🔴 AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs: ONDE INVESTIR EM ABRIL? CONFIRA +30 RECOMENDAÇÕES AQUI

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Recuperação

Depois de tombo dos últimos dias, petróleo tem dia de alta, com um empurrãozinho de Trump

Após tombo dos últimos dias, contratos futuros da commodity têm recuperação parcial e limitada em reação a boas notícias e tuítes de Trump

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
22 de abril de 2020
14:30 - atualizado às 18:06
Petróleo Opep
Imagem: Shutterstock

Depois de despencar nos últimos dois dias, os preços dos contratos futuros de petróleo se recuperaram parcialmente nesta quarta-feira (22). O governo americano e, mais especificamente, o presidente Donald Trump deram um empurrãozinho, mas a situação ainda é complicada para a commodity.

Os contratos para entrega em junho do petróleo WTI, negociado nos EUA, fecharam em alta de 19,10%, a US$ 13,78 o barril. Ontem, esse mesmo contrato fechou com queda de mais de 40%, na menor cotação desde 1999 para os contratos mais líquidos. Na parte da tarde, chegou a ser negociado na casa dos US$ 6 o barril.

Já os contratos para junho do petróleo Brent, negociado em Londres e usado como referência para os preços praticados pela Petrobras, avançou 5,38% nesta quarta, fechando a US$ 20,37 o barril. Ontem, esse contrato caiu quase 25%, fechando abaixo dos US$ 20, menor valor desde 2002 para os contratos mais líquidos.

O que rolou hoje com o petróleo

Bom, primeiro que a commodity caiu para caramba nos últimos dias, e isso por si só já poderia ensejar um movimento técnico de correção para cima. Mas os investidores também reagem com otimismo a alguns fatores.

Primeiro, houve uma redução geral na aversão a risco no mundo depois que o Senado americano aprovou um pacote fiscal no valor de US$ 480 milhões para socorrer pequenas empresas e hospitais, fora os avanços nas pesquisas que buscam uma vacina para a covid-19.

Mais especificamente em relação ao petróleo, alguns tuítes publicados ontem e hoje pelo presidente dos Estados Unidos e "analista" Donald Trump também andaram fazendo preço. Ontem, o presidente americano disse, na sua conta de Twitter, que orientou secretários a bolarem um plano para disponibilizar fundos para companhias do setor de óleo e gás.

Leia Também

Hoje, Trump tuitou que instruiu a Marinha dos EUA a destruir quaisquer navios iranianos que importunem embarcações americanas no mar. O presidente americano sabe que nada como criar uma tensão no Estreito de Ormuz, importante rota petrolífera, para dar aquele choque para cima no preço do petróleo.

Num primeiro momento, o tuíte de Trump fez o WTI para junho saltar 40%, pela manhã. A alta, porém, arrefeceu e tende a ser limitada, dado que os estoques de petróleo nos EUA encontram-se perto do limite (mais sobre isso adiante).

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, também sinalizou que pode realizar cortes na produção, de modo a reduzir a oferta da commodity. O ministro de energia da Rússia, Alexander Novak, disse hoje que o corte na produção deve ser de 15 milhões a 20 milhões de barris por dia a partir de maio.

O que rolou com o petróleo até agora

O petróleo vem sofrendo desde março, quando Arábia Saudita e Rússia entraram numa guerra de preços. A paralisação econômica generalizada para combater a pandemia global do coronavírus derrubou a demanda pela commodity, o que por si só já seria suficiente para jogar os preços do petróleo lá para baixo.

Sendo assim, os membros da Opep+ tentaram entrar num acordo sobre cortes de produção, sem sucesso, por conta de desentendimentos entre sauditas e russos. Os sauditas decidiram, então, aumentar a produção e dar descontos nos preços, derrubando os já combalidos preços do petróleo. A ideia era fazer a Rússia sentir no bolso e forçá-la a negociar.

Mas mesmo com posteriores anúncios de cortes na produção, os preços da commodity continuaram sofrendo. Com oferta muito superior à demanda por causa da pandemia, os estoques foram ficando cada vez mais cheios e os preços começaram a ficar inferiores aos custos de transporte e armazenagem do produto.

Nos últimos dias, correu a notícia de que o principal centro de armazenamento de petróleo dos Estados Unidos estava perto do limite, o que levou o contrato de WTI para maio, que venceu ontem, a cair mais de 300% e fechar com preço negativo. Foi a primeira vez na história que um contrato futuro de petróleo ficou com preço abaixo de zero.

O contrato futuro de petróleo WTI tem entrega física em barris de petróleo. O preço negativo, neste caso, reflete o fato de que o custo de armazenamento ficou superior ao preço da commodity. Por isso, em tese, os produtores poderiam até pagar para o comprador livrá-los do produto, pois valeria mais a pena do que perder dinheiro armazenando-o. Mas os consumidores, por sua vez, não estão precisando comprar, pois seus estoques estão cheios.

Entre os investidores apenas interessados em ganhos financeiros com a negociação do contrato, e não no petróleo em si, houve uma forte preferência pelo encerramento da posição, uma vez que a diferença de preços entre os contratos para maio e junho ficou enorme e tornou a rolagem cara e desvantajosa.

Da mesma forma, esses investidores não queriam acabar tendo que receber o petróleo físico e, desta forma, arcar com custos de armazenagem superiores aos preços à vista. Seria um prejuízo maior do que tentar pagar para passar o contrato para frente, a alguém disposto a lhes tirar esse problema das mãos.

Apesar dessa sangria na segunda-feira, os preços das ações da Petrobras não foram muito impactados, dado que a queda do Brent foi bem mais modesta. Mas ontem o contrato para junho do Brent caiu bem, e os recibos de ações da Petrobras em Nova York recuaram junto, fechando em queda de 3,51%. Hoje, porém, os papéis sobem junto com o petróleo (acompanhe nossa cobertura completa de mercados).

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EM DIA DE SANGRIA

Brava (BRAV3) despenca 10% em meio à guerra comercial de Trump e Goldman Sachs rebaixa as ações — mas não é a única a perder o brilho na visão do bancão

3 de abril de 2025 - 14:46

Ações das petroleiras caem em bloco nesta quinta-feira (3) com impacto do tarifaço de Donald Trump. Goldman Sachs também muda recomendação de outra empresa do segmento e indica que é hora de proteção

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump

1 de abril de 2025 - 8:13

Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Drill, deal or die: o novo xadrez do petróleo sob o fogo cruzado das guerras e das tarifas de Trump

1 de abril de 2025 - 6:41

Promessa de Trump de detalhar um tarifaço a partir de amanhã ameaça bagunçar de vez o tabuleiro global

CLASSE MÉDIA NA MIRA

Nova faixa do Minha Casa Minha Vida deve impulsionar construtoras no curto prazo — mas duas ações vão brilhar mais com o programa, diz Itaú BBA

27 de março de 2025 - 16:33

Apesar da faixa 4 trazer benefícios para as construtoras no curto prazo, o Itaú BBA também vê incertezas no horizonte

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta

18 de março de 2025 - 8:16

Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda

CONTRA A CORRENTE

Prio (PRIO3) sobe mais de 7% após balanço do quarto trimestre e fica entre as maiores altas do dia — mas ainda há espaço para mais

14 de março de 2025 - 16:52

Os resultados animaram os investidores: as ações PRIO3 despontaram entre as maiores altas do Ibovespa durante todo o dia. E não são apenas os acionistas que estão vendo os papéis brilharem na bolsa

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte na B3 com recorde de produção em fevereiro

7 de março de 2025 - 16:17

A companhia atingiu a marca de 73.854 barris de óleo equivalente por dia (boe/d) produzidos em fevereiro, aumento de 9,2% na comparação mensal

ARRASTÃO DAS PETROLEIRAS

Valor de mercado da Petrobras (PETR4) vai ao menor nível desde junho de 2024 e Brava Energia (BRAV3) cai mais de 7%

5 de março de 2025 - 16:28

Considerando o último pregão, na sexta-feira (28), e hoje (5), a Petrobras perdeu R$ 18 bilhões em valor de mercado; Prio (PRIO3) e PetroReconcavo (RECV3) acompanham derrocada

PERFURAÇÃO AUTORIZADA

Prio (PRIO3) promove aumento de capital bilionário para financiar perfuração recém-autorizada pelo Ibama

1 de março de 2025 - 16:04

Ibama autorizou a Prio a iniciar perfuração de poços de óleo e gás no campo de Wahoo, situado na Bacia de Campos

BALANÇO

Petrobras (PETR4) tem prejuízo no trimestre, lucro 70% menor em 2024 e anuncia R$ 9,1 bi em dividendos — os extraordinários não vieram

26 de fevereiro de 2025 - 20:58

As perdas não foram contempladas pelas projeções do mercado, que esperava uma queda do lucro nos últimos três meses do ano; saiba o que fez a estatal registrar uma perda bilionária no período

FIM DO 'PENNY'

Adeus, centavo: Após décadas de reclamações, Trump decreta fim do ‘penny’, a moeda de um centavo nos EUA

22 de fevereiro de 2025 - 11:28

O presidente dos EUA anunciou no início de fevereiro que ordenou que o governo interrompesse a produção da moeda, cujo poder de compra ficou no passado

NOVO ACORDO

Petrobras (PETR4) vai comprar gás britânico por 15 anos

20 de fevereiro de 2025 - 12:05

Acordo de compra e venda de GNL foi divulgado ao mercado

DE OLHO NAS BOMBAS

Itaú BBA: ‘talvez estejamos nos preocupando demais com os preços dos combustíveis da Petrobras (PETR4)’ — veja 8 pontos cruciais a se considerar

13 de fevereiro de 2025 - 11:11

Banco acredita que o contexto de exposição da Petrobras mudou consideravelmente nos últimos dez anos e mantém preço-alvo de R$ 49 para as ações PETR4

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Da ficção científica às IAs: Ibovespa busca recuperação depois de tropeçar na inflação ao consumidor norte-americano

13 de fevereiro de 2025 - 8:01

Investidores monitoram ‘tarifas recíprocas’ de Trump, vendas no varejo brasileiro e inflação do produtor dos EUA

HOT LINE

Combinou com os russos: petróleo cai mais de 2% após conversa de Trump com Putin

12 de fevereiro de 2025 - 15:04

Os dois presidentes se falaram por telefone nesta quarta-feira (12) sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia e o resultado da ligação mexeu com a commodity

OTIMIZAÇÃO DE PORTFÓLIO

Brava Energia (BRAV3) avança em desinvestimentos e fecha venda de concessões por US$ 15 milhões; veja os detalhes do negócio

10 de fevereiro de 2025 - 12:34

Ao todo, 11 concessões terrestres no Polo Potiguar foram vendidas para um consórcio formado pela A&T e a PVE

NOVAS OPORTUNIDADES

Pré-sal Petróleo lança primeiro concurso público após mais de uma década; confira as vagas com salários que passam de  R$ 19 mil

6 de fevereiro de 2025 - 19:16

Novos editais oferecem centenas de vagas em diversas regiões do Brasil, com remuneração atrativa e inscrições abertas até meados de março

VEM DIVIDENDO OU NÃO VEM?

Pode ficar pior para a Petrobras (PETR4)? Ações caem após dados de produção; saiba o que fazer com os papéis agora

4 de fevereiro de 2025 - 12:31

A estatal divulga no dia 26 de fevereiro o resultado financeiro do quarto trimestre de 2024 e os analistas dizem o que esperar — inclusive sobre os proventos bilionários

GUERRA COMERCIAL

China sobe o tom, anuncia retaliações às tarifas dos EUA e faz Donald Trump querer conversar com Xi Jinping

4 de fevereiro de 2025 - 10:30

Além das taxações, China coloca o Google no meio da guerra comercial. Já as tarifas de Donald Trump aos produtos chineses podem ter impacto reduzido

MAIS DINHEIRO NA CONTA

Petrobras (PETR4) recebe R$ 2,16 bilhões de parceiros comerciais, incluindo Shell e empresa do Qatar

4 de fevereiro de 2025 - 10:03

Pagamentos contingentes são parte de negociação feita entre a estatal, a União e os parceiros dos blocos Sépia e Atapu

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar