Ibovespa acompanha Dow Jones e fecha em queda; dólar cai forte com realização de lucro
No mercado de câmbio, realização de lucros levou o dólar a registrar queda acentuada ante o real
Acompanhar os movimentos dos principais mercados de ações lá fora é quase uma regra não escrita das bolsas de valores de países emergentes. Ao longo das últimas semanas, porém, o Ibovespa caprichou na hora de contrariar essa regrinha. As ações subiam em Wall Street e caíam em São Paulo. Quando aqui subia, lá estava em queda, e assim por diante. Havia lá seus motivos, é claro.
Mas hoje prevaleceu a regra. O Ibovespa passou o dia inteiro a reboque dos principais mercados de ações. Na abertura, com as bolsas subindo na Europa, a B3 até experimentou uma alta. Mas então Wall Street abriu de um jeito meio esquisito, o Ibovespa virou, o índice Dow Jones firmou-se em queda e assim seguiram ambos nesta terça-feira: de mãos dadas escada abaixo até fecharem no vermelho.
A abertura em alta mais uma vez derivou da melhora do apetite por risco nos principais mercados de ações pelo mundo. Os sinais de que os Estados Unidos e a China estariam dispostos a cumprir os termos da primeira fase do acordo comercial fechado no início do ano animaram os investidores pela manhã. Com isso, as bolsas de valores fecharam quase todas no azul na Ásia e passaram a maior parte do tempo em alta na Europa antes de virarem no fim da sessão.
Acontece que esse movimento teve vida relativamente curta, pelo menos para os investidores brasileiros. Em Wall Street, os principais índices de ações dos EUA passaram a cair com a divulgação de dados abaixo da expectativa sobre a confiança dos consumidores norte-americanos.
O Nasdaq e o S&P-500 aos poucos recuperam terreno, firmaram-se em alta e mais uma vez renovaram seus respectivos recordes de fechamento. O Dow Jones, porém, foi especialmente impactado pela notícia de que a ExxonMobil deixará de compor o índice a partir da semana que vem.
Por aqui, a cautela dos investidores com o cenário local prevaleceu e o Ibovespa acompanhou o recuo do Dow Jones. O principal índice do mercado brasileiro de ações passou a sessão inteira disputando a marca dos 102 mil pontos até fechar em queda de 0,18%, aos 102.117,64 pontos.
Leia Também
No campo negativo, enquanto o desempenho de bluechips como Petrobras e Vale deixou a desejar, os papéis da Klabin e da Suzano caíram acompanhando a depreciação do dólar, uma vez que ambos haviam registrado forte alta em sessões recentes na esteira da forte apreciação da moeda norte-americana.
O setor de varejo, por sua vez, foi impulsionado pelo bom desempenho das ações da Marisa em reação ao balanço da empresa no segundo trimestre.
Já as ações ON e PN da Eletrobras registraram a segunda sessão seguida de ganhos elevados com a notícia de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria planos de incluir oficialmente a empresa na lista de privatizações.
Confira a seguir as maiores altas e as maiores quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Lojas Renner ON (LREN3) +4,29%
- Rumo ON (RAIL3) +3,48%
- Hering ON (HGTX3) +3,17%
- Eletrobras PN (ELET6) +3,11%
- Hypera ON (HYPE3) +3,03%
MAIORES BAIXAS
- Braskem PN (BRKM5) -3,51%
- Cielo ON (CIEL3) -3,38%
- JBS ON (JBSS3) -3,02%
- Azul PN (AZUL4) -2,75%
- BTG Pactual Unit (BPAC11) -2,75%
Incerteza sobre pacote econômico limitou apetite por risco
Ao longo da sessão de hoje, porém, pesou sobre o ânimo dos investidores a notícia sobre o adiamento do anúncio de um aguardado pacote de medidas econômicas e sociais prometido pelo governo.
Na semana passada, Guedes afirmou que o programa seria anunciado hoje. Ontem, no entanto, o governo teria desistido do anúncio do pacotão. O ministro vinha chamando o programa de 'Big Bang', mas, segundo informações do jornal O Globo, a elaboração do conjunto de propostas não foi concluída a tempo e as medidas devem ser divulgadas separadamente.
Segundo o Estadão, a divulgação foi adiada por um impasse quanto ao valor do benefício do Renda Brasil, que deve substituir o auxílio emergencial e expandir o Bolsa Família. Segundo a publicação, o presidente Jair Bolsonaro não aceitaria um valor menor do que R$ 300, como propunha Guedes.
Com o mercado preocupado com a situação das contas públicas, os agentes financeiros estão atentos aos desdobramentos do programa.
A principal dúvida entre os investidores é se o ministro Paulo Guedes vai conseguir atender às demandas sociais sem furar o teto de gastos e comprometer ainda mais a já complicada situação fiscal brasileira.
Apesar do adiamento do anúncio de um programa mais abrangente, um de seus itens – a reformulação do Minha Casa, Minha Vida – foi oficializado hoje. Sob o nome de Casa Verde Amarela, o programa habitacional foi lançado por meio de medida provisória com uma política de juros ainda mais baixos que a de seu antecessor.
IPCA-15 aponta para juro real negativo
No campo dos indicadores econômicos, o IPCA-15 desacelerou para 0,23% em agosto na leitura mensal, de 0,30% em julho. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula avanço de 2,28%.
“Considerando a taxa Selic a 2% ao ano, a taxa de juros real de -0,28%”, adverte André Perfeito, economista-chefe da Necton Corretora.
Entre outros aspectos, prossegue ele, tal leitura sugere que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não deve cortar mais a Selic.
Dólar e juro
Depois de passar boa parte da sessão em alta, o dólar passou a cair com força a partir do início da tarde acompanhando a tendência externa de desvalorização da moeda norte-americana em meio à retomada do apetite por risco lá fora.
O movimento acabou acentuado por uma realização de lucros no mercado de câmbio depois de o real ter atingido recentemente os níveis mais baixos desde o fim de maio, observaram analistas.
Tais fatores relegaram ao segundo plano a perspectiva de estabilidade da Selic e a incerteza política, fazendo com que moeda norte-americana encerrasse o dia em queda de 1,16%, cotada a R$ 5,5272.
Já os contratos de juros futuros passaram a sessão inteira em alta, ainda que o movimento tenha perdido força no decorrer da sessão, refletindo o cenário político nebuloso e as perspectivas fiscais para o Brasil.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,740% para 2,750%;
- Janeiro/2023: de 3,880% para 3,930%;
- Janeiro/2025: de 5,710% para 5,760%;
- Janeiro/2027: de 6,730% para 6,770%.
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro