Após dia de clima misto no exterior, Ibovespa e dólar terminam pregão em alta
Apesar de tom negativo em NY, bolsa brasileira conseguiu se manter no campo positivo durante todo o dia; fatores positivos e negativos deram tom misto às negociações do dia

Após um pregão amplamente negativo ontem, o dia hoje foi repleto de fatores positivos e negativos, que levaram alguns índices acionários a fecharem em alta, enquanto outros amargaram perdas.
O pano de fundo continuou sendo o temor dos investidores em relação à pandemia de covid-19. Ontem pesou a notícia de que o Reino Unido detectou, em seu território, uma nova cepa de coronavírus, mais transmissível.
Isso levou cerca de 40 países a aplicarem restrições de viagens e comércio à terra da Rainha, que ficou isolada em relação ao restante da Europa. O próprio governo britânico impôs novas restrições à circulação de pessoas, principalmente em Londres.
Os mercados temem as consequências de tais medidas na recuperação econômica mundial. Para piorar, hoje o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) americano afirmou que é possível que a tal mutação do coronavírus já esteja circulando nos Estados Unidos.
Ainda não há evidências de que a nova cepa cause sintomas mais graves, seja mais letal ou afete a eficácia das vacinas desenvolvidas. Mesmo assim, a possibilidade de ainda mais restrições preocupa os mercados.
Por outro lado, tivemos hoje também uma boa notícia. Após meses de negociações, o Congresso americano finalmente aprovou, na madrugada de hoje, o tão esperado pacote fiscal de US$ 900 bilhões, que prevê ajuda financeira a famílias e empresas na tentativa de combater os efeitos econômicos da pandemia.
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Entre esses dois cenários, o Ibovespa ficou com o lado positivo, e após o tombo de 1,86% de ontem, apresentou recuperação parcial, fechando em alta de 0,70%, aos 116.636,18 pontos. O índice chegou a perder força no início da tarde e até cair para o terreno negativo, mas logo voltou a ficar no azul.
Já as bolsas americanas fecharam com sinais mistos, o que foi mais ou menos a toada de todo o pregão. O Dow Jones terminou o dia em queda de 0,67%, o S&P 500 caiu 0,21%, mas o Nasdaq conseguiu fechar com ganho de 0,51%.
Na Europa, por sua vez, predominou o otimismo, e o pregão foi de recuperação das fortes quedas de ontem. O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou o dia com ganho de 1,18%, depois de cair 2,30% ontem.
Já dólar à vista, que recuava com a redução da aversão a risco no início do pregão, virou para a alta, e fechou em alta de 0,76%, a R$ 5,1619, ecoando o lado mais negativo da equação, com a maior aversão a risco no exterior.
Mas um dos motivos para a alta da moeda americana é local: o aumento da percepção de risco fiscal com a iminência da votação na Câmara, hoje, da PEC dos municípios, que aumenta a transferência de recursos da União para os municípios e pode elevar o gasto do governo federal em R$ 4 bilhões ao ano.
Indicadores econômicos mistos
Entre os indicadores econômicos, também houve aqueles que pesaram mais para o lado positivo, e os que tiveram um tom mais negativo.
O Reino Unido revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) britânico teve alta de 16% no terceiro trimestre, ante os três meses anteriores. O desempenho foi melhor do que o esperado pelo mercado.
A leitura final do PIB americano do terceiro trimestre também veio acima do esperado: crescimento anualizado de 33,4%, acima dos 33,1% esperados.
Por outro lado, houve piora na confiança do consumidor americano em dezembro e queda acima do previsto nas vendas de moradias usadas nos Estados Unidos. Esses fatores acabaram também pesando sobre as bolsas americanas.
Já no Brasil, a inflação ainda se mostrou pressionada, mas menos do que o esperado. O IBGE divulgou, nesta manhã, que o IPCA-15, considerado a prévia da inflação, avançou 1,06% em dezembro e fechou 2020 em 4,23% - maior acumulado no ano desde 2016, quando bateu 6,58%.
Ainda assim, o número veio abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Broadcast, que era de 1,16% para o mês. O setor de serviços continuou com os preços perto da estabilidade ou até com deflação, mostrando que a recuperação econômica ainda é bastante desigual
Assim, apesar da alta do dólar, os juros futuros fecharam em baixa na maioria dos principais vencimentos, com essa inflação abaixo da expectativa. Confira:
- Janeiro/2021: de 1,91% para 1,914%;
- Janeiro/2022: de 2,96% para 2,90%;
- Janeiro/2023: de 4,41% para 4,30%;
- Janeiro/2025: de 5,94% para 5,86%.
Quem sobe e quem desce
As ações de frigoríficos se destacaram entre as maiores altas do dia, assim como as produtoras de papel e celulose. A alta do dólar contribuiu para valorização dessas empresas exportadoras. Também beneficiam as produtoras de papel e celulose as altas nos preços da celulose.
Na outra ponta do Ibovespa, continuam sofrendo as ações mais sensíveis à pandemia de coronavírus e a restrições de viagens e circulação de pessoas, como CVC e aéreas.
Maiores altas
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
PRIO3 | PetroRio | 59,68 | +5,44% |
SUZB3 | Suzano | 57,68 | +4,45% |
BEEF3 | Minerva | 10,64 | +4,11% |
JBSS3 | JBS | 24,06 | +3,57% |
KLBN11 | Klabin | 25,77 | +3,49% |
Maiores baixas
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CVCB3 | CVC | 18,53 | -6,32% |
EMBR3 | Embraer | 8,22 | -3,75% |
AZUL4 | Azul | 35,27 | -3,37% |
COGN3 | Cogna | 4,50 | -3,02% |
HGTX3 | Hering | 17,22 | -2,82% |
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