Ibovespa aprofunda perdas após piora de Nova York; dólar opera em queda
Ibovespa perdeu os 117 mil pontos depois que notícia da Bloomberg deu conta de que tarifas dos EUA sobre os produtos chineses irão se manter até depois das eleições americanas em novembro
O Ibovespa passou a cair mais forte nesta terça-feira (14) depois que as bolsas de Nova York viraram novamente para o vermelho. Por volta das 16h15, o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,61%, aos 116.609,75, perdendo os 117 mil pontos reconquistados ontem.
O índice passou o dia apresentando uma leve queda, mesmo depois que as bolsas americanas viraram para o positivo. No entanto, uma notícia da "Bloomberg" tornou a derrubar os índices lá fora. Segundo a emissora, as tarifas impostas pelos Estados Unidos à China serão mantidas até depois das eleições americanas, mesmo com a assinatura do acordo comercial entre os dois países nesta quarta-feira (15).
Há pouco, o Dow Jones subia 0,16%, mas o S&P 500 recuava 0,08% e o Nasdaq perdia 0,10%. O mercado hoje opera em certo compasso de espera pela assinatura do acordo de primeira fase entre chineses e americanos amanhã.
Hoje também começou a temporada de balanços do quarto trimestre de 2019 nos Estados Unidos, com a divulgação dos números do J.P. Morgan, Citigroup e Wells Fargo.
Há pouco, as ações do J.P. Morgan subiam 1,60%, e os papéis do Citigroup tinham alta de 2,24% depois que ambas as instituições financeiras divulgaram números positivamente surpreendentes de lucro e receita. Já o resultado do Wells Fargo decepcionou, levando as ações a caírem 4,80% no mesmo horário.
O dólar à vista opera em queda de 0,27% a R$ 4,1307, depois de ter operado a maior parte do dia na estabilidade.
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Os juros futuros acompanham o dólar e também recuam. O DI com vencimento para 2021 cai 1,00%, para 4,445%. Já o DI para 2023 recua 1,22%, para 5,66%. O DI com vencimento para 2027 tem queda de 0,88%, para 6,76%.
De olho nos dados econômicos
Antes de o pregão abrir, os índices futuros de Nova York reagiam de maneira positiva ao dado de inflação divulgado nos Estados Unidos mais cedo, reduzindo perdas anteriores mais profundas. Já os juros de longo prazo dos títulos do Tesouro americano recuavam.
O índice de preços ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) foi de 0,2% em dezembro, ante uma expectativa de 0,3%, segundo as projeções reunidas pelo "Broadcast", serviço de notícias em tempo real do "Estadão".
O dado abaixo do esperado indica que a economia dos EUA ainda não está tão aquecida assim, o que poderia exigir novos cortes de juros, dando força aos ativos de risco. O mercado, no entanto, ainda precifica manutenção dos juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
Por aqui, o Ibovespa chegou a subir pela manhã antes da abertura de Nova York, depois que o Ministério da Economia divulgou suas previsões de crescimento econômico e inflação para 2020.
Os investidores se animaram com a fala do secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, que disse que a equipe econômica está atenta ao equilíbrio das contas da União e de Estados e municípios. Segundo ele, em janeiro, o governo continuará discutindo a PEC do pacto federativo.
O Ministério da Economia elevou sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 2,32%, para 2,40%. A estimativa para a inflação também subiu. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção do governo é de que feche o ano em 3,62%, ante estimativa anterior de 3,53%.
Pela manhã, o IBGE também divulgou sua pesquisa para o setor de serviços, que teve retração de 0,1% no mês de novembro, ante outubro, conforme já esperado pelo mercado. Ainda assim, o setor apresenta uma alta de 1,8% em 12 meses, considerado positivo pelo IBGE.
Passada a tensão entre Estados Unidos e Irã, e com assinatura de acordo comercial entre EUA e China nesta semana, o mercado anda especialmente atento a dados econômicos no Brasil e lá fora.
A inflação de 2019 acima da meta e o desempenho industrial abaixo do esperado divulgados na semana passada desanimaram os investidores por aqui em relação à nossa recuperação econômica.
Maiores altas
A Via Varejo (VVAR3) tem a maior alta do pregão desta terça-feira, com valorização de 3,54% às 16h20, em continuidade ao movimento de alta visto ontem, quando a ação subiu mais de 8%.
Segundo relatório da XP Investimentos, uma possível explicação para esse movimento de compra das ações da varejista é a divulgação de uma recompra de R$ 4,5 milhões em papéis por parte da diretoria da própria companhia em dezembro.
As ações do frigorífico Marfrig (MRFG3), por sua vez, avançavam 1,72% no mesmo horário, depois que o Citi elevou a recomendação dos papéis de neutro para compra. A instituição financeira também elevou o preço-alvo de R$ 11,50 para R$ 14.
*Com Estadão Conteúdo.
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