Ibovespa fecha em alta depois de passar o dia em efeito-gangorra
Decretos de Trump sobre ajuda emergencial a desempregados norte-americanos sustentam ‘otimismo cauteloso’ no exterior

Nada ilustra melhor o início de semana do Ibovespa do que uma gangorra. Desde cedo foi um tal de sobe-e-desce, alta pra cá, queda pra lá, otimismo de um lado, pessimismo de outro que só foi acabar mesmo no fechamento, onde o principal índice do mercado brasileiro de ações chegou assentado na ponta da gangorra virada pra cima.
Se formos tentar estabelecer uma cronologia, aconteceu da seguinte maneira: o Ibovespa abriu em alta refletindo o otimismo externo, passou a cair em meio a um movimento de realização de lucros entre os detentores de ações de empresas do setor varejista e depois voltou a subir sob o impacto da alta do petróleo nos mercados internacionais sobre as ações da Petrobras, mantendo-se em território positivo até o fim do pregão.
O Ibovespa encerrou a segunda-feira em alta de 0,65%, aos 103.444,48 pontos, em linha com a alta no índice Dow Jones e com o fechamento no azul das principais bolsas europeias.
Ainda pesam as preocupações dos investidores com a questão fiscal em meio às tentativas do governo Jair Bolsonaro de burlar o teto de gastos, mas os decretos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, referentes à prorrogação da ajuda emergencial a desempregados norte-americanos - ainda que por um valor mais baixo que antes - e indicadores econômicos reforçando sinais de recuperação da economia chinesa sustentaram o otimismo no exterior.
Entre os fatores locais, a forte alta registrada pelo setor varejista na semana passada induziu os investidores a realizarem lucros desde o início da sessão de hoje. Os papéis ON da Hering (HGTX3), que na sexta-feira foram o destaque positivo do Ibovespa, caíram mais de 5% hoje.
As ações do setor de e-commerce, por sua vez, acompanharam a pressão da realização de lucro com as ações do Mercado Livre sobre o índice Nasdaq em Nova York.
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No lado positivo, CSN ON (CSNA3) subiu mais de 7% depois de o JP Morgan ter elevado a recomendação das ações da siderúrgica a "neutra", de underperform (desempenho abaixo da média). Além disso, todo o setor de metalurgia e siderurgia beneficiou-se do desempenho do minério de ferro nos mercados internacionais.
Mas a maior alta do dia ficou por conta da Braskem PN (BRKM5). As ações da petroquímica avançaram mais de 9% com a notícia de que a Odebrecht iniciou as ações para estruturar sua saída da companhia.
Já os papéis PN da estatal brasileira de petróleo (PETR4) subiram 2,9% na esteira da alta do preço da commodity nos mercados internacionais, o que fez o Ibovespa se alinhar com as principais bolsas de valores pelo mundo.
Outro destaque foi a ação ON da Embraer (EMBR3), com os investidores recompondo suas posições na fabricante de aeronaves depois da acentuada desvalorização registrada na semana passada.
Confira a seguir quais foram as maiores altas e as maiores quedas do Ibovespa nesta segunda-feira.
MAIORES ALTAS
- Braskem PN (BRKM5) +9,32%
- CSN ON (CSNA3) +7,88%
- Embraer ON (EMBR3) +5,73%
- Uniminas PN (USIM5) +4,58%
- Gerdau Metalúrgica PN (GOAU4) +4,20%
MAIORES QUEDAS
- Totvs ON (TOTS3) -7,40%
- Hering ON (HGTX3) -5,11%
- Magazine Luiza ON (MGLU3) -4,34%
- Raia Drogasil ON (RADL3) -2,61%
- Intermédica ON (GNDI3) -2,51%
Dólar e juro
A gangorra, porém, não foi uma exclusividade do Ibovespa. O mercado de câmbio também foi palco de intensa volatilidade nesta segunda-feira. Depois de abrir em queda, o dólar passou a ganhar terreno ante divisas de países emergentes e exportadores de commodities. A moeda norte-americana chegou ao fim da tarde perto das máximas do dia em alta de 0,96%, cotada a R$ 5,4663.
Enquanto isso, os contratos de juros futuros fecharam em alta, próximos das máximas da sessão.
Os investidores estão atentos à divulgação, prevista para amanhã, da ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil realizada na semana passada fecharam em queda acentuada tanto nos vencimentos mais curtos quanto nos mais longos por causa do corte na taxa Selic.
Confira os vencimentos com mais liquidez:
- Janeiro/2021: de 1,870% para 1,875%;
- Janeiro/2022: de 2,650% para 2,690%;
- Janeiro/2023: de 3,760% para 3,790%;
- Janeiro/2025: de 5,400% para 5,480%.
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