáveis, logo após o da Versa, com um retorno na casa de 2,5% em fevereiro.
A maior parte dos ganhos veio de posições no mercado de câmbio. Mas apesar do banho no CDI no mês passado, os fundos da Gávea seguem abaixo do indicador de referência no acumulado de 12 meses.
Surfando nos juros
Quem tem conseguido mostrar consistência tanto nos momentos de euforia do mercado como de pânico é a Ibiúna. Sob o comando de Rodrigo Azevedo, outro ex-BC, o fundo Ibiúna Hedge STH rendeu 2,13% em fevereiro e acumula alta de 15,66% em 12 meses.
A gestora mais uma vez fez valer a fama de operar como poucas os movimentos de política monetária, não só no Brasil como lá fora. A estratégia de juros foi responsável por 1,98% do retorno do fundo em fevereiro, de acordo com os dados da Economatica.
Embora comece a enxergar oportunidades na bolsa, as principais posições da Ibiúna seguem no mercado de juros, com a expectativa de queda das taxas pelos Bancos Centrais.
“No Brasil temos posições aplicadas na parte curta e intermediária da curva de juros DI, diante da perspectiva de que a taxa Selic volte a cair mais cedo do que sinalizado recentemente pelo Banco Central, ficando inalterada depois disto pelo menos até o início de 2021”, escreveu a gestora, no relatório de fevereiro.
Sem emoção
As últimas semanas têm sido um verdadeiro teste para os nervos dos gestores de fundos. Quer dizer, de quase todos eles. Os fundos quantitativos, que operam com base em algoritmos de computador, sem a influência direta de um gestor “humano”, também tiveram bons resultados no mês passado.
O fundo Zarathustra, da Giant Steps Capital, cumpriu bem a função de entregar retorno em momentos de estresse do mercado e rendeu 1,27% em fevereiro. O Darius, que replica a estratégia, mas com metade do risco, também bateu o CDI de longe, com um retorno de 0,89%.
A história se repetiu com a Kadima, uma das pioneiras na gestão quantitativa no Brasil. O fundo Kadima II obteve uma rentabilidade de 1,10% no mês passado e acumula um ganho de 6,87% em 12 meses – também acima dos 5,60% do CDI no período.
O fundo costuma ir bem em momentos mais voláteis do mercado, me disse Rodrigo Maranhão, sócio da Kadima. Foi assim no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, no fatídico Joesley Day e também durante a greve dos caminhoneiros.
A estratégia do principal fundo da Kadima, que existe desde 2008, é capturar oportunidades de curto prazo em vários mercados.
Para o Maranhão, operar “sem emoções” representa uma vantagem em momentos como o atual. “Em um fundo tradicional, quando o gestor erra um trade [operação], dificilmente vai tentar de novo, o que não acontece com o algoritmo”, disse.
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Dólar atinge o menor patamar desde novembro de 2024: veja como buscar lucros com a oscilação da moeda
A recente queda do dólar pode abrir oportunidades estratégicas para investidores atentos; descubra uma forma inteligente de expor seu capital neste momento
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
É hora de comprar a líder do Ibovespa hoje: Vamos (VAMO3) dispara mais de 17% após dados do 4T24 e banco diz que ação está barata
A companhia apresentou os primeiros resultados trimestrais após a cisão dos negócios de locação e concessionária e apresenta lucro acima das projeções
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Sem OPA na Oncoclínicas (ONCO3): Empresa descarta necessidade de oferta pelas ações dos minoritários após reestruturação societária
Minoritários pediram esclarecimentos sobre a falta de convocação de uma OPA após o Fundo Centaurus passar a deter uma fatia de 16,05% na empresa em novembro de 2024
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Ação da Petz (PETZ3) acumula queda de mais de 7% na semana e prejuízo do 4T24 não ajuda. Vender o papel é a solução?
De acordo com analistas, o grande foco agora é a fusão com a Cobasi, anunciada no ano passado e que pode ser um gatilho para as ações
Hora de comprar: o que faz a ação da Brava Energia (BRAV3) liderar os ganhos do Ibovespa mesmo após prejuízo no 4T24
A empresa resultante da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta reverteu um lucro de R$ 498,3 milhões em perda de R$ 1,028 bilhão entre outubro e dezembro de 2024, mas bancos dizem que o melhor pode estar por vir este ano
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas