Ibovespa vira para alta e chega aos 119 mil pontos, puxado pelas ações dos bancos; dólar cai a R$ 4,16
Após uma abertura em baixa por causa das tensões no exterior, o Ibovespa ganhou força, passou a subir e já busca novos recordes, impulsionado pelo bom desempenho dos papéis do setor bancário

A sessão do Ibovespa nesta quinta-feira (23) pode ser divida em duas etapas. Na primeira, o clima era de enorme cautela, em meio à tensão do mercado quanto aos riscos de disseminação do coronavírus. Na segunda, o cenário é o oposto: o otimismo com o setor bancário dá forças ao índice.
- Aposente-se aos 40 (ou o quanto antes): não depender de um salário no fim do mês é o seu grito de liberdade. Aqui está o seu plano para dar adeus ao seu chefe
Os números deixam clara toda a volatilidade: durante a manhã, o Ibovespa chegou a cair 1,25%, tocando os 116.905,95 pontos, mas, por volta de 17h05, já subia 0,79%, aos 119.328,81 pontos, buscando novas máximas intradiárias.
A virada se deve aos ganhos generalizados dos papéis dos bancos — um setor que possui enorme peso na composição do Ibovespa, mas que vinha apresentando um desempenho bastante ruim em 2020.
Segundo um operador, essa puxada não se deve a alguma notícia relacionada a essas empresas, mas sim a uma correção após as baixas — e esse movimento estaria sendo impulsionado pelos investidores estrangeiros, que viram "pechinchas" nas ações do segmento.
O operador pondera que, apesar das quedas recentes, as ações dos bancos são vistas como "portos seguros" pelos estrangeiros, dada a solidez das empresas e a alta liquidez dos papéis. Assim, num momento de tensão, os investidores estão correndo para as opções menos arriscadas.
No momento, Itaú Unibanco PN (ITUB4) subia 2,76%, Bradesco ON (BBDC3) avançava 2,61%, Bradesco PN (BBDC4) tinha alta de 2,91%, Banco do Brasil ON (BBAS3) subia 4,64% e as units do Santander Brasil (SANB11) exibem ganhos de 1,64%.
Leia Também
Mas, mesmo com os ganhos de hoje, as ações do setor seguem acumulando perdas expressivas em 2020 — as baixas vão de 3% (Bradesco ON) a 6,3% (Santander Brasil units).
Risco de contaminação
O noticiário referente ao coronavírus eleva a tensão dos investidores. Até o momento, o governo chinês já confirmou de 17 mortes e mais de 500 casos da doença no país. Três cidades da China foram isoladas para tentar conter o vírus, incluindo as metrópoles Wuhan (11 milhões de habitantes) e Huanggang (7,5 milhões).
A apreensão é ainda maior porque, a partir de amanhã, será comemorado o feriado de Ano Novo Lunar na China, colocando o país em recesso por uma semana — é um período em que muitos chineses costumam viajar, tanto para outras cidades chinesas quanto para o exterior.
Como resultado, o Dow Jones (-0,04%), o S&P 500 (+0,09%) e o Nasdaq (+0,20%) ficam perto do zero a zero — as bolsas da Europa e da Ásia tiveram baixas expressivas hoje.
O mercado de commodities também é fortemente afetado pela cautela. Na China, o minério de ferro negociado no porto de Qingdao — cotação que serve como referência para os investidores — fechou em queda de 3,35%; o petróleo Brent cai 1,99% e o WTI recua 2,15%.
Inflação em foco
Além das preocupações globais, os agentes financeiros domésticos ainda têm outro fator para analisar: a alta de 0,71% do IPCA-15 em janeiro. O dado ficou em linha com a expectativa dos analistas, mas indica que a inflação continua pressionada — o que diminui as apostas num novo corte na Selic.
O indicador mexe especialmente com os mercados de câmbio e juros. A perspectiva de manutenção da Selic em 4,5% ao ano, sem novos ajustes negativos, fez os DIs fecharem em alta, ajustando-se a esse cenário. Veja abaixo como ficaram as curvas mais líquidas:
- Janeiro/2021: de 4,34% para 4,36%;
- Janeiro/2023: de 5,54% para 5,57%;
- Janeiro/2025: de 6,30% para 6,32%;
- Janeiro/2027: de 6,70% para 6,71%
A leitura de que a Selic não será mais cortada acabou tirando pressão do dólar à vista — uma nova redução na taxa básica aumentaria o diferencial de juros em relação ao exterior, diminuindo a atratividade do real.
Assim, o dólar à vista terminou em baixa de 0,21%, a R$ 4,1664, destoando do exterior — lá fora, a moeda americana exibiu um viés de alta na comparação com as demais divisas de países emergentes.
Ricardo Gomes da Silva, operador de câmbio da corretora Correparti, ainda destaca que o alto volume de IPOs e emissões que foram anunciados nos últimos dias também ajuda a atrair dólares para o país, reduzindo a cotação da moeda americana.
Top 5
Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
- Braskem PNA (BRKM5): +6,13%
- Banco do Brasil ON (BBAS3): +4,68%
- Gol PN (GOLL4): +4,49%
- Localiza ON (RENT3): +3,81%
- Bradesco PN (BBDC4): +2,97%
Confira também as maiores baixas do índice no momento:
- NotreDame Intemédica ON (GNDI3): -3,03%
- Cia Hering ON (HGTX3): -2,34%
- BRF ON (BRFS3): -2,13%
- MRV ON (MRVE3): -1,79%
- Ambev ON (ABEV3): -1,73%
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é atingir uma receita líquida média de US$ 7,3 bilhões em 2025 — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)
Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6
Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Minerva prepara aumento de capital de R$ 2 bilhões de olho na redução da alavancagem. O que muda para quem tem ações BEEF3?
Com a empresa valendo R$ 3,9 bilhões, o aumento de capital vai gerar uma diluição de 65% para os acionistas que ficarem de fora da operação
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global
O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa
A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar
“Não vou recuar”, diz Trump depois do caos nos mercados globais
Trump defende que sua guerra tarifária trará empregos de volta para a indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora
O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA
As únicas ações que se salvaram do banho de sangue no Ibovespa hoje — e o que está por trás disso
O que está por trás das únicas altas no Ibovespa hoje? Carrefour sobe mais de 10%, na liderança do índice
A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo
O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano